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Tales of Symphonia: Dawn of the New World

16/12/2008

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
Abertura em animê
Quando "Tales of Phantasia" saiu para o Super Nintendo, em 1995, foi considerada uma proeza técnica, por trazer música cantada, algo que nunca havia sido feito antes no console de 16 bits da Nintendo. Sendo também um RPG bem-feito, virou um dos principais games do concorrente do Mega Drive e hoje é a principal franquia de RPG da Bandai Namco. Com fãs fiéis, a série passou por altos e baixos. "Tales of Symphonia" lançado originalmente para GameCube em 2004, é um dos momentos de destaque na série. Mas sua continuação direta, o primeiro para o Wii, joga no time dos episódios medíocres.

Um lançamento como o de "Dawn of the New World" poderia ser motivo de comemoração para os donos de Wii, pois o console tem poucos RPGs japoneses em sua biblioteca de jogos. Mas, infelizmente, é um titulo que representa o que tem de atrasado no gênero, trazendo uma manjada progressão de enredo altamente linear, intercalando cenas de jogo com partes não-interativas.

Emenda pior que o soneto

Como é tradição, a abertura é uma animação feita a mão, mas já não impressiona como outros games da série. O título acontece dois anos depois do primeiro "Tales of Symphonia", quando os mundos de Tethe'alla e Sylvarant se fundem, e uma nova árvore mística nasce. Mas a morte da antecessora causa desequilíbrio nas condições climáticas e criaturas sinistras passam a atacar cidades. Para colocar ordem, a garota Marta quer despertar Ratatosk, o rei dos monstros. O protagonista Emil, um garoto tímido que teve os pais assassinados, junta-se à garota com o intuito de ter poderes para vingar a morte de sua família. Nessa jornada, os dois encontram diversos rostos do game anterior. A história parece confusa? Essa impressão só se reforça ao longo do game. Uma parte é culpa de traduções ruins do japonês, mas o material original também é ruim.

A progressão do jogo é bem linear. Quase sempre, o jogador deve explorar uma cidade, conversar com alguém especificamente, ativar uma cena não-interativa - elas compõem grande parte da duração do game, mas podem ser cortadas -, e partir para a exploração de algum calabouço e enfrentar um chefe de fase. Agora, nem ao menos há um mapa-múndi para explorar: tudo funciona por um sistema de menus, que indica os lugares que estão abertos para visitação.

As cidades trazem os estabelecimentos que costumam existir em quase todos os RPG japoneses: hotéis e lojas de itens e armas. Os equipamentos vendidos, convenientemente, vão ficando cada vez melhores à medida que avança na aventura. Além de comprar equipamentos já prontos, também há a opção de criar novos objetos, a partir de matérias-primas. A não ser que o jogador queira os melhores equipamentos do game, não há muitos motivos para usar esse recurso, visto que espadas e armaduras "comuns" já servem para prover boa proteção e poder de fogo aos personagens. Há também lojas que vendem ingredientes para as receitas de comida, que, nesse game, serve para alimentar os monstros aliados, que serão explicados mais para frente no texto.

Personagens carismáticos
As cavernas e masmorras também têm uma arquitetura simples, e os exploradores têm pouco trabalho a fazer. É verdade que existem algumas passagens secretas, mas nem de longe são complicados de descobrir. Como dito, a aventura é linear, e uma das poucas opções para fugir dessa rotina é aceitando as missões de uma guilda mantida por pessoas vestidas de gato. Mas não espere muita coisa, pois as missões costumam ser simples e o jogador é levado para o local onde ocorre a missão, só podendo sair de lá se desistir ou cumprir os objetivos.

Você não tem que pegar todos

As batalhas são o que "Dawn of the New World" tem de melhor, ainda que não tenha evoluído quase nada em relação aos antecessores. Os combates acontecem quando o jogador toca em alguma criatura na tela de exploração, e, depois de uma pausa para carregar os dados - o que é irritante, por sinal -, aliados e oponentes estão numa arena. Dependendo do jeito que o encontro acontece - quem for pego de costas fica em desvantagem - a situação inicial varia. As batalhas se assemelham a um jogo de ação, no qual o personagem controlado pelo jogador dispõe de diversos golpes. O botão A faz os ataques normais, enquanto o B ativa as "artes", como são chamadas as técnicas especiais e magias, que gastam energia TP.

Além desses golpes, também existe o Unisson Attacks, que geralmente são executados com a ajuda de outros personagens e correspondem a alguns dos ataques mais fortes do game, com direito a uma apresentação especial. Por outro lado, não podem ser ativados a qualquer hora, somente quando se tem pelo menos metade de uma barra especial, que vai sendo preenchido ao longo do combate. O computador geralmente tem uma inteligência artificial esperta o suficiente para se manter vivo e auxiliar de maneira eficiente (como usar magias de cura para alguém que esteja com a energia baixa), mas o jogador ainda pode refinar as estratégias ou pedir para amigos assumirem esses personagens. O nível de dificuldade não é alto, mas há certos momentos em que a força dos inimigos - principalmente de alguns chefes - dá um salto, sendo desproporcional à evolução do nível dos guerreiros controlados pelo jogador. Essa situação obriga a uma das práticas mais ingratas dos RPGs: ficar lutando contra monstros fracotes para aumentar o nível dos personagens.

Além de ganhar mais ataques especiais e habilidades, os combates também são a oportunidade para fazer com que os monstros se tornem aliados. Mas, para o jogador que quer apenas terminar o jogo, não vale muito a pena ficar caçando essas criaturas. Primeiro, as condições de captura são um tanto difíceis de controlar e, depois, os aliados humanos são muito melhores que os monstros, mesmo podendo evoluir e se transformar em outras espécies. Mas, para quem quiser se especializar no assunto, há centenas de criaturas para capturar.

Datado

Mundo de aventuras
Visualmente, "Dawn of the New World" também não impressiona. Mesmo levando em conta que a capacidade do Wii é apenas um pouco melhor que a do GameCube, os gráficos são genéricos e há pouca interação entre os personagens e o cenário. É verdade que "Tales of" nunca foi de ter muitos detalhes devido ao seu estilo anime, mas títulos como "Tales of Vesperia" ou "Tales of Symphonia" mostraram como fazer visuais belos dentro dessa expressão de arte. Felizmente, os "bonecos" estão mais inspirados, e ficaram parecidos com personagens de desenhos animados, com todas aquelas expressões faciais tipicamente exageradas. Mas a baixa resolução do videogame deixa as texturas pouco definidas e os serrilhados bem aparentes.

Para um RPG, o game pode ser considerado curto, com cerca de dez horas para terminar a aventura principal. E parte considerável desse tempo é para ver as cenas não-interativas, que traz um enredo enrolado e com pouco nexo. Já os "skits", uma espécie de teatrinho com imagens de rosto dos personagens, podem ser um pouco mais divertidos, por trazer situações e lados inusitados dos envolvidos, ainda que tenha sofrido na tradução - como se sabe, é difícil transpor um humor que funciona numa língua e cultura para outra. Por um lado, é bom que todas as falas das cenas não-interativas (e dos "skits" também) sejam dubladas, mas, infelizmente, as interpretações não estão nada inspiradas. A trilha sonora mescla melodias típicas da série com um rock genérico nos combates.

CONSIDERAÇÕES

O Wii sofre de uma carência de RPGs, tanto japoneses quanto ocidentais, mas não é "Tales of Symphonia: Dawn of the New World" que vai saciar essa fome. Não é que haja algo errado com o título: é um RPG correto, que não corre riscos, mas tão conservador que é praticamente arcaico. Os fãs da série com certeza já viram muitos "Tales" melhores e "Dawn of the New World" não é o episódio mais indicado para conhecer a série. Se você só tem o Wii, não há muitas alternativas, a não ser esperar pelo próximo capítulo.

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    Tales of Symphonia: Dawn of the New World (Wii)

    188 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Namco Bandai
    Lançamento: 11/11/2008
    Distribuidora: Namco Bandai
    Suporte: Cartão de memória
    RegularAvaliação:
    Regular

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