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Notícias

05/12/2005 - 14h08
Fundador da Atari critica atual indústria de games e elogia Nintendo

Da Redação

Durante a Digital Interactive Entertainment Conference 2005, um simpósio internacional de games que se realizou na universidade Ritsumei, no Japão, Nolan Bushnell, fundador da Atari - comprado pela antiga Infogrames - e "pai" dos videogames, falou sobre a história da indústria, criticou o momento atual do mercado de games e elogiou a Nintendo.

Bushnell começou falando dos primórdios dos games e cita "Space War", desenvolvido por Steve Russel, como um dos primeiros jogos de computador da história, em 1961. Na época, o monitor era um osciloscópio e os controles eram feitos com troca de pinos. Feito para o computador PDP-1, era uma simples batalha entre dois foguetes que trocavam tiro entre si.

Em 1966, Bushnell programou seu primeiro jogo, no mesmo PDP-1, "Fox & Geese". Apesar do sucesso que fez entre seus pares, não era possível vislumbrar a comercialização do produto, já que o enorme computador custava mais de um milhão de dólares.

Em 1970, criou o "Computer Space", usando uma tecnologia de miniaturização de computadores. O grande sucesso chegou com o lendário "Pong", em fins de 1972. Bushnell conta que as lojas de brinquedo e de eletrônicos não quiseram aceitar o produto, e "Pong" acabou sendo instalado em casas de pinball, bilhar e restaurantes. Assim, se tornou o primeiro jogo popular da história, com mais de 2 milhões de dólares em receitas.

Depois, criou uma versão para ser usando em TVs domésticas e foi outro grande sucesso. Baseado nessa experiência e na do videogame de Odyssey, criou em 1977 o lendário console Atari 2600, que obtém estrondoso sucesso. "No começo, considerei que se saísse 20 jogos estava bom, mas acabou com mais de 150. Até jogos mais complexos, como um xadrez, que seriam tecnicamente impossíveis, foram programados", disse o criador do console.

Mas o lucro fácil fez com que jogos sem qualidade invadissem o mercado, o que acabou resultando no "crash" dos videogames, em fins de 1983. Os consoles só recuperaram a confiança em 1986, quando a Nintendo obteve sucesso com o NES, aprendendo a lição da Atari de que era preciso investir em controle de qualidade.

Falando do presente e do futuro, Bushnell destacou os elementos que definem um bom design de jogos. Ele cita "timing", que é a representatividade do jogo para sua época; objetivos claros; previsibilidade; e balanceamento entre risco e retorno. Para explicar esse último ponto, retoma novamente a "Pong", em que a melhor "raquetada" é a mais difícil de realizar. Também cita o enredo como um elemento de fantasia importante para os games.

O fundador da Atari demonstrou preocupação com a atual situação do mercado de jogos. Os consoles ganharam maior capacidade, mas os custos também subiram demasiadamente. Como resultado, o mercado fica inundado por continuações e jogos de tiro em primeira pessoa. E Bushnell alerta que essa situação não poderá ser sustentada por muito tempo, pois os usuários buscam sempre por inovações. "A inovação nasce ao se arriscar, mas os altos custos não permitem isso", diz o palestrante.

E os games cada vez mais complexos fazem diminuir a população que joga. Bushnell disse de 44 milhões de americanos jogavam em 1982, número que caiu para 18 milhões nos dias de hoje. A perda se deve ao afastamento dos usuários casuais e das mulheres. E a violência também é um problema grande a ser enfrentando. Ele acha que é necessário que os games tenham apelo para os jogadores casuais, pois crê que sejam benéficos. "Os jogos surtem bom efeito para portadores de Alzheimer. Os idosos não jogam todos os dias, mas isso é errado. Todos deveriam se divertir com games", alerta.

Ele aponta também o valor educacional dos videogames, que teria o efeito de melhorar o desempenho dos alunos. Cita o treinamento de exército americano para aprender árabe, que é feito usando um RPG. Os resultados mostram, segundo Bushnell, que o aprendizado foi três vezes melhor.

Em um exercício de futurologia, o lendário personagem da indústria crê que os hardwares específicos deverão desaparecer até 2012, em troca de um sistema aberto. Jogos, DVD, PCs serão todos integrados num único aparelho. Para isso deveria ser fácil de programar e ter interface simples. Nesse sentido, elogiou o controle do Revolution, dizendo que tem muito potencial. "Muitas vezes, para quem não gosta de computador, a causa costuma ser o teclado. Os controles atuais também são amedrontadores. Eu acho que os jogadores casuais não gostam de interface. Se pudermos mudar isso, será dado um grande passo", conclui.

Bushnell aponta cinco condições para quem quiser ser o "vencedor do futuro": ter as melhores ferramentas, conseguir criar novas interfaces, não apostar em continuações, investir em inovação e ter um sistema aberto a colaborações. Disse que a chave está em como atrair aqueles que não estão satisfeitos com as interfaces atuais.

Por fim, Bushnell falou sobre seus projetos, "coisas que ninguém está tentando fazer". Ele explicou que pensa nos jogos como meio para interagir as pessoas, como um gatilho para aproximá-las em ambientes sociais como restaurantes. "Talvez uma mulher bonita te dê um fora ao tentar pagar-lhe um drinque, mas quem sabe ela aceite jogar uma partidinha com você", diz Bushnell, quase em tom de brincadeira.

E também poderá aproximar pessoas em todo mundo, através de jogos em rede. E arrancou mais gargalhada da platéia: "Como há o fuso horário, para isso você talvez tenha que tomar cerveja logo de manhã, mas isso é bom". Parece uma típica idéia de quem obteve sucesso com "Pong" em bares.

Parte desse conceito já é usada na rede Chuck E. Chesse, uma cadeia de restaurante com jogos de propriedade de Bushnell. Agora, ele também quer levar isso para um público mais adulto com o uWink Media Bistro, onde colocará em prática seus jogos sociais.

Depois de encerrar sua parte, assistiu também aos outros palestrantes, sempre sob o olhar de respeito por todos aqueles que, de uma forma ou outra, foram influenciados pela figura lendária de Nolan Bushnell e de suas realizações.

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