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Transformers: Dark of the Moon

PABLO RAPHAEL

da Redação

10/08/2011 10h30

"Transformers: Dark of the Moon" é um bom jogo, ainda mais por se tratar de um "tie-in", um produto licenciado de filme, que, assim como lancheiras e mochilas escolares, tem como única obrigação estar nas lojas na semana da estréia do longa-metragem. Com estágios bem planejados e vários robôs para controlar, o game da High Moon não supera "War for Cybertron", mas agrada aos fãs dos Transformers. Mas se não fosse tão curto e se tivesse campanhas separadas para Autobots e Decepticons, seria um jogo muito melhor.

Introdução

"Dark of the Moon" traz de volta os robôs da franquia "Transformers" e coloca o jogador no controle dos Autobots e dos Decepticons em uma aventura que antecede o terceiro longa-metragem, "Transformers: O Lado Escuro da Lua". Produzido pelo estúdio High Moon, o game aproveita elementos de "War for Cybertron", melhor jogo da franquia até agora e traz novidades como a forma Stealth, uma transformação intermediária entre carro e robô.

Pontos Positivos

Jogar com vários Transformers

Em cada fase de "Dark of the Moon", você controla um Transformer diferente, com poderes e habilidades específicos: Bumblebee é mais ágil e bom no corpo-a-corpo, Ironhide usa artilharia pesada e granadas teleguiadas e assim por diante. Os estágios são lineares e planejados para aproveitar as características do personagem, o que dá um bom ritmo ao jogo. O mesmo vale para as lutas contra os chefões, que exigem o uso inteligente do cenário e das habilidades do personagem para garantir a vitória.

Forma Stealth

Uma das novidades no game é a forma intermediária entre carro e robô, chamada "Stealth", furtivo em inglês. Mesmo que não tenha nada de furtivo em um carro voador com canhões brotando do capô, a nova forma permite um controle melhor do personagem do que a forma de veículo. Na prática, é uma adaptação da forma veicular de "War for Cybertron", que flutua como um hovercraft e resolve o problema dos carros no jogo, que só se movem para a frente e para trás. Com armas especiais únicas e uma melhor movimentação, a forma Stealth torna a mudança entre uma forma e outra uma parte interessante e divertida do jogo.

Diversidade de objetivos

Cada estágio de "Dark of the Moon" traz objetivos diferentes: destruir sistemas de comunicação, proteger um companheiro caído, chegar ao fim da estrada antes que o tempo acabe e assim por diante. Na maior parte do tempo você vai mandar bala nos inimigos e avançar até o objetivo, mas com pequenas coisas diferentes para fazer no fim de cada trecho, a ação não se torna tão repetitiva.

Multiplayer

Para quem curte um tiroteio online, "Dark of the Moon" oferece alguns mapas bem feitos, inspirados nos estágios da campanha, e um bom sistema de evolução e classes. O multiplayer não vai tornar "Transformers" o  jogo favorito de ninguém na hora de disputar partidas com os amigos, mas não faz feio e prolonga um pouco a vida útil do game.

Fases curtas

Tendo em vista que "Stealth Force" aparece apenas no portátil 3DS e no Wii, acaba sendo algo bom as fases serem tão curtinhas. Dessa forma, o visual fraco e a mecânica ainda mais vergonhosa não irritam tanto, ajudando a passar o tempo em ou outra fila de banco - ou, no caso do Wii, em partidas rápidas com a molecada, para quem o jogo é mais indicado.

Pontos Negativos

Curta duração

O maior problema do jogo é sua curta duração: são apenas 7 estágios que podem ser vencidos em 5 horas de jogo. Isso limita as possibilidades de contar melhor a história, uma trama que antecede o enredo do filme e entrega a pressa para colocar o jogo nas prateleiras junto com a estréia do longa-metragem nos cinemas.

Falta conexão entre estágios

As fases de "Dark of the Moon" funcionam bem separadamente e exploram as habilidades de cada Trasnformer e têm uma duração apropriada para não ficarem muito repetitivas. Porém, não há uma boa conexão entre elas. Em um momento você está numa selva sul-americana e após resolver a encrenca por lá, já está no controle de outro Transformer, lidando com tumultos em uma metrópole nos Estados Unidos e assim por diante, sem um enredo claro que faça o elo entre os eventos de cada estágio.

Isso fica ainda mais notável quando você passa a controlar os Decepticons, após lutar contra eles por quase o jogo inteiro. "Dark of the Moon" ganharia muito se aproveita-se o esquema dos primeiros jogos de "Transformers" e oferecer duas campanhas, uma para os Autobots e outra para os Decepticons.

Interação limitada

Os robôs respondem bem aos controles do jogo em "Dark of the Moon", mas é frustrante só interagir com o cenário em pontos específicos: pilhas de sucata podem ser destruídas, mas não dá para saltar sobre qualquer casa ou derrubar uma parede, por mais frágil que ela pareça. Se pendurar e pular um muro só é uma opção nos poucos momentos em que o jogo oferece o recurso. Um robô gigante carregado de armamento pesado não deveria ter seu caminho limitado por corredores.

Mecânica fraca

A pior falha de "Stealth Force" está em sua jogabilidade fraca e pouquíssimo inspirada. Tudo se resume a atirar em carros inimigos, que pouco alternam em seu padrão de combate. Mate a onda de inimigos, vire um carro normal, ande até ponto X e faça tudo de novo. Em todas as fases.

Mesmo os combates carecem de variedade: basta sentar o dedo no gatilho e lançar vez ou outra um míssel para acelerar o fim do duelo.

Repetitivo

Não bastasse a mecânica fraca, "Transformers" deixa de lado missões ousadas e criativas. As fases focam demais nos combates insossos, acentuando ainda mais essa falha do game.

Modo cooperativo

Se o game fosse bom, este tópico aqui estaria entre os pontos positivos - mas infelizmente não é o caso. Exclusivo para Wii, o modo cooperativo oferece seis fases para partidas entre duas pessoas com tela dividida.

Repete-se a fórmula do modo campanha, com fases chatas e repetitivas. No final, serve apenas para dividir o martírio com algum amigo - que talvez deixe de ser seu colega depois da experiência.

Nota: 7 (Bom)