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Resident Evil: The Umbrella Chronicles

08/01/2008 16h58

Não é a primeira vez que "Resident Evil" vira um "jogo de pistola", um gênero que parece de tiro em primeira pessoa, mas o deslocamento do personagem acontece automaticamente (por isso, também é conhecido como jogo de tiro "sobre trilhos"). Antes de "The Umbrella Chronicles", "Survivor" (PSOne) e "Dead Aim" (PS2) empunharam suas armas contra os zumbis.

O game para Wii é superior aos seus "antecessores espirituais", mas isso não é exatamente um elogio, já que eles são considerados "os primos pobres" da franquia de maior sucesso da Capcom. Dito isso, a produtora se esforçou para dar autenticidade ao game, ao contar a trajetória da companhia Umbrella, a origem de toda desgraça que recaiu sobre Raccoon City, e, de quebra, relembrar os momentos marcantes da franquia principal.

O game é composto por quatro partes principais: a primeira começa com o incidente do trem de "Resident Evil 0"; a segunda acontece dentro da mansão do "Resident Evil" original; a terceira narra a fuga de Raccoon City, visto em "Resident Evil 3"; e, por fim, a quarta parte traz uma história original, que conta os momentos derradeiros da Umbrella e cujas imagens parecem se inspirar nos filmes de "Resident Evil".

Apontar e atirar

Abertura do jogo
A mecânica de jogo é simples: basta mirar com o wii-remote e apertar o botão para atirar. Como dito, o deslocamento é automático, mas o direcional do Nunchuk permite deslocar um pouco a visão. Mas não se trata de um teste de reflexo como em "Virtua Cop" ou "House of the Dead", ambos da Sega. A ação é bem ao estilo de "Resident Evil", mais cadenciado.

Os inimigos são em sua maioria lentos, mas isso não quer dizer que o game seja fácil. É que as armas secundárias, mais fortes, têm munição contada, e a pistola básica, com balas infinitas, vai ficando cada vez mais ineficiente no decorrer das fases. Com essa arma fraca, é preciso acertar vários disparos até derrubar um zumbi, mas, quase sempre os oponentes aparecem em bandos.

Há um jeito de se livrar mais facilmente dos oponentes, acertando-lhes seu ponto fraco (a mira pisca em vermelho). O problema é que o controle da mira é diferente dos outros games. Supõe-se que sua posição seja calculada pela média, o que explicaria a sua estabilidade (sem tremidos), mas esse método tem o inconvincente de não permitir movimentos rápidos e precisos. E, assim, é complicado para acertar os pontos fracos dos inimigos. A troca de armas também é ruim: aperta-se um botão para circular entre as opções, o que atrapalha quando há muitas armas (há fases que você pode carregar mais de cinco tipos).

Assim, faz parte da estratégia trocar de arma quando necessário, mas sempre guardando farta munição para os chefes, que costumam ter grande desafio. Esse é daqueles jogos que se torna mais fácil quando se estuda as fases, já sabendo de antemão os perigos que aparecem pela frente. Além disso, ao passar de fase, ganha-se estrelas que são usadas para melhorar as armas secundárias. Ou seja, você pode fazer um mesmo estágio repetidas vezes e fazer quantos "upgrades" for necessário.

Relembrando o passado

O frio e sombrio Wesker
Mas "The Umbrella Chronicles" não é só dar tiros em zumbis e outras criaturas horrendas. Destruir os objetos também tem importância, pois podem revelar itens preciosos e arquivos que contam detalhes do enredo da série, algo que deve ser apreciado pelos fãs. Às vezes, portas também podem ser quebradas, revelando novos caminhos (há também rotas alternativas que aparecem sem precisar destruir nada).

A produtora se esforçou para dar variedade ao game, incluindo, por exemplo, cenas interativas, que consiste em realizar uma ação mostrada na tela (apertar certo botão ou chacoalhar o Nunchuk), para escapar ileso de uma situação (a falha resulta em perda de energia ou até mesmo em morte instantânea). Não são tão complexos e empolgantes como os de "Resident Evil 4", mas servem para quebrar a monotonia. Essas cenas são usadas extensivamente nos confrontos contra os chefes de fase, o que eleva a dificuldade.

No entanto, apesar de todos os esforços, trata-se de um jogo repetitivo por natureza, com apenas algumas poucas espécies de inimigos. O tamanho do game surpreende para um jogo de pistola, tendo quase o dobro de fases que se supõe inicialmente, totalizando em torno de dez horas de duração. Nessa jornada, os fãs gostarão de saber que não apenas revivem a nostalgia (o mapa de mansão é igual ao game original, por exemplo, com muitos dos itens nos mesmos locais), mas também descobrem trajetórias paralelas dos personagens coadjuvantes, principalmente do misterioso Albert Wesker.

Armas em mãos

O game aceita basicamente dois tipos de configuração: com e sem o Zapper, o acessório que "transforma" os controles do Wii numa pistola. Com o Zapper, a sensação de imersão é ligeiramente maior, pelo fato de estar manipulando uma arma. Outras vantagens incluem a mira mais firme e menor cansaço, mas é pior para os movimentos que exigem gestos, como recarregar a arma, usar a faca e se desvencilhar dos zumbis.

O visual de "Resident Evil: The Umbrella Chronicles" é competente, principalmente no que diz respeito aos zumbis e monstros, bem detalhados e fiéis aos modelos originais. Já o cenário sofre com texturas pouco definidas, mas, ainda assim, mantém o clima de assombração que é peculiar à série. Os efeitos sonoros são o.k., mas a dublagem é ruim como sempre (claro que não se compara ao primeiro "Resident Evil" e sua "lendária" interpretação) e as músicas, genéricas, fogem do tema.

Nota: 6 (Razoável)