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Fire Emblem: Radiant Dawn

22/11/2007

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
Quando se fala em híbrido de estratégia por turnos e RPG, qual o game que vem a cabeça? Hoje, a resposta provavelmente seja "Final Fantasy Tactics", com todo o mérito, ou algum game da Atlus, como "Disgaea", mas, por incrível que pareça, a Nintendo foi uma das pioneiras no formato, com "Famicom Wars" (ancestral de "Advance Wars" e "Battalion Wars"). Dele, também surgiu "Fire Emblem", uma das mais tradicionais séries do gênero.

Apesar de existir desde 1990 no Japão, foi só em 2003 que os americanos conheceram a franquia. E por vias tortas. Quem o apresentou foi "Super Smash Bros. Melee", ao incluir dois personagens de "Fire Emblem" em seu elenco: Marth e Roy. Diz-se que o sucesso inesperado destes levou a Nintendo a lançar o primeiro da série nos Estados Unidos em 2003 (no Japão já era o oitavo episódio). A partir de então, todos saíram também no ocidente.

A luta de classes, de novo

Batalhas e cenas de animação
"Radiant Dawn" é continuação direta de "Path of Radiance", lançado em 2005 para o GameCube. "Fire Emblem" é uma série avessa a mudanças, e isso continua sendo verdade. Tanto que a versão para Wii é praticamente idêntica ao antecessor, e sequer esboça usar as funcionalidades próprias do console. Enfim, as críticas a "Path" valem para "Radiant Dawn".

Desta vez, a história se passa três anos depois. O rei Ashnard, o louco, fora derrotado, mas a paz não durou muito tempo. Agora, os conflitos acontecem dentro de Daein, que eram inimigos em "Path of Radiance", num clássico embate entre governo e rebeldes. Estes atendem pelo nome de Dawn Brigade, e lutam para derrubar o sistema corrupto. O game assume que o usuário tenha jogado o episódio anterior; não há recapitulação de qualquer espécie e personagens são introduzidos no enredo sem grandes explicações. Para todos os efeitos, este game é a segunda parte de uma subsérie. No entanto, a qualidade da trama, um dos pontos fortes da franquia, caiu desta vez.

Estratégia par dar e vender

Felizmente, o que não mudou foi a mecânica de jogo. O sistema é basicamente o mesmo da versão original, aquela de 17 anos atrás, com controles simples. Assim, sem disfarces ou subterfúgios, a qualidade do game depende estritamente da porção de estratégia, e "Radiant Dawn", como os outros, não falha nesse quesito. O funcionamento é magistral, cuja vitória depende praticamente da veia de estrategista do jogador (há apenas uma pequena participação do fortuito).

Em "Fire Emblem", isso quer dizer que a dificuldade é implacável, quase beirando a frustração. Não se trata, de qualquer ângulo que se analise, de um título para jogadores casuais. Estamos diante de um típico jogo "hardcore", para entusiastas ou fãs da série. Mas trata-se de uma dificuldade contornável, que representa verdadeiramente um desafio, no qual é necessário explorar todas as chances de obter vantagem.

Mesmo na opção "easy", não é raro ter algumas situações em que seus soldados morrem com apenas um ataque. E a morte, nessa série, é permanente. Esqueça magias ou outros métodos de ressurreição Quase sempre, isso significa ter que começar tudo de novo (ou a partir do último "battle save" - agora é possível "salvar" durante os combates, uma novidade bem-vinda), pois a perda de um personagem significa ainda mais dificuldade pela frente.

Pensando a tática

A mecânica de jogo é como a de um xadrez. O seu exército e o dos inimigos (às vezes há um terceiro grupo autônomo) estão posicionados num mapa, e cada uma das partes tem a sua vez de mexer nas "peças". Cada uma destas pode fazer um deslocamento e uma ação (como atacar, usar itens etc). Depois que tiver feito a jogada, passa-se a vez para o outro, e assim, sucessivamente.

Animação com cara de anime
Saber usar a arma correta é passo fundamental para a vitória. Tendo os combatentes equipamentos de alcance similares, um ataque é sempre seguido de contragolpe do oponente. Então, o plano básico é atacar de uma distância no qual o adversário não possa reagir. Mas não é só isso. Como nos outros games da série, existe uma relação de forças entre os tipos de armas: a espada se sobrepõe ao machado, que é superior à lança, que, por sua vez, é melhor que a espada. Essa vantagem representa danos adicionais e melhor precisão. Existe também uma relação similar com os elementos que regem a magia.

Como dito, é primordial utilizar essas características, pois, num confronto direto, os oponentes tendem a ser mais fortes que os soldados controlados pelo jogador. Isso é especialmente verdade nas partes iniciais do jogo, quando não há meios de treinar o exército. Mesmo assim, é freqüente alguém morrer e ter que recomeçar tudo de novo.

Parado no tempo

A mecânica de jogo continua sólida como sempre, e, afinal, é o que interessa, mas nenhum mal faria se a produção fosse mais caprichada. Não há nada em "Radiant Dawn" que demonstre ser um jogo para Wii - aliás, "Path of Radiance" também estava bem abaixo do que o GameCube poderia oferecer -, de tão pálido que são os gráficos. A história é contada com ilustrações estáticas e textos, que, em última instância, é uma metodologia usada desde a versão para Super Nintendo, de 1994. As cenas de combate, mais "cinematográficas", que eram um dos diferenciais da série, estão sem graça.

Não que seja tudo uma decepção: há uma fantástica abertura que imita um desenho animado, mas isso somente é utilizado esparsamente durante a campanha. Como na versão para GameCube, é uma pena que essas cenas não sejam usadas mais freqüentemente, pois, afinal de contas, trata-se de um jogo de nova geração, com preço idem. A parte sonora se sai melhor, com uma boa trilha musical, daquelas épicas, e com boas dublagens (usadas somente nas poucas cenas não-interativas).

Nenhum recurso único do Wii Remote é usado. Joga-se no estilo clássico, com o dispositivo de lado (há a opção vertical também, para usar apenas uma das mãos) ou com controles para GameCube ou o Classic Controller. De fato, não é fácil imaginar uma utilidade para o sensor de movimentos para "Fire Emblem". Por sua natureza modesta em termos de produção, talvez seja uma franquia que se adaptaria melhor no Nintendo DS, no qual a tela sensível certamente teria utilidade (para controlar os soldados com toques, por exemplo).

CONSIDERAÇÕES

"Fire Emblem: Radiant Dawn" possui o principal, que é a mecânica de jogo magistral, com aquele grau de desafio que os fãs se acostumaram a ter. Por outro lado, é um obstáculo instransponível para iniciantes e afugenta até que tem alguma experiência. Tradicionalismo é bom, mas a produtora Intelligent Systems parece fazer uma leitura fundamentalista do termo, e o resultado é um visual que deixaria a desejar no GameCube. Se você é fã de "Fire Emblem" e já jogou os títulos mais recentes, "Radiant Dawn" é parada obrigatória, já que completa a trama de "Path of Radiance". Mas, se esse não for o caso, vale mais a pena procurar os títulos do passado, que estão bem mais em conta e a experiência é tão gratificante quanto esta versão mais recente.

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    Fire Emblem: Goddess of Dawn (Wii)

    50 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Intelligent Systems
    Lançamento: 05/11/2007
    Distribuidora: Nintendo
    Suporte: 1 jogador, cartão de memória
    Outras plataformas: GB
    RecomendadoAvaliação:
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