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Ducktales Remastered

Claudio Prandoni

Do UOL, em São Paulo

13/08/2013 14h46

"DuckTales Remastered" cumpre com louvor sua missão: resgatar o clássico do Nintendinho, dando um belo tapa no visual e trilha sonora.

Para alguns, o alto grau de dificuldade e o design arcaico podem incomodar, assim como a falta de mais conteúdo extra inédito, mas nada disso é motivo para diminuir o sucesso do trabalho da parceria entre Capcom e WayForward.

Introdução

Por décadas, "DuckTales" é um dos clássicos mais celebrados feitos pela Capcom na era 8-bits.

Com apenas uma continuação, de 1993, e alguns spin-offs de mecânica similar com outros personagens da Disney, a velha aventura do Tio Patinhas ficou restrita à memória de alguns até a chegada desta releitura.

"DuckTales Remastered" revitaliza o jogo com gráficos em alta definição, trilha sonora refeita e uma pitada de extras e ajustes nos controles para tentar agradar uma nova geração de fãs - e continuar cativando os mais velhinhos.

Pontos Positivos

Lindos gráficos

Gráficos sempre são ponto alto nos jogos da WayForward e não é diferente aqui em "DuckTales": os antigos sprites quadradões dão lugar a belíssimos e coloridos desenhos com boas animações - que lembram bastante o desenho animado!

O casamento com cenários refeitos em 3D pode causar estranhamento em alguns, mas não confundem nem atrapalham o jogo.

Controles afinados

Uma vez que "DuckTales" preserva a alta dificuldade da obra original, é importante manter os comandos igualmente em dia.

Aqui vale comentar as diferenças entre os controles de cada videogame. O direcional digital do Xbox 360, por exemplo, não é do mais práticos para jogos 2D, enquanto as alavancas analógicas do Wii U (tanto do GamePad quanto do Pro Controller) não foram muito bem calibradas.

Ainda assim, no que compete ao game, as respostas são rápidas o bastante - ainda que pudessem ser mais ágeis.

Um feliz ajuste foi feito na mecânica de 'pogo', que faz Tio Patinhas usar sua bengala para pular pelo cenário: no NES era necessário pular apertar para baixo e em seguida o botão de ação, enquanto no remake basta apertar o botão de ação durante o pulo - aliás, como já acontece em "DuckTales 2", do NES. Para os puristas, é possível optar pelo esquema antigo.

Nostalgia na medida

Um grande risco em remakes é o de mudar demais (ou não mudar nada!) e perder a identidade. "DuckTales Remastered" fica longe disso, equilibrando novidades bacanas com elementos que pouco mudaram.

Por exemplo, este remake conta com uma fase de introdução, para apresentar melhor a história e os controles, e um novo estágio final. Um mapa, animações simples com gráficos do jogo e conteúdo extra para comprar com o dinheiro recolhido nas fases são exemplos dessas novidades.

Porém, tudo isso vem lado a lado com as mesmas trilhas memoráveis (dá para optar também pelas músicas do NES), fases do antigo cartucho e estilo de jogo.

Pontos Negativos

Poucos extras

Fases novas são bacanas, assim como a possibilidade de habilitar artes conceituais do game, mas ainda fica um gostinho de 'quero mais' em "DuckTales Remastered".

Por exemplo, estamos falando de um jogo baseado em um desenho famoso, por que não incluir alguns trechinhos dele? Ou talvez outras skins para o Tio Patinhas?

Talvez seja pedir demais, mas ficam as sugestões para uma eventual versão "Remastered" de "DuckTales 2".

Sem dublagem em português

A Capcom já tornou norma ao menos legendar em português seus principais jogos dos últimos e próximos meses (ainda que "Monster Hunter 3 Ultimate" e o novo "Strider" estejam aí para me contrariar) e "DuckTales" apresenta uma tradução primorosa.

Os nomes do desenho estão lá corretíssimos, assim como algumas expressões - ainda que o "Baboseira" como 'palavra mágica' do Robopato tenha passado absolutamente batido.

Ainda assim, este é um caso específico em que faria muita diferença ter as clássicas vozes em português. Os diálogos dublados em inglês são excelentes, mas, convenhamos, é um desenho que fez sua fama aqui no Brasil com as vozes em português.

Ao menos, bem que a música tema em português (que é bem diferente da original) poderia aparecer em alguma parte do jogo.

Entendo que é difícil conseguir e até mesmo justificar este tipo de investimento para um título de apelo limitado, uma vez que é distribuído somente via download, mas a dublagem brasileira é muito ligada ao desenho e acaba fazendo falta.

Nota: 8 (Ótimo)