Da Redação

Há exatamente um ano a Nintendo colocou no mercado americano seu mais novo videogame, o Nintendo DS, que, segundo a companhia, seria o terceiro pilar de sua linha e consoles, ao lado do GameCube e do Game Boy Advance. Pela primeira vez, um console de uma empresa japonesa saíra primeiro no exterior. No Japão, chegou em 2 de dezembro.

O DS foi o primeiro videogame fruto de uma mudança de filosofia da Nintendo. Para a empresa, os jogos ficam cada vez mais complicados, atendendo apenas a um público que já jogava videogame anteriormente, e, por conta disso, o mercado ficava cada vez mais encolhido, ao menos no Japão.

Então, o chamado projeto Nitro, incorporou alguns elementos pouco usuais para um videogame. As duas telas teria sido idéia de Hiroshi Yamauchi, lendário ex-presidente da companhia e antecessor de Satoru Iwata, o atual executivo máximo. Além disso, incorporou uma tela sensível ao toque, recurso visto em micros de mão. E com um microfone embutido, o Nintendo DS é um dos consoles com a interface de comandos mais variada que existe.

O nome DS, oficialmente vem de "Dual Screen", mas a companhia já disse também significar "Developer's System", uma máquina que os desenvolvedores pudessem dar asas à sua imaginação. E assim como os muitos dos jogos do Super Nintendo tinham o termo "super" no título e os do Nintendo 64, o número de bits do processador do console, a moda dos jogos de DS é atribuir significados para a sigla, como visto em "Castlevania: Dawn of Sorrow" e "Resident Evil: Deadly Silence".

No Japão, o portátil de duas telas é o mais vendido atualmente, com cerca de 45 mil unidades semanais, segundo a empresa Media Create, que faz pesquisas sobre as vendas de jogos e consoles. No acumulado do ano, chega a dois milhões de máquinas, contra cerca de 1,61 milhão do PlayStation 2, o segundo colocado. Nos EUA, tem vendido entre 100 e 150 mil unidades mensais, segundo a NPD, pouco abaixo das vendas do Xbox, GameCube e PSP. Na terra dos ianques, o PS2 e o Game Boy Advance são os líderes. Segundo a Nintendo, a base instalada do DS chega a oito milhões no mundo inteiro.

O Nintendo DS começou a ampliar a base de usuários com uma série conhecida no Japão como "Touch! Generation", cujo o expoente máximo foi "Nintendogs", sucesso no mundo todo. Esse simulador de cachorros ainda é um dos poucos jogos que explora muito bem todos os recursos do portátil. Outros jogos casuais fizeram a cabeça dos japoneses, como "Tamagotchi Connection: Corner Shop" e os estimuladores mentais "Brain Flux" e "Brain Training", dois dos títulos mais vendidos para o DS que serão lançados em inglês no ano que vem.

Recentemente, em 14 de novembro, a companhia de Kyoto inaugurou um novo serviço nos EUA, o Nintendo Wi-Fi Connection, que permite usar a internet para realizar partidas online com jogadores de todo o mundo. A vantagem de seu sistema, segundo a Nintendo, é a facilidade e a segurança, além do custo zero para usar o serviço. Apesar de alguns problemas de conexão no dia do lançamento, o serviço parece ter contribuído para as boas vendas de "Mario Kart DS", um dos primeiros jogos com suporte a partidas online. No Japão,o serviço começará no dia 23 deste mês.

Algumas curiosidades marcaram esse um ano de vida do DS. Em outubro foi descoberto um cavalo-de-tróia para o portátil, que era infectado através de downloads ilegais. Alguns testes radicais mostraram sua resistência, como o montanhista Neil Müller, que levou um DS para a escalada no Everest e foi o único equipamento eletrônico que continuou funcionando a temperaturas baixíssimas.

Para o futuro, o portátil prepara jogos de peso como "Resident Evil: Deadly Silence", "Final Fantasy III", "Metroid Prime: Hunter" - agora com recursos online -, "Tenchu DS" e "Pokémon Diamond/Pearl".