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Bayonetta 2

Claudio Prandoni

Do UOL, em São Paulo

05/11/2014 19h25

"Bayonetta 2" é um jogo incrível, um verdadeiro suprassumo do gênero de ação em terceira pessoa conforme redefinido lá atrás pelo primeiro "Devil May Cry" - não à toa, ambos tiveram Hideki Kamiya como um dos cabeças da produção.

O sistema de batalha é extremamente acessível e divertido, mas sem dispensar profundidade. O efeito de câmera-lenta Witch Time dá base sólida para usar uma infinidade de armas, combos e golpes especiais, todos diferentes, úteis e extremamente satisfatórios de usar.

Qualquer perigo de repetição passa longe graças a uma variedade de mecânicas, encadeados de forma magistral, dando um ritmo gostoso ao game. Você está sempre lutando, mas intercalando com momentos de exploração, desafios específicos ou até combates aéreos.

O serviço fica completo ao ver que toda essa ação de primeira categoria é acompanhada por muito conteúdo: há dezenas de itens diferentes para comprar, roupas para vestir e armamentos bem distintos.

Um raso, mas divertido, multiplayer online promove uma nova maneira de jogar "Bayonetta" e há sempre o incentivo de jogar novamente as fases para conseguir classificações melhores e curtir um pouco mais o imperdível sistema de batalha do game.

Para completar, ainda há a versão remasterizada do primeiro "Bayonetta", rodando muito melhor do que no PS3 e até do que no X360 e com extras. Tratamento de luxo para os jogadores.

Desde o lançamento de "Mario Kart 8", o Wii U já havia se tornado um videogame que valia o investimento para qualquer fã da Nintendo. Com a adição deste exclusivo "Bayonetta 2", vale a reflexão novamente para qualquer apaixonado por games de ação.

Introdução

O simples fato de "Bayonetta 2" existir já é algo a ser comemorado: ainda que muito elogiado, o primeiro game não vendeu o bastante para garantir a produção de uma continuação.

Coube a Nintendo e Sega fazerem mais uma vez uma improvável aliança e darem oportunidade de a Platinum criar uma nova aventura para a pitoresca bruxa.

"Bayonetta 2" constroi em cima do excelente sistema de batalha do game anterior, apresentando ainda mais armas e habilidades para a heroína e seus amigos - e inimigos.

Pontos Positivos

Combate afinado

Ao esquivar de um ataque inimigo bem na hora em que for acertada, Bayonetta ativa um efeito de câmera lenta chamado Witch Time que permite atacar mais os adversários.

Ao redor deste conceito o game constroi um sistema de batalha extremamente simples e gostoso, mas com profundidade raramente vista.

Mais uma vez, a bruxa dispõe de equipamentos variados, que mudam bastante a maneira de jogar. As pistolas básicas oferecem um estilo prático para qualquer um, mas o arco-e-flecha Kafka favorece ataques à distância enquanto os porretes Undine tiram velocidade e dão mais força aos golpes.

O novo Umbran Climax, que pode ser ativado ao encher uma barra de magia, permite desferir golpes mais poderosos - e espalhafatosos - e acrescenta mais um fator estratégico às lutas.

Ação e variedade

É aqui que "Bayonetta 2" se diferencia bastante do primeiro game e alça voos mais altos: entre os combates o jogo oferece diversas atividades diferentes que impedem a aventura de cair na mesmice.

Às vezes, Bayonetta pode explorar becos e telhados de uma cidade. Por todos os cantos há baús secretos e você deve coletar as peças em um certo tempo para se apropriar de seus conteúdos.

Áreas especiais oferecem desafios distintos, como eliminar todos os inimigos em único combo ou sem usar o Witch Time. De vez em quando, trechos de combates aéreos e até surfe (!) jogam a rotina pela janela.

Além disso, "Bayonetta 2" segue a cartilha exagerada do predecessor e oferece combates simplesmente estonteantes, reforçados pela bela e aprimorada direção de arte e uma vibrante trilha sonora.

Como em qualquer bom anime de luta e ação, exageros são sempre superados pelos excessos dos próximos capítulos, surpreendendo e empolgando a todo momento.

Acredite: alguns dos melhores combates contra chefões de games em todo o ano estão condensados neste game de Wii U.

Extras

Segue a tradição: "Bayonetta 2" honra o legado e traz uma imensa quantidade de conteúdo para desbloquear. Conforme avança pelas fases, a bruxa acumula halos (anéis dourados que lembram as argolas do Sonic) que podem ser usados para comprar golpes novos, equipamentos, roupas e até armas que mudam bastante a ação.

Ao terminar o game pela primeira vez, abre-se uma nova personagem para jogar, mais roupas e ainda mais fases com desafios.

Isso sem contar o Tag Climax, um modo multiplayer online que soa melhor na ideia do que na execução: duplas enfrentam hordas de inimigos, competindo para ver quem derrota mais monstros.

O modo carece de um multiplayer local ou fases mais elaboradas, mas não chega a ser ruim - e ainda mais em um jogo repleto de outras coisas para fazer, fica longe de ser algo negativo.

O jogo ainda brilha em uma infinidade de pequenos detalhes, como referências a jogos da Nintendo, Sega e Platinum em diálogos e gráficos.

Por exemplo, ao usar a roupa de "Star Fox", Bayonetta ganha chaveiros dos integrantes do quarteto espacial - Fox, Falco, Peppy e Slippy - e alguns jatos do game viram naves Arwing. Fan service de primeira.

"Bayonetta 1" de brinde

Sozinho, "Bayonetta 2" já seria um game imperdível, mas este aqui é o golpe de misericórdia: o jogo acompanha uma versão remasterizada do primeiro "Bayonetta".

Na versão física, os dois discos vêm na mesma caixinha; na digital ambos saem pelo preço de um lançamento convencional.

Ainda que um bocado repetitivo - ainda mais em comparação com este segundo episódio - e com gráficos inferiores, "Bayonetta 1" continua sendo um excelente jogo, repleto de combates empolgantes.

A versão de Wii U chega com frame rate e definição melhores do que no PS3 e X360 e ainda acrescenta roupas especiais de personagens da Nintendo como opções para Bayonetta usar. Quem é fã da Big N vai curtir, mas quem achou boboca pode simplesmente ignorar.

Nota: 10 (Imperdível)