UOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos onlineUOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos online
UOL BUSCA

Wii

Red Steel

04/12/2006

da Redação
Desenvolvido pelo estúdio da Ubisoft em Paris, "Red Steel" foi considerado, desde o seu anúncio oficial, em maio de 2006, o carro-chefe entre os primeiros títulos da produtora para o Wii. Muito disso graças à mistura de seqüências de tiro com lutas de espada, requintadas pelo sensor de movimentos do Wii Remote, sem falar na ambientação atraente, composta por cenários do Japão e dos Estados Unidos.

Porém, na prática, comandos limitados e, em alguns casos, mal-executados, somados às cenas de ação repetitivas e pouco desafiadoras, levaram as expectativas ralo abaixo, transformando "Red Steel" em uma decepção - não por ser um game ruim, mas simplesmente muito aquém do esperado.

Engessado

O personagem principal é Scott Monroe, cuja noiva é seqüestrada e seu pai, um figurão da máfia japonesa, acaba morto por uma gangue rival. Resta ao rapaz percorrer vários locais, de Los Angeles a Tóquio, em busca de sua amada, não sem travar confrontos com a Yakuza e outros bandidos do gênero.

Existem outros fatos na trama, que não vamos contar para não estragar a surpresa, mas nada suficiente para salvar dos clichês a história, pouco original e nada profunda. Como a visão permanece o tempo todo em primeira pessoa, Monroe não fala e, conseqüentemente, não apresenta traço de personalidade nenhum. São poucos e efêmeros os diálogos e, mesmo as animações, que lembram "Sin City", pelo ar de história em quadrinhos, não acrescentam muito ao todo.

"Red Steel", por outro lado, é uma boa amostra de como os controles de um típico "shooter" podem ser transpostos para o console da Nintendo. Tanto o Wii Remote quanto o Nunchuk são utilizados em uma razoável variedade de funções. Para mover Scott, por exemplo, usa-se a alavanca analógica, enquanto o Wii Remote é empregado para mirar, de maneira bastante intuitiva.

Com os botões, são desempenhadas funções usuais, dentre elas pular, agachar e atirar, além de outras mais elaboradas: para ativar o modo zoom, por exemplo, é necessário pressionar o botão A e mover o Wii Remote à frente, como que aproximando a mira do alvo. Ao pressionar os botões a e C simultaneamente, a velocidade é desacelerada por alguns instantes, que você pode usar para abater vários inimigos sem muito trabalho.

Durante o jogo, o Nunchuk também desempenha funções periféricas relacionadas à interação, como abrir portas, apanhar itens, recarregar a arma etc. Para tanto, basta sacudir o controle para cima e para baixo, quando o ícone interativo aparecer na tela.

Na teoria, os controles funcionam muito bem, mas há uma dificuldade que coloca quase tudo a perder: para deslocar a visão pela tela, invariavelmente, é preciso levar o cursor da mira para a respectiva extremidade, o que torna a movimentação do personagem um verdadeiro martírio. Chega a cansar o número de vezes em que você é alvejado sem sequer ver o oponente na tela e, claro, não é difícil morrer por causa da lentidão.

Provavelmente ciente de tal problema, a Ubisoft quis compensar de algumas formas: em primeiro lugar, com a barra de energia que, "milagrosamente", recupera-se totalmente assim que Scott passa alguns instantes sem ser alvejado; em seguida, pela abrangência da janela de mira, que facilita muito eliminar o alvo; finalmente, os inimigos, dotados de uma "burrice artificial" avançada, se limitam a saco de pancadas (ou melhor, de tiros), oferecendo alguma dificuldade somente quando estão em grandes dificuldades.

Espadachim de araque

As lutas de espada, provavelmente a principal atração de "Red Steel", acontecem com freqüência durante a campanha single-player, que dura entre 10 e 12 horas. Ao se deparar com um inimigo munido da arma, automaticamente Scott saca a sua, e lutar é a única opção disponível.

Assim como acontece nas seqüências de tiro, há problemas aqui: para começar, não espirra nem uma gota de sangue sequer, conseqüência da classificação etária T ("Teen"), cujo conteúdo é mais brando. Não que uma carnificina seja necessária, mas cortar seu inimigo com a espada várias vezes e não ver glóbulos vermelhos é um pouco demais.

Nas lutas com a espada, Scott segura duas delas, uma em cada mão. A da esquerda, controlada pelo Nunchuk, serve para se defender-se do adversário; a da direita, logicamente, é para atacar. Embora desferir golpes seja divertido, falta variedade: o ritmo das investidas é devagar e falta uma variedade maior de movimentos. Logo, os duelos são esteticamente agradáveis, mas até certo ponto pobres e sem muita estratégia.

Durante os confrontos, a área de movimentação fica restrita e, caso os personagens se movimentem muito para uma extremidade, interrompem o combate e voltam para o centro, o que soa surreal - tão surreal quanto o fato de que você não pode utilizar armas de fogo, como se tivesse apenas a espada à mão.

Ao final, você pode executar seu adversário ou poupá-lo, opção esta que rende alguns pontos de respeito, que destravam novos movimentos. Nas primeiras vezes, é interessante arriscar golpes, principalmente conforme os mais interessantes são liberados. Contudo, a impressão final é a de que o Wii Remote pode muito mais do que o visto em "Red Steel".

Jogar sozinho é mais legal

As seqüências de ação acontecem quase o tempo todo, sendo que os poucos quebra-cabeças que arriscam aparecer nem sequer merecem ser considerados como tal, de tão simples que são. Os cenários até oferecem uma variedade de locais para se esconder, mas considerando as facilidades do game, não há o mínimo estímulo para tentar algo diferente.

Ao menos, o arsenal é variado, passando pelos armamentos manjados, como revólver, metralhadora, escopeta, rifle de precisão e granadas. Como os cenários são surpreendentemente interativos, dá para fazer um bom estrago nos móveis, vidros paredes e demais elementos.

O Wii, como se sabe, tem capacidade para partidas online, mas "Red Steel" não a utiliza, limitando-se a um multiplayer sem graça, para até quatro participantes, via tela dividida. Além do deathmatch (em times também), há a modalidade Killer, em que o jogador recebe as instruções para a missão através do controle, como se este fosse um telefone - mas, se a intenção era manter algum segredo, não funciona, pois a caixa de som do controle é alta o suficiente para que todos ao redor ouçam. Para completar, o multiplayer não inclui lutas de espada.

Com um multiplayer fraco e um modo single-player caracterizado por fases lineares, sem qualquer estímulo para serem exploradas com maior atenção, "Red Steel" tem uma vida útil das mais curtas, sem estímulos suficientes para que o jogador se aventure novamente pelos níveis.

Os gráficos impõem respeito, ao menos ante à leva inicial do Wii, mas também estão abaixo do esperado. Os efeitos visuais são provavelmente o maior atrativo de um visual que sofre com texturas mal-acabadas e constantes quedas na taxa de quadros por segundo. O som, por sua vez, é composto por belas músicas e efeitos, mas as vozes têm um sotaque japonês que, de tão forçado, chega a ser engraçado em certos momentos.

Abortar a missão

CONSIDERAÇÕES

"Red Steel" não é um jogo ruim, mas falha em quesitos básicos, que comprometem a experiência como um todo. Gráficos, controles, multiplayer e mesmo o transcorrer da campanha single-player, decepcionam aqueles que aguardavam um game de tiro acima da média. Assim, fica difícil indicá-lo para qualquer perfil de jogador, deixando para "Call of Duty 3" o título de melhor shooter da leva inicial do Wii. Quem sabe outra produtora - ou a própria Ubisoft, à medida que "Red Steel 2" já está em produção -, aproveite as boas idéias do game para um novo projeto.

Compartilhe:

    Receba Notícias

    GALERIA

    Red Steel (Wii)

    85 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Ubisoft
    Lançamento: 14/11/2006
    Distribuidora: Ubisoft
    Suporte: 1-4 jogadores, cartão de memória
    RegularAvaliação:
    Regular

    Shopping UOL

    UOL Jogos no TwitterMais twitters do UOL
    Foots - Jogo social online para Orkut
    Hospedagem: UOL Host