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Nintendo Land

Felipe Carettoni

Do UOL, em São Paulo

29/11/2012 14h03

Como uma demonstração de ideias para o uso do GamePad, "Nintendo Land" se dá bem quando compartilhado entre amigos, mas não diverte jogadores mais solitários. O excelente uso do controle é um bom indício de que o Wii U tem futuro promissor. Fora isso, espere por um jogo curto, pouco profundo e que praticamente não explora a rede online Nintendo Network. O ideal seria que todas as versões do console já viessem com o game instalado como brinde em vez de cobrar como um disco separado.

Introdução

Assim como "Wii Sports" fez no lançamento do Wii, em 2006, "Nintendo Land" procura explorar e mostrar as funções do novo console da Nintendo, o Wii U, e a interatividade proporcionada pelo GamePad, joystick em forma de tablet, com a TV.

O jogo apresenta um total de 12 minigames baseados em clássicas franquias da empresa japonesa, como "Mario", "Zelda" e "Metroid", todos distribuídos em uma parque de diversões personalizável, o próprio Nintendo Land. Até cinco pessoas podem se divertir nessas atrações, uma utilizando o Game Pad e o restante equipado com os tradicionais Wii Remotes - sendo que algumas atrações exigem também o acessório MotionPlus ou um controle com ele imbutido.

Pontos Positivos

Bom uso do GamePad

É difícil comparar a intensidade da novidade do Wii U em relação ao seu antecessor, ainda mais considerando a revolução que o Wii causou com seus controles de movimento. Mas uma coisa é certa: o uso do Game Pad diverte muito.

Em Takamaru's Ninja Castle, por exemplo, lançar shurikens a partir da tela sensível do tablet e ao mesmo tempo mirar na TV é extremamente divertido e intuitivo, dispensando inclusive os tutoriais iniciais. Já nos jogos de pega-pega, como Mario Chase e Luigi's Ghost Mansion, mesmo quem só estiver assistindo vai dar risada e levar muito susto com as aparições dos personagens controlados pelo GamePad, que só podem ser vistos e manipulados por quem utilizar o controle.

A única ressalva fica por conta do aprendizado de pessoas mais velhas, pouco acostumadas com telas sensíveis a toque tão presentes em smartphones e tablets atualmente. Diferente do Wii, que era mais intuitivo e bastava sair por aí dando raquetadas com os controles de movimento, o GamePad exige mais coordenação. Nada que um pouco de treino não resolva, mas certamente irá intimidar os mais desavisados.

Divertido entre amigos

Quando o assunto é multiplayer a Nintendo costuma fazer um bom trabalho, e isso é provado mais uma vez com a genialidade das atrações para mais de uma pessoa em "Nintendo Land".

Não é fácil descrever o desespero dos jogadores que precisam encontrar o fantasma controlado pelo GamePad no jogo Luigi's Ghost Mansion. A imersão provocada por essa interação entre tablet e TV desperta uma série de emoções de surpresa e susto inéditas para um console de mesa.

Experimente então entrar em uma guerra no jogo Metroid Blast, no qual até quatro jogadores precisam se unir para derrotar a nave manipulada pelo acessório. Se muito treinadas, as pessoas podem começar a desenvolver estratégias próprias para derrotar o outro participante, mas a visão que este último possui no ar pode dificultar qualquer tipo de plano.

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Pontos Negativos

Chato sem amigos

Se "Nintendo Land" é extremamente divertido entre amigos, o mesmo não pode ser dito sobre os minigames para apenas um jogador. Apesar de contar com seis atrações específicas para essa situação, a experiência acaba se tornando monótona e chata demais.

Isso não significa que seja ruim ou pouco divertido usar o tablet nesses casos, muito pelo contrário. O problema mesmo fica por conta do baixo número de desafios e a pequena duração de cada atração.

Em vez de usar a internet a seu favor para trazer oponentes de qualquer parte do mundo, "Nintendo Land" se limita a usar a rede social Miiverse para apenas para publicar textos ou comparar estatísticas. O resultado acaba sendo frustrante aos filhos únicos ou quem não tem o luxo de reunir tanta gente ao redor da televisão.

Diversão curta

Mesmo entre amigos, ou sem eles, em pouco tempo a diversão começa a perder efeito e poucas são as novidades que aparecem com a conclusão dos minigames.

Moedas obtidas ao final de cada atração servem para desbloquear itens no parque, como estátuas de franquias da Nintendo, um trem de transporte e uma série de outras bugigangas. O que fazem além de ocupar espaço e se mover? Nada que realmente melhore a diversão.

Além disso, a baixíssima interatividade com a Nintendo Network e os poucos 'achievements' presentes nos minigames dão a sensação de que faltou algo ou que mais jogos poderiam ser incrementados.

Nota: 6 (Razoável)