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LEGO Marvel Super Heroes

Felipe Fonseca

do Gamehall

13/11/2013 13h05

"LEGO Marvel Super Heroes" é o jogo mais ambicioso da Traveller's Tales desde que ela se juntou à fabricante de blocos de brinquedos para levar consagradas franquias e personagens aos videogames.

Extremamente divertido e imaginativo, "LEGO Marvel Super Heroes" é quase impecável na tarefa de entregar aquele que para muitos é um jogo dos sonhos: unir mais de uma centena de personagens da Marvel em uma grande aventura e colocar todos eles (e seus poderes) à disposição.

"LEGO Marvel Super Heroes" conta também com o tradicional modo cooperativo, que torna a experiência ainda mais divertida para quem gosta de dividir o sofá para dar boas risadas.

Introdução

"LEGO Marvel Super Heroes" conta com clara inspiração no universo cinematográfico da Marvel sendo desenvolvido atualmente, dando ênfase a heróis como Homem de Ferro e Thor e utilizando a direção de arte dos filmes em diversas locações, como na bela fase de Asgard.

A história traz Loki planejando sua vingança e contando com a ajuda de grandes vilões, como Doutor Destino e Magneto, embora um vilão ainda maior acabe surgindo. Cabe aos heróis da Marvel salvar a Terra, claro.

Valendo-se da liberdade de criação e utilização dos personagens, tal qual ocorre nos quadrinhos, temos aguardadas e empolgantes parcerias formadas, como Homem-Aranha e Homem de Ferro, ou Wolverine e Hulk.

Cada núcleo da Marvel tem seu momento próprio, passando pelos Vingadores, Quarteto Fantástico e X-Men, sempre com a presença dos principais vilões de cada grupo de heróis. O divertido é que personagens que não se cruzam regularmente nas HQs, desenhos e filmes, aqui aparecem lado a lado e fazem o fã dentro de você pular de alegria.

Apesar do tom bem humorado e brincalhão da série – que torna os jogos "LEGO" muito recomendados para as crianças – "Marvel Super Heroes" traz tensão e até mesmo sustos. Joguei a maior parte da campanha em parceria com minha irmã (que não é criança), e ela levou um bom susto em uma sequência com o Venom (que me fez morrer de rir, claro).

Pontos Positivos

Visual

O jogo começa com uma ótima e grandiosa sequência que já estabelece a escala épica da aventura. O Homem-Areia provoca o caos na Estação Central de Nova York e a batalha que se segue, protagonizada por Hulk, Homem de Ferro e Homem-Aranha, exibe a qualidade visual do jogo.

Apesar da aparência infantil, podemos ver que um esmero digno de games 'hardcore' foi colocado na construção de "LEGO Marvel Super Heroes", mesmo com as limitações técnicas que o título multiplataforma certamente tem. As tão exaltadas partículas que mostram o poder de máquinas e gráficos são presença constante no jogo, geralmente em grandes batalhas contra vilões. Uma sequência que traz Magneto manipulando uma infinidade de pecinhas metálicas é particularmente bela.

Alguns heróis são claramente inspirados nas atuais versões cinematográficas, outros saem diretamente dos quadrinhos. Cada um possui golpes, movimentos e personalidade próprios. Apesar de todos os jogos "LEGO" da Traveller's Tales trazerem sempre muitos personagens, nenhum título jamais trouxe tantos personagens importantes. Por isso, é gratificante ver que cada herói e vilão recebeu cuidado especial.

Fique parado com qualquer personagem e aguarde para ver as divertidas caras, caretas e movimentos que eles começam a fazer. Apesar da simplicidade da jogabilidade, a Traveller's Tales traz um sistema de combos e uma variedade de golpes que empolgam. Não há uma combinação precisa para aplicar todos os tipos golpes (para alguns, sim), mas eventualmente, durante uma luta, você poderá presenciar golpes diferentes e que o deixarão com um sorriso de surpresa e alegria (pelo menos foi o que ocorreu comigo).

Qual não foi minha surpresa quando no meio de uma luta contra diversos capangas, o Capitão América estava dando socos enquanto esperava seu escudo voltar após ser atirado e quando ele retorna, ele não interrompe seus golpes. Em vez disso, ele assimila o retorno do escudo à luta, fazendo um malabarismo com ele à la bola de basquete e finalizando o bandido com um soco na cara, enquanto este estava distraído com o escudo e suas piruetas.
Todos os personagens com que joguei trazem golpes únicos como esse, e é muito divertido descobrir quais são.

Os efeitos dos personagens que se transformam também são muito bem feitos. A transformação de Hulk em Bruce Banner (e vice-versa) é uma das mais bacanas e há muitas outras a serem vistas. Apesar dos diferentes tamanhos, formatos e poderes, a Traveller's Tales unifica todos esses personagens no visual LEGO de maneira muito orgânica e engenhosa.

Quantidade de personagens

Obviamente que um dos maiores destaques do jogo é a quantidade de personagens disponíveis. Como já disse, diferente de quase todos os outros jogos da "LEGO", aqui raros são os "personagens menores". Afinal, quase todos são "super".

Durante a campanha, você jogará com diversos personagens a cada capítulo. Novos personagens são liberados ao final de cada uma dessas fases. Alguns ficam imediatamente disponíveis, outros devem ser comprados pelas moedas que você ganha em abundância durante a história e também no modo livre.

Os poderes dos personagens são diversos e grande parte da diversão está em testar todos eles. Há alguns grandes grupos de poderes, como os personagens maiores que possuem grande força (Hulk, Abominável, Fanático), ou aqueles que podem lançar raios de calor (Homem de Ferro Mark 42, Tocha Humana), mas há também poderes mais únicos, como a manipulação de metal do Magneto ou a capacidade de encolher do Homem Formiga.

Nem todos os personagens são destravados apenas na campanha. Você deverá percorrer o mundo aberto que é Nova York, no modo livre, e vencer desafios para liberar todos os heróis e vilões.

Atividades variadas

A exemplo de outros jogos da franquia, você passará por muitos desafios que não podem ser vencidos pelos personagens que está utilizando. Será preciso retornar depois com o personagem adequado para liberar aquela parte da fase. Um bom exemplo são os objetos de metal que só podem ser manipulados pelo Magneto, que aparecem desde o começo do jogo e que você já sabe que só conseguirá acessar quando liberar o vilão e voltar ao local com ele.

Além da campanha, "LEGO Marvel Super Heroes" traz uma réplica de Nova York para ser explorada em modo livre. Do Empire State, passando pelo Central Park, Chinatown e a escola de mutantes do Professor Xavier, a cidade está repleta de pessoas com pedidos de ajuda e veículos e personagens a serem destravados através de desafios.

Eu passei um bom tempo explorando a cidade e é algo muito divertido de se fazer, especialmente conforme você libera novos personagens e quer testar suas habilidades na prática.

Há ainda corridas e os famosos blocos de ouro a serem conquistados, tudo isso sempre possível também em modo cooperativo. Uma dica pessoal: saia correndo com o Hulk pela cidade e quebre tudo sem nem precisar dar golpes. Alegria de criança!

Bom humor e respeito

"LEGO Marvel Super Heroes" é um jogo muito engraçado. Infelizmente não pude jogar com uma criança, mas deve ser uma experiência única, especialmente se ela for fã dos personagens. O humor é inocente e pastelão, e por isso, universal.

Há uma sequência que envolve Ciclope e um piano que me fez chorar de rir.

Eu joguei quase todos os títulos "LEGO" desenvolvidos pela Traveller's Tales e, mais uma vez, o carinho e respeito que eles têm pelo material original se reflete no jogo. As diversas citações, a personalidade e interação dos personagens, a valorização de momentos épicos, tudo feito de uma maneira que claramente foi pensada para os fãs. A "frieza" que vemos em diversas adaptações caça-níqueis de filmes, por exemplo, é algo que passa longe desses jogos da "LEGO".

A presença de Stan Lee, como personagem e dublador, é a cereja do bolo. Durante o jogo, você deve ajudar Lee a escapar de apuros, o que rende recompensas. Lee também aparece como personagem jogável, unindo poderes de diversos personagens. Além disso, o ator Clark Gregg dá voz ao personagem que interpreta na telona e agora na telinha, o Agente Coulson.

Pontos Negativos

Bugs e travamentos

A maioria dos bugs que encontrei (jogando na versão para PS3) foi no modo livre na cidade de Nova York. Constantemente o marcador do mapa não funcionava, o que pode ser um pouco chato, já que ele só pode ser visto de maneira bem próxima. Não há uma visão mais distante e ampliada do mapa da cidade. Encontrei também alguns bugs de objetos e personagens que deveriam estar em um local, mas não estavam. Quase todos consegui resolver saindo e retornando ao local. Além disso, alguns travamentos ocorreram durante a campanha, tanto jogando sozinho quanto em modo cooperativo.

Câmera e voo

A câmera no modo cooperativo pode gerar confusão em algumas partes. Ela é feita para deixar o seu personagem sempre em destaque, mas dependendo da posição do seu parceiro no mapa ela pode prejudicar a visão de um ou dos dois jogadores. Em grandes sequências de batalha, essa confusão pode ficar maior, e coincidência ou não, foram nessas partes que ocorreram a maioria dos travamentos no meu jogo.

Os personagens que voam servem para uma série de atividades específicas. Mas na hora de voar rápido, particularmente nos desafios de corrida do modo livre, a tarefa se torna quase impossível. Os controles não respondem de maneira rápida e às vezes nem sequer respondem. Se você conseguiu ganhar alguma corrida com personagem voador, meus parabéns. Merece um brevê.

Nota: 8 (Ótimo)