por Théo Azevedo

Passado um pouco do alvoroço e da euforia em torno da E3, evento de games que aconteceu na última semana, em Los Angeles, o que fica para os brasileiros, além das novidades do evento, é a expectativa em torno do lançamento do Xbox 360 no Brasil, anunciado por Bill Gates durante a conferência pré-E3 da Microsoft.

As informações sobre o console de nova geração no país foram escassas - a impressão, na verdade, é que todos, incluindo a própria Microsoft, em nível de América Latina e Brasil, foram pegos de surpresa pela notícia. Para tentar obter mais detalhes sobre o lançamento, o UOL entrevistou Luis Pazos Paredes, gerente da divisão de jogos e entretenimento da Microsoft para a América Latina.

Para Pasos, que preferiu ainda não falar sobre preços, 2008 é muito tarde para a chegada do Xbox 360 no país. Ou seja, com alguma sorte e, dependendo do rumo da situação, o console poderia chegar com razoável rapidez, à medida que já existe uma equipe trabalhando em torno disso.

Confira a entrevista completa:

O que você tem a falar sobre o lançamento do Xbox 360 no Brasil?

Luis Pazos Paredes: Bem, como você sabe, foi o próprio Bill Gates quem anunciou oficialmente esta intenção [durante a conferência pré-E3, da Microsoft]. Para nós, é uma ótima notícia, pois significa um compromisso e o reconhecimento de que o mercado brasileiro é muito importante para o Xbox 360. Já existe uma equipe se dedicando a fazer este lançamento.

Nós ainda não estamos falando em datas ou muitos detalhes, porque o trabalho ainda está sendo realizado. O mais importante é que já se definiu o Brasil como uma prioridade e como um dos países que precisam ter o Xbox 360 em um curto prazo.

Fale mais sobre a equipe que está trabalhando no lançamento do console no Brasil.

Paredes: A equipe é formada por pessoas do Brasil, México e na própria sede da Microsoft. Estamos trabalhando há quase dois anos, talvez mais, tentando apresentar o modelo de negócios mais conveniente para lançar o Xbox 360 no Brasil.

Essa equipe é dedicada só ao Brasil?

Paredes: Tem uma equipe voltada só ao Brasil, liderada por Milton Beck [diretor da divisão de jogos e entretenimento da Microsoft Brasil], que é a pessoa que mais conhece a indústria de videogames no Brasil. E há também uma equipe na América Latina, da qual faço parte, então também cuido do Brasil, Chile e outros territórios. Mas, agora o Brasil, com o Chile, é a nossa prioridade. É um trabalho coordenado entre o país, a região e a sede.

Na época do lançamento do Xbox, também houve uma citação da Microsoft sobre a vinda do console ao Brasil, que acabou não se concretizando. Isso pode acontecer novamente?

Paredes: Quando um executivo do tamanho de Bill Gates faz uma declaração destas, você sabe que as coisas acontecem. Eu diria que todo o time está trabalhando com o objetivo de lançar o Xbox 360 no Brasil. Como qualquer coisa no mundo, imprevistos podem acontecer. Mas o nosso objetivo é lançar o mais rápido possível e, com o seu chefão lá atrás, respaldando e colocando como prioridade, acho que acontecerá.

Você acha que é possível lançar o Xbox 360 no Brasil por um preço competitivo?

Paredes: Esse é o objetivo, parte das discussões e dos trabalhos. Já fizemos pesquisas junto aos consumidores, mostramos o console para muitos deles, entre vários testes. Já discutimos o preço, mas ainda não temos uma definição, apenas parâmetros que sabemos que precisamos respeitar para fazer do lançamento um sucesso.

Que parâmetros são esses?

Paredes: Bom, eu gostaria de esperar mais para dar parâmetros mais corretos, pois isso é algo que ainda não queremos falar, já que não está totalmente definido. O que posso falar é que a equipe está trabalhando em torno de preços que permitam ao consumidor adquirir o videogame.

Se vamos lançar o videogame no Brasil, vamos fazê-lo bem, e não apenas para falar que tem Xbox 360 no país.

E sobre a data de lançamento?

Paredes: Olha, acho que se o Bill Gates falou agora em 2006 que o Xbox 360 é prioridade para o Brasil, vamos tentar fazer isso o mais breve possível. Acho que 2008 seria até demais; gostaria que fosse antes.

O Brasil conta com a presença de Electronic Arts, Atari e Vivendi Universal Games. Já existem conversas estas empresas para comercializar seus títulos para Xbox 360 no Brasil?

Paredes: Lógico. Esse é um negócio de parceiros. Não podemos sobreviver ou ter sucesso sem outras distribuidoras. Nós já falamos com eles sobre a oportunidade que representa o mercado brasileiro e, em certo momento, vamos trabalhar juntos.

Porque o Xbox 360 no Brasil é economicamente viável?

Paredes: Primeiro, porque é um mercado muito importante, cujo tamanho não pode deixar de ser reconhecido. Nós já levamos o Xbox 360 para o consumidor brasileiro testar e eles adoraram, a resposta foi magnífica.

Na EGS [Electronic Game Show, feira brasileira que aconteceu ano passado, em São Paulo], em novembro, o pessoal ficou três horas na fila para jogar três minutos de Xbox 360. Nós sabemos que se criarmos o modelo de negócios correto, podemos ter sucesso No Brasil, como é o console em todos os lugares do mundo.