Virtua Tennis 2009

CLAUDIO PRANDONI
Colaboração para o UOL

Versão do Wii usa o MotionPlus

Desde o lançamento do Wii, com o popular "Wii Sports", é muito claro que o controle remoto do videogame é ótimo para jogos de tênis. A maneira como se pode segurar o acessório e a possibilidade de utilizá-lo com apenas uma mão mimetizam o ato de usar uma raquete de tênis.

Enquanto o próprio "Wii Sports" focou em oferecer uma experiência de jogo divertida, mas bem pouco realista, outros títulos buscaram proporcionar mecânicas mais verossímeis - resultando em falhas estrondosas, como "Top Spin 3".

O lançamento do Wii MotionPlus, acessório que aumenta a precisão do Wii Remote, incitou novamente as produtoras a se arriscarem no esporte. A Electronic Arts colocou no mercado "Grand Slam Tennis", título que privilegia estilo de jogo realista, fazendo isso com grande competência. Chega agora a Sega com Virtua Tennis 2009, episódio da tradicional franquia da empresa que sempre se destacou por oferecer um equilíbrio ideal entre fantasia e realidade.

Experiência rasa e controles ruins

O tradicional modo bônus

A receita, porém, não funcionou aqui. "Virtua Tennis 2009" peca por ser fácil e simples demais. Falta conteúdo, falta profundidade e falta desafio ao game.

Ainda que de maneira geral a mecânica seja a mesma desde que a série começou nos fliperamas e Dreamcast, os controles buscam inovar com o sensor de movimentos, mas complicam por falta de competência. Basta balançar o Wii Remote para acertar a bola. Contudo, acertar e mandar onde se deseja é um problema imenso. Diferente de "Grand Slam Tennis" que utiliza os botões A e B para executar 'lobs' e deixadinhas, "Virtua Tennis 2009" usa apenas o A para 'lobs'. Assim, deixadas, 'top spins' e 'back spins' são executados unicamente movimentando o controle de maneiras específicas, mas o jogo falha em reconhecer tudo com precisão.

Acoplando o Wii MotionPlus a mecânica ganha uma camada extra de profundidade e, por consequência, complicação. Tal qual em "Grand Slam Tennis", o acessório acrescenta muita sensibilidade, obrigando o jogador a se acostumar novamente a utilizar o sensor de movimentos - tarefa espinhosa graças às falhas do jogo em reconhecer os comandos.

Infelizmente o restante do pacote não ajuda a atenuar as graves falhas nos controles. O visual claramente demonstra que esta versão não foi projetada especificamente para Wii, ostentando gráficos mais dignos de um PlayStation 2, lotados de serrilhados, texturas indefinidas e animações estranhas. Uma pena, visto que há uma imensa seleção de atletas para representar, tanto do tênis masculino quanto feminino. Para piorar, todos os modos de partida sofrem de quedas de velocidade (os chamados 'slowdowns').

Ou seja, as disputas online acabam perdendo boa parte do apelo, já que são acometidas por lags e falta de sincronia entre os jogadores.

MotionPlus em ação em 'Virtua Tennis'

Por fim, o modo carreira, chamado World Tour, é raso e enfadonho. Não se pode ajustar a dificuldade e boa parte da longa escalada do centésimo para o primeiro lugar no ranking mundial de tenistas é gasta enfrentado adversários que não oferecem desafio algum. Uma pena, pois de maneira geral é um modo mais elaborado que a contraparte em "Grand Slam Tennis". Assim como no jogo rival, em "VT 2009" pode-se evoluir o atleta e participar de torneios diversos.

Em compensação, uma tradição da série permanece imaculada: os malucos e divertidos minigames. Há mais de uma dezena de joguinhos com missões das mais inusitadas, como rebater peixes para um penguim comer ou derrubar pinos de boliche com a bolinha de tênis. Ainda que todos os problemas citados apareçam aqui, a criatividade e charme dos minigames é tamanha que despontam como principais atrativos de "Virtua Tennis 2009".