Let's Tap

CLAUDIO PRANDONI
Colaboração para o UOL

Trailer da E3 2009

Famoso por ter dirigido o primeiro "Sonic the Hedgehog" (e muitas vezes erroneamente creditado como criador do ouriço), Yuji Naka há tempos não cuidava de um novo jogo. Há três anos o game designer saiu da Sega e fundou o estúdio Prope, mas só agora vieram os primeiros frutos da empresa.

"Let's Tap" é o principal título da primeira geração de projetos da Prope e consegue sintetizar bem a proposta do estúdio de conceber jogos com propostas originais de visual e mecânica e ao mesmo tempo afirma Yuji Naka como um profissional competente e não apenas um produtor com excesso de crédito indevido pelo sucesso de Sonic.

O título exclusivo de Wii peca na quantidade de conteúdo, mas apresenta um estilo de controle tão inusitado e criativo que combina tão bem com visual e som que fica difícil não simpatizar com o game. Em vez de usar o Wii Remote em mãos, deve-se apoiar o controle em uma caixa e batucar nela. As vibrações são sentidas pelo Remote que as traduz em comandos para o jogo.

Subtítulo

Cansou de minigames? Eles não...

"Let's Tap" é uma coletânea básica, porém variada de minigames. O mais elaborado é o Tap Runner, que ilustra também a caixa e as principais publicidades do jogo. Nele, bonequinhos coloridos disputam corridas tendo de sobrepujar obstáculos diversos como barreiras e passagens estreitas. Cada desafio deve ser vencido de uma forma diferente, apresentando a maior variedade de comandos para a curiosa mecânica de jogo.

Rhythm Tap é um jogo musical à moda "Donkey Konga" e "Taiko: Drum Master" e Silent Blocks remete a brinquedos como Jenga, em que se deve retirar blocos de uma torre sem derrubá-la. Bubble Voyager é uma aventura com progressão lateral em que um herói voador deve desviar de espinhos e outros inimigos, tendo à disposição diversas armas com as quais destruir obstáculos e adversários.

Por fim, o Visualizer não é exatamente um jogo, visto que consiste em apenas ficar batucando e brincando, causando na tela erupções artísticas de cores e sons. Eventualmente surgem objetivos para completar, mas nada tão direcionado com os outros modos.

Todas as opções impressionam pela versatilidade e eficiência do método de controles. A princípio pode soar bobo, mas o tutorial é eficiente em ensinar o básico e com pouco mais de 15 minutos de brincadeira pode-se dominar as nuances do sistema. De fato, a mecânica é extremamente sensível (algo que pode ser ajustado nas opções) e no começo pode confundir e parecer falha, mas um rápido treino traz resultados excelentes e permite usufruir da inusitada maluquice e desafio de "Let's Tap".

Uma vez que se acostume à inovação se evidencia a falta de profundidade das opções de jogo. A variedade de estilos é boa, mas todos pouco explorados, exceção feita apenas ao Tap Runner que rende acirradas partidas multiplayer. No minigame musical a simplicidade e quantidade de faixas é baixíssima e Bubble Voyager tem poucas fases. Silent Blocks não é brincadeira indicada quando estiver sozinho, mas em partidas em até quatro amigos rende risadas e diversão sem complicações.

Trailer da Tokyo Game Show 2008

O visual atende bem à promessa da Prope de oferecer algo diferente com apelo tanto a público jovem quanto maduro. Os gráficos 3D são todos bem coloridos, mas estilizados, lembrando, curiosamente, produções da Sega como "Rez" e "Virtual On".

A trilha sonora capricha com uma seleção de faixas eletrônicas de renomados compositores japoneses do estilo que agrada fãs do gênero musical, mas pode causar estranhamento de forma similar à Katamari. Impera variedade com elementos a exemplo de corais de criança e ritmos trance frenéticos.