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Victorious Boxers: Revolution

13/12/2007

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
"Victorious Boxers" tem bom antecedente. O game baseado no desenho japonês "Fighting Spirits" fez uma estréia convincente para o PlayStation 2, em 2001. Quando foi anunciado para o Wii, provavelmente, muitos imaginaram aquela mecânica sólida de jogo do primeiro título com as possibilidades oferecidas pelo Wii Remote, de poder encarnar os boxeadores do desenho, fazendo com que os socos no ar se traduzissem nos potentes golpes da turma de Ippo Makunouchi.

Mas quando soa o gongo, essa expectativa não se realiza em "Victorious Boxers: Revolution", e o principal culpado é exatamente o controle. Mesmo com vários esquemas oferecidos, nenhum deles consegue oferecer um conjunto decente (mesmo o estilo clássico, similar ao do PlayStation 2). O resultado é um sistema de jogo que não funciona, sem espaço para estratégia.

O game segue os principais episódios do desenho, que conta a trajetória de sucesso de Ippo Makunouchi, um garoto que, cansado de ser maltratado no colégio, resolve treinar boxe. No entanto, ele mostra talento para a arte (faz o tipo "mão de pedra", como Popó) e seu treinador da academia Kamogawa o incentiva a prosseguir na carreira. A primeira luta é um treino contra Ichiro Miyata, uma das grandes promessas da academia.

Primeiro round

A impressão inicial não é das melhores. Seja no modo de história ou eo tutorial, as cenas são apresentadas num quadro pequeno (e cheio de "serrilhados", principalmente no treino) e sem graça. Parecem aqueles games antigos que, para economizar memória, cortavam o tamanho da tela. Isso não se justifica na era do DVD e tampouco funciona como um recurso "artístico".

No entanto, as coisas melhoram nas cenas de ringue propriamente ditas, no qual os personagens apresentam fielmente o traço característico do desenhista "George" Morikawa, que detalha os músculos com sombras em forma de hachura. Nos closes e em movimento, essa técnica acaba tendo uma animação estranha, mas, no geral, esse "cel-shading" especial serviu muito bem. Porém, os elogios param por aqui, já que o plano de fundo é tão simples que lembram games de duas gerações atrás.

Potência sem controle

"Victorious Boxers: Revolution" traz, basicamente, três esquemas de controles. O modo "swing" (principalmente o "swing 1") é o que mais utiliza gestos. Como na modalidade de boxe de "Wii Sports", os golpes são feitos dando socos do ar, segurando o Wii Remote e o Nunchuk. O problema é a precisão: o sistema parece ter dificuldade para diferenciar um jab de um gancho, um direto de um uppercut. Ou seja, sem poder escolher os golpes, a luta descamba para um socar frenético com as mãos. Pelo menos, se o jogo não agradar, os seus amigos poderão se divertir com a cena.

Já o segundo esquema, o "pointer", usa basicamente o apontador do Wii Remote. O botão A serve para dar jabs, mas deixando pressionado o botão e "desenhando" retas para várias direções, consegue-se soltar os diferentes tipos de golpes. O problema agora é a velocidade, pois, nesse método, não dá para socar tão rápido quando no "swing", o que é uma terrível desvantagem nesse jogo veloz. Isso poderia funcionar para Nintendo DS, mas, no Wii, definitivamente, não agrada.

Por fim, também é possível usar o controle clássico ou do GameCube, que são os únicos dispositivos que permitem fazer jogadas mais técnicas, pois aliam a precisão com a velocidade. Mesmo assim, não oferece a mesma diversão que a edição para PlayStation 2, por ter uma mecânica mais displicente, sem muito espaço pra estratégias.

Cadê o adversário que estava aqui?

Outro grande problema está na visão. Como no clássico "Punch-Out!" ou no boxe de "Wii Sports", a câmera focaliza as costas de seu lutador, que aparece transparente. Até aí, tudo bem. O problema é quando os oponentes resolvem andar de lado, simplesmente saindo de seu campo de visão. E os controles para virar o seu personagem são horríveis.

O modo de história é bem curto, com pouco mais de 20 combates que podem ser terminadas em algumas horas. Como mencionado, a apresentação do enredo é pobre, e, por vezes, muito forçado. Há lutas que o roteiro "decreta" o jogador como perdedor da luta, mesmo que tenha massacrado o adversário.

Se ao embate contra o computador acaba cansando rapidamente (que parece ainda ter vantagens nas contagens), o modo multiplayer é um pouco mais divertido. Ainda é difícil falar em lutas competitivas, mas, ao menos, os dois jogadores compartilham das mesmas desvantagens dos controles. Ao menos, há uma seleção de até 25 personagens, que, se o repertório de golpes básicos são quase os mesmos, os ataques especiais cuidam de diferenciá-los, nem que seja por pouco. Ippo, por exemplo, tem o "Joffle" Uppercut, que lembra muito o upper largo e esticado imortalizado por Éder Jofre, o eterno Galinho de Ouro.

A produção visual é pobre, apenas se destaca modelagem dos personagens. Problemas de "clipping" (a roupa de certos lutadores "entram" no corpo, por exemplo) são constantes. O som não é muito melhor. A trilha sonora é o.k., mas as narrações estão desastrosas. O pior é o narrador, que fica falando "left", "right" de forma desconjuntada a todo instante. O único alívio é que esse "recurso" pode ser desligado.

CONSIDERAÇÕES

"Victorious Boxers: Revolution" não conseguiu reeditar a boa versão para PlayStation 2. Com controles falhos e uma mecânica de jogo displicente, o título descamba para uma troca de socos frenética entre os competidores (o boxe de "Wii Sports", apesar de mais simples, tem muito mais competitividade). O modo de "história" é curto, e o multiplayer até traz um elenco numeroso, mas, como não há muita variedade, o título não dura até a decisão dos juízes. Perde de nocaute técnico no quinto assalto.

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    Victorious Boxers Revolution (Wii)

    68 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Grandprix
    Lançamento: 16/10/2007
    Distribuidora: AQ Interactive
    Suporte: 1-2 jogadores, cartão de memória
    Outras plataformas: PSP
    RegularAvaliação:
    Regular

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