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Hyrule Warriors

Pedro Henrique Lutti Lippe

Do UOL, em São Paulo

03/11/2014 08h00

Junte a fórmula "Warriors" a uma franquia popular e seu sucesso será praticamente garantido.

Assim como "Dynasty Warriors", "Samurai Warriors", "Pirate Warriors" ou qualquer outro, "Hyrule Warriors" não é o mais bonito jogo de ação, nem o que tem as mecânicas mais inteligentes. Mas é muito divertido.

O que vale aqui é a quantidade. O game soterra os fãs com vários modos distintos. São centenas de fases e intermináveis hordas de inimigos a serem derrotados em cada uma delas. O nível de repetitividade é grande, mas varrer exércitos como quem passa manteiga no pão nunca cansa.

E claro: as referências nostálgicas a vários jogos "Zelda" que ocorrem a cada minuto também ajudam.

Introdução

Apesar de ter Link, Zelda, o reino de Hyrule e tudo o que se espera de um "Zelda", "Hyrule Warriors" é completamente diferente de todos os outros games da série.

A trama ainda gira em torno da busca pela paz através da destruição do mal. Mas vão embora a exploração e os calabouços, dando lugar para campos de batalhas fechados onde bases e outros pontos estratégicos são disputados.

Não há, porém, nada estratégico em "Warriors". Vence quem consegue maximizar o impacto de seus combos, derrotando dezenas de inimigos com uma única sequência de ataques ao invés de apenas cinco ou seis.

No controle do herói clássico da série e vários de seus companheiros, os jogadores devem derrotar inimigos que também são familiares em vários palcos de jogos como "Ocarina of Time" e "Twilight Princess".

Pontos Positivos

Sensação de poder

Apesar do caráter altamente repetitivo do combate do game, ele não é enjoativo. Até os ataques mais básicos engatilham animações cheias de efeitos luminosos, e fazem o jogador sentir-se muito poderoso. Se aproveitando disso, o jogo passa a ser viciante.

"Hyrule Warriors" sabe muito bem o que está fazendo. Ele não é tímido ao comemorar que "Link já matou mais de 900 inimigos!", ou algo assim.

Mesmo nos níveis de dificuldade mais altos, a maioria esmagadora dos oponentes sequer fazem voz de oposição antes de serem massacrados. Há desafio nas batalhas contra chefes, claro. Mas grande parte da diversão do game está na possibilidade de ir casualmente de um ponto a outro no mapa passando o rodo nos monstros mais fracos.

Entre modos paralelos à campanha, opções de personalização de heróis e a busca por coletáveis secretos, "Hyrule Warriors" tem conteúdo suficiente para levar um fã a jogar por mais de 100 horas.

Modo Adventure

Mais divertido que a campanha e o modo de desafios, o Adventure abraça completamente o fator nostalgia ao beber da fonte do "The Legend of Zelda" original.

Apresentando batalhas com os mais diversos objetivos, que vão dos mais rápidos até outros que cobram um bom investimento de tempo, o modo é o que esconde a maior parte dos segredos destraváveis de "Hyrule Warriors".

De maneira muito criativa, ele utiliza o mapa do "Zelda" de Nintendinho como seu próprio. Cada 'tela' do clássico representa uma fase, e estas têm objetivos e segredos inspirados diretamente pelo jogo original.

Personalização

Com armas, materiais e receitas coletadas durante o combate, jogadores podem personalizar não apenas o equipamento de seus personagens favoritos, mas até mesmo seus vários atributos e sequências de combos.

Tal sistema de personalização dá mais longevidade ao game. Como os heróis jogáveis são bem diferentes uns dos outros, é de se esperar que fãs passem horas os modificando para encontrar o personagem com os quais eles sintam-se mais confortáveis.

Pontos Negativos

Performance no multiplayer

O modo multiplayer local para duas pessoas é uma ideia ótima, mas que não funciona muito bem na prática.

Enquanto um jogador controla seu personagem pela TV, outro fica com o GamePad. Assim, não há a necessidade de dividir a tela. Mas neste modo o Wii U precisa trabalhar em dobro, e a performance resultante é muito ruim.

Cai o número de inimigos que aparecem na tela em um determinado momento, assim como a qualidade da imagem e a taxa de quadros por segundo. Para jogar ao lado de um amigo, é preciso fazer concessões. A experiência no multiplayer é muito pior do que a normal.

Nota: 8 (Ótimo)