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Guitar Hero: Aerosmith

01/08/2008

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL
Fortes emoções
A franquia "Guitar Hero" se tornou a galinha dos ovos de ouro da Activision em pouquíssimo tempo, graças também à nova tendência de download de conteúdo extra, e a empresa parece estar determinada em extrair o máximo de sua poderosa marca. Sua nova grande sacada é "Guitar Hero: Aerosmith", o primeiro jogo da série focado em uma banda específica, no caso, obviamente, da já lendária banda rock norte-americana vencedora de 4 prêmios Grammy e integrante do Rock and Roll Hall of Fame.

É, com certeza, uma iniciativa muito interessante, que abre precedente para que outras bandas ganhem seus próprios jogos, mas que ainda precisa de mais capricho. Infelizmente, é um produto que parece feito às pressas, ou com certa preguiça, que tem apelo maior somente entre os fãs da banda e seguidores da série.

Mais do mesmo

Para os entendidos, "Guitar Hero: Aerosmith" está para "Guitar Hero III: Legends of Rock" como "Rock the 80's" esteve para "Guitar Hero II", ou seja, é fundamentalmente o mesmo jogo com novas músicas e algumas pequenas mudanças estilísticas. O esquema é simples e viciante, pedindo que você pressione os botões coloridos ao mesmo tempo em que paleta a strum bar acompanhando indicadores vão descendo pela tela, de acordo com as notas da música executada. Dá para jogar com o controle tradicional, mas boa parte da graça se dilui.

Todos os elementos do anterior estão presentes, como o Star Power, que garante mais pontos durante a execução das canções, assim como os mesmos personagens, roupas e itens. As novidades ficam apenas a cargo da inclusão dos temas do Aerosmith, cenários relacionados à sua história, vídeos, os modelos dos integrantes da banda e alguns modelos novos de guitarra utilizados por eles.

O que importa é a música

Aerosmith fala
Mas o que importa é a música, certo? Bem, os fãs do Aerosmith não têm muito do que reclamar, já que a seleção de faixas é bem interessante, misturando grandes hits com algumas canções mais obscuras, principalmente as extras do "The Joe Perry Project", banda criada pelo guitarrista em um breve período em que saiu do Aerosmith, no início da década de 80.

Só que aqueles que não são familiarizados com o trabalho do grupo, ou que conhecem apenas sucessos mais recentes, podem se decepcionar pelo óbvio fato de Perry ser o grande astro do jogo, e não o vocalista Steven Tyler. E por isto, algumas baladas mais radiofônicas a exemplo de "Crazy", "Amazing" e "I Don't Wanna Miss a Thing" não dão as caras, cedendo espaço para músicas com pegadas mais pesadas. Claro, para privilegiar solos de guitarra, base da mecânica do jogo e, conseqüentemente, jogando luz sobre alguns dos riffs mais famosos de Perry, como em "Mama Kin", "Walk this Way" e "Love in an Elevator".

Isto não só interfere no modo de jogar quanto acaba também diminuindo a dificuldade característica da série consideravelmente - o que é bom para novatos ou fãs do conjunto que querem curtir o game sem ter que treinar muito. Como belos hitmakers que são, os caras do Aerosmith apostam sempre em refrões fortes, que se repetem à exaustão em algumas músicas para grudarem na cabeça do público, deixando tudo um tanto quanto previsível e mecânico diante de outras edições do jogo.

E mesmo com faixas de outros artistas como The Cult e Cheap Trick complementando o pacote, a seleção nunca parece ser realmente desafiadora. É algo que piora diante da posição da Activision de não unificar o acervo de download, ou seja, as canções de "Guitar Hero III" não funcionam aqui, e você não pode baixar novas músicas também.

Turnê limitada

The Clash também participa
Sem a funcionalidade de download, a vida útil de "Guitar Hero: Aerosmith" fica seriamente comprometida. Você tem à disposição apenas as músicas extras e a opção de caçar os itens desbloqueáveis que pode já ter visto no predecessor, além das partidas online nas plataformas que suportam este modo. Novamente, o que vale é a curiosidade de acompanhar a trajetória da banda, que de maneira malandra, só faz menção aos fatos positivos de sua história, varrendo para debaixo do tapete os problemas com drogas e brigas internas.

Há algumas curiosidades que surgem como texto durante as telas de carregamento, ou vídeos com depoimentos dos integrantes, que surgem de forma estendida nos extras. Os estágios também são subdivididos de acordo com alguns acontecimentos importantes na carreira do grupo, como o show no Super Bowl, em 2001, ou a indicação para o Rock and Roll Hall of Fame, no mesmo ano.

Agora, o mais estranho é que a banda tenha tido tamanha influência na hora de selecionar somente os eventos que mais lhe interessavam e acabaram aprovando os gráficos do jogo. Tyler e Perry, especialmente, estão longe de ser modelos de beleza na vida real, mas suas contrapartes digitais são simplesmente medonhas. Os outros integrantes, Tom Hamilton e Brad Whitford e Joey Kramer, foram retratados de maneira mais feliz, mas em geral, a representação virtual da banda deixa a desejar, parecendo um pouco robótica e sem vida, mesmo tendo contado com os próprios para a captura de movimentos.

CONSIDERAÇÕES

"Guitar Hero: Aerosmith" é lançamento que tem cara de caça-níqueis. Não há nenhum elemento novo que possa justificar um novo título avulso; bastava lançar um grande pacote de músicas para o jogo, como aconteceu recentemente com "Rock Band", que levou um do "The Who". Felizmente a mecânica do jogo ainda consegue contagiar e, aliada ao carisma do Aerosmith, fica difícil guardar algum tipo de ressentimento, principalmente se você for fã da banda.

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    Guitar Hero: Aerosmith (Wii)

    14 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Vicarious Vision
    Lançamento: 29/06/2008
    Distribuidora: Activision
    Suporte: 1-2 jogadores
    Outras plataformas: PC PS3 X360 PS2
    RecomendadoAvaliação:
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