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MadWorld

24/03/2009

CLAUDIO PRANDONI
Colaboração para o UOL
Violência exagerada no trailer da E3 2008
O Wii é um videogame para crianças e, portanto, não possui jogos violentos, menos ainda violentos e de qualidade. A própria premissa parece ser confirmada pela Nintendo, produtora do aparelho, que lança apenas jogos coloridos e bonzinhos, focados em diversão para toda a família e controles fáceis de dominar, como "Wii Sports e "Super Mario Galaxy".

Contudo, o jogador mais aficionado, o chamado gamer hardcore, que busca experiências de jogo complexas e profundas e não abre mão de violência extrema e experiências controversas nos controles também acha espaço - ainda que pequeno no Wii - e "MadWorld" vem para se consolidar como um dos principais representantes desta categoria ao lado do esquisito e aclamado "No More Heroes".

Primeiro fruto do promissor estúdio Platinum Games, por sua vez formado pelos ex-integrantes da Clover (entre eles Atsushi Inaba, diretor de "MadWorld"), produtora responsável por pérolas como "Okami" e "Viewtiful Joe", o game se caracteriza pela violência extrema, o visual cheio de estilo e uma mecânica de controles fácil e divertida, ainda que muito repetitiva às vezes.

O intrincado jogo da morte

O protagonista é Jack, um brutamontes mal encarado que possui uma serra elétrica acoplada ao braço direito. Ele participa de uma espécie de reality show chamado DeathWatch, no qual áreas de uma grande cidade são isoladas e convertidas em campos de genocídio. Quanto maior a carnificina que um competidor causa, mais pontos ganha e mais sucesso faz junto ao público.

Trailer natalino
Paralelamente se desenrola uma trama que visa a desmascarar todo esse circo da morte e Jack é peça fundamental servindo como um espião infiltrado dentro do jogo. Apesar de parecer simples e lembrar até a premissa do também controverso Manhunt, MadWorld apresenta requinte e polidez no roteiro, este curiosamente assinado por Yasumi Matsuno, criador do intrincado reino de Ivalice, cenário dos RPGs da série Final Fantasy Tactics e "Final Fantasy XII". De tramas políticas confusas e de temática medieval, Matsuno migra com êxito para um conto urbano sujo e violento, criando uma história interessante e agradável de acompanhar.

Para ressaltar o aspecto matador da trama, o visual tem importância fundamental. Tudo aparece em tons saturados de preto e branco, exceção feita apenas ao sangue, que jorra dos inimigos em um vermelho vívido. O impacto é grande e lembra muito a história em quadrinhos "Sin City", de Frank Miller - não seria de se estranhar nem um pouco que os produtores do game admitissem uma clara inspiração. Na teoria o estilo pode parecer cansativo, mas o trabalho é eficiente e não enjoa. As animações fluem bem e o visual caricato atenua a violência absurda.

Controles matadores e repetitivos

Os controles são bem simples e usam de forma inteligente e contida os sensores de movimento do Wii Remote. Os ataques principais são desferidos apertando botões comuns. Contudo, para usar a serra elétrica é necessário pressionar uma tecla e balançar o controle, algo intuitivo e divertido. Da mesma forma acontece com alguns itens. O taco de baseball é melhor aproveitado se você movimentar o controle como tal. Ao pegar um barril ou pneu basta movimentar para baixo a fim de enfiá-lo em um inimigo e com um poste em mãos chacoalhe para cravá-lo na testa do adversário.

Conforme se avança, os duelos contra inimigos e chefões são pontuados por minigames que exigem movimentos específicos dos controles e finalizam o combate - algo que remete a "No More Heroes". Além disso, cada fase conta com uma série de atividades especiais, quase como gincanas, cada uma com uma espécie de temática. Logo no primeiro nível, uma das tarefas envolve matar a maior quantidade possível de inimigos jogando-os em uma turbina de avião. Em outra fase o lance é arremesar inimigos em espetos colocados de forma estratégia nas partes íntimas de painéis gigantes de belas moças, usando como propulsor garrafas de champanhe sob pressão e enfiadas na goela dos bandidos. Bizarro, mas engraçado se o jogador souber encarar como uma sátira e não apologia à violência.

Um esporte pouco convencional
Apesar da variedade de minigames e combates com chefões ser razoável, pesa a repetição em "MadWorld". No final, tudo se resume a matar e matar. Jack pula, mas principalmente para atacar, elementos de exploração e plataforma até existem, só que meramente como maneiras de alcançar itens ou mais armas para justamente matar e matar mais.

Infelizmente a repetição acaba sendo evidenciada por outro aspecto chato de "MadWorld". Após passar cerca de dez a vinte minutos dilacerando seres humanos e chegar ao chefão do nível, caso perca para ele é necessário fazer todo o estágio de novo. Desanimador.

Toda essa carnificina pode ser compartilhada com um amigo no modo multiplayer com tela dividida, que se resume a disputas por placares altos nos minigames das fases - infelizmente nada de uma opção de modo campanha cooperativo.

Como última e grande porém do jogo, "MadWorld" é uma aventura curta. A história principal leva pouco menos de oito horas para ser completamente finalizada, o que acaba sendo uma falha já que o roteiro é bom e o game em si divertido, mesmo com as repetições e eventuais frustrações.

Para finalizar com esmero o pacote, o título apresenta uma trilha original marcante, composta basicamente por raps rápidos e pesados cujas letras aludem aos personagens e situações vistos no game. Felizmente a dublagem não deixa por menos, contando com uma atuação incrível e bem característica de todos os personagens.

CONSIDERAÇÕES

Divertido e bonito, "MadWorld" marca época no Wii pela violência absurda e o alto nível de competência técnica em todos os quesitos. Apesar da curta duração e falhas chatas como a repetitividade, é um título obrigatório para quem procura no Wii uma experiência bem diferentes dos jogos coloridos e coletâneas de minigames que infestam o aparelho.

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    GALERIA

    Madworld (Wii)

    94 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: platinumgames
    Lançamento: 10/03/2009
    Distribuidora: Sega
    Suporte: Cartão de memória
    ImperdívelAvaliação:
    Imperdível

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