UOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos onlineUOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos online
UOL BUSCA

Wii

Godzilla Unleashed

05/03/2008

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL
Astro de dezenas de filmes, histórias em quadrinhos, desenhos animados, livros e, claro, videogames, Godzilla é um dos maiores símbolos da cultura pop do Japão, para orgulho deles ou não. Embora o lagarto gigante da Toho tenha sido dado como morto ao fim do filme "Godzilla Final Wars" (2004), isto não impediu a Atari e a Pipeworks Software de continuar com o legado do personagem, em um jogo que segue com a história de seus dois antecessores para consoles da geração passada, "Godzilla: Destroy All Monsters Melee" e "Godzilla: Save the Earth". A julgar pelo resultado, aonde quer que o monstrão esteja, deve estar se revirando em sua tumba.

Mantendo a tradição

Durante seus mais de 40 anos de glória, Godzilla rodou bastante e encontrou muita gente esquisita, como homens das cavernas, fadas, alienígenas, agentes secretos, ninjas e até mesmo alguns personagens da Marvel. Sem dúvida o bicho tem bagagem e, se há algo em que o jogo acerta em cheio é na seleção de personagens: ela inclui alguns muito queridos por fãs, como o dragão espacial de três cabeças King Ghidorah, a mariposa Mothra, a planta gigante Biollante, os monstros robóticos MechaGodzilla e Gigan, e até mesmo alguns mais obscuros, como o andróide Jet Jaguar e o dinossauro Anguirus, com direito até à forte presença da lendária nave Atragon.

Outra coisa que o jogo parece seguir à risca é a narrativa: a maioria dos filmes de Godzilla nunca teve muito sentido, e constantemente o astro acaba perdendo destaque para algum personagem bizarro ou situações sem muita lógica. Aqui acontece o mesmo, pois ele divide a tela com uma porção de personagens classificados entre quatro facções: Earth Defenders, os monstros bonzinhos; Global Defense Force, os robôs gigantes; Aliens, os alienígenas que querem dominar a Terra; e os Mutants. que basicamente são os monstros que estão lá só para fazer volume e criar mais confusão. Todo mundo enrolado em uma trama sobre cristais misteriosos que caem do céu e alteram o humor das criaturas, tendo a ver com um ataque alienígena ou coisa que o valha.

Duelo de lendas
Pode não parecer, mas a mitologia da série é muito interessante e prende a atenção. São criaturas bizarras em tramas sem pé nem cabeça que têm um charme irresistível, talvez pela precariedade das produções que as criaram ou por todo o conjunto da maluquice. Pena que nada disso é explorado como merecia.

Lento e desengonçado

No modo de história, você deve escolher um monstro e seguir por objetivos determinados, que geralmente consistem em enfrentar um monstro ou dois, atacar cristais gigantes ou simplesmente quebrar tudo o que ver pela frente.

Tocar o terror no planeta não é nada difícil. Godzilla, por exemplo, faz isso com socos e chutes, que variam de acordo com o movimento realizado com o Wii Remote, e também com sua rajada radioativa. Mas não se empolgue muito, pois na prática isto não funciona como devia: os movimentos são lentos e é, sabe lá por qual motivo, o monstrão insiste em sempre soltar seu poderoso raio para o céu. Ainda que alguém possa dizer que os controles falhos sejam propositais, afinal os próprios monstros são lentos e desengonçados, o jogo não parece querer ser um simulador, portanto é seguro dizer que os controles são realmente ruins.

Um passeio por Monster Island
A simplicidade dos combates também incomoda. Não há muitas opções de ataque, a não ser os chamados "Power Surges", golpes especiais acumulados ao absorver a energia dos cristais. Godzilla, ao entrar neste modo, fica maior e ganha um montão de estrias vermelhas, o que lhe dá alguns ataques mais poderosos, mas como geralmente é complicado mirar e acertar alguém de propósito, o efeito é mais visual do que prático.

Se você, de certa maneira, conseguir sobreviver à história e continuar empolgado com o jogo, terá ainda algum material para explorar. Muitos dos monstros devem ser habilitados através da troca por pontos e há um modo multiplayer. Infelizmente as partidas seguem o mesmo ritmo do modo para um jogador, com combates simples e repetitivos.

Grande e feio

Apesar da grande variedade de criaturas, o jogo nunca consegue fazer jus ao tamanho delas. Os cenários são pequenos e não há uma sensação de peso ou de proporção dos bichos, com alguns poucos prédios ou outros objetos de cena que possam servir como referência ao seu tamanho.

Nada impede o monstro
Além disso, os gráficos são muito fracos, com modelos que apresentam pouquíssimos detalhes e texturas estouradas ou que simplesmente se recusam a carregar. O sistema de colisão parece inexistente, com prédios que desaparecem ou são demolidos sem deixar rastro. A câmera, então, nunca consegue mostrar o combate por inteiro.

"Godzilla Unleashed" se mostra um jogo é tão pobre que até mesmo para contar sua história utiliza recursos antiquados, com a narrativa mostrada por painéis estáticos em conjunto com grandes blocos de texto e uma dublagem dura de engolir - o que, novamente, não parece ser proposital para simular as tradicionais dublagens horrendas dos filmes em suas versões ocidentais.

CONSIDERAÇÕES

Ainda não foi desta vez que Godzilla conseguiu aparecer em um jogo à sua altura - algo que tenta fazer desde os tempos do Nintendo de 8 bits. "Godzilla Unleashed" é pobre e feito com pouco cuidado, não funcionando como deveria e servindo apenas para os masoquistas ou admiradores do universo do lagartão e das outras criaturas criadas pelo estúdio Toho.

Compartilhe:

    Receba Notícias

    GALERIA

    Godzilla Unleashed (Wii)

    35 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Pipeworks
    Lançamento: 05/12/2007
    Distribuidora: Atari
    Suporte: 1-4 jogadores, cartão de memória
    Outras plataformas: DS PSP PS2
    DispensávelAvaliação:
    Dispensável

    Shopping UOL

    UOL Jogos no TwitterMais twitters do UOL
    Foots - Jogo social online para Orkut
    Hospedagem: UOL Host