da Redação

Divulgação Lançamento tumultuado do PlayStation 3 pode ter sido estopim para troca de comando VEJA FOTOS

A Sony Computer Entertainment, divisão de videogames da corporação japonesa, anunciou uma reestruturação de seu quadro executivo. Ken Kutaragi deixará o posto de presidente, que será assumido por Kaz Hirai, ex-presidente da unidade para os EUA. As mudanças, inesperadas, valem a partir de 1º de dezembro.

Considerado o "pai" do PlayStation e principal fundador da divisão de videogames, Ken Kutaragi passará a exercer o cargo de presidente de conselho e executivo-chefe do grupo. Akira Sato, que já era do conselho, será o vice, ao lado de Kutaragi.

Porém, as operações diárias serão tocadas por Kaz Hirai - ele é o presidente e chefe de operações. Ele terá a seu lado David Reeves, que também acumulará o cargo de presidente, executivo-chefe e chefe de operações da Sony Computer Entertainment para a Europa. Massaru Kato será o chefe de finanças do grupo.

Hirai entrou na Sony Computer Entertainment America em 1995 como responsável por introduzir os videogames da família PlayStation nos EUA. A vaga de presidente será ocupada por Jack Tretton, ex-chefe de operações e vice-presidente executivo.

A troca repentina de comando acontece em menos de três semanas após o turbulento lançamento do PlayStation 3, o videogame de nova geração da companhia. O console sofreu atrasos devido ao sistema de proteção da mídia Blu-Ray, que não ficou pronto no prazo. Além disso, a produção do console foi afetada pela falta do diodo de laser azul, peça fundamental do leitor de Blu-Ray.

Por conta disso, apenas 100 mil unidades foram lançadas no Japão, no último dia 11, e 400 mil nos EUA, no dia 17. No entanto, analistas duvidam até mesmo desse exíguo lote. O lançamento europeu teve de ser adiado para março de 2007. O alto preço, de até US$ 599 na versão mais cara, causou mal-estar entre analistas e a Sony abaixou o preço do videogame no Japão: o modelo mais barato passou de 62.790 ienes (US$ 541) para 49.980 ienes (US$ 429).

A divisão de portáteis também passa por dificuldades. Apesar de a Sony divulgar que o PSP melhorou em vendas com o lançamento do PS3, a companhia comercializará menos aparelhos que o esperado. Serão apenas nove milhões para o ano fiscal de 2006/2007, contra uma previsão de 12 milhões. No ano passado, foram 13 milhões. A dificuldade é fruto da concorrência direta do Nintendo DS, que é fenômeno mundial em vendas.