Topo

Watch_Dogs

Felipe Fonseca

do Gamehall

05/09/2013 15h45

  • Em "Watch Dogs", o hacker Aiden Pearce pode controlar a cidade a seu favor.

"Watch Dogs" foi revelado pela Ubisoft durante a E3 2012, nos EUA. Com uma qualidade técnica e gráficos impressionantes, o jogo conquistou a platéia logo de cara, mas a demonstração teve seu ponto alto quando quase no final foi revelado que haviam outras pessoas participando daquele jogo. A expectativa, a partir de então, passaria a ser enorme.

Seria um jogo multiplayer? Haveria uma campanha solo? Como funciona essa interação entre jogadores? Muitas dúvidas no ar e apesar dos muitos vídeos exibidos e explicações feitas desde então, algumas perguntas só deverão ser respondidas quando "Watch Dogs" for lançado em novembro de 2013, em múltiplas plataformas - dessa e da próxima geração.

Ficção ou realidade?

"Watch Dogs" se passa em uma versão fictícia da cidade de Chicago, que inclui alguns marcos reais, como a Willis Tower. Cada bairro do jogo é inspirado em áreas reais da cidade, com seus moradores refletindo um perfil específico do local.

A cidade possui um Sistema Operacional Central, o ctOS, que controla todos os sistemas tecnológicos da metrópole. Ele foi criado pela Corporação Blume, que passou o seu controle ao governo em 2011, mas que ainda é responsável pela proteção física dos servidores espalhados por Chicago. Desde a implementação desse sistema, a vida da população parece ter melhorado, de forma geral.

HACKERS

  • O DedSec é um grupo de hackers de Chicago que aparentemente não compactua com as ações de Aiden Pearce. Eles são contra o ctOS, pelas graves falhas de segurança que apresenta, comprovadas nas ações do jogador.

As pessoas chegam mais rapidamente ao trabalho, por conta da melhoria no sistema de transporte público e do controle de tráfego. A criminalidade também caiu, graças ao sistema de vigilância que alerta a polícia sobre possíveis ocorrências, identificando criminosos e vítimas. As redes de comunicação se tornaram mais acessíveis do que nunca, com um sistema de internet sem fio presente em toda a cidade.

Nessa aparente utopia, você joga como Aiden Pearce, um brilhante hacker cujo passado criminoso levou a uma violenta tragédia familiar. Pearce buscará justiça pelos eventos ocorridos se utilizando de um celular e todo seu talento para hackear, manipulando o ctOS a seu favor.

Controle absoluto

Qualquer coisa conectada ao ctOS pode ser hackeada. Semáforos, câmeras de segurança, caixas eletrônicos, barreiras de polícia, redes de internet, trens. A cidade se torna uma arma nas mãos de Aiden Pearce, cabendo ao jogador decidir como utilizá-la.

Há sempre mais de uma maneira de abordar cada situação. Confronto direto, ação sorrateira, armadilhas. Isso faz parte da experiência mais complexa e ampla que a Ubisoft pretende alcançar em "Watch Dogs".

Os jogadores poderão formar seu arsenal e criar ferramentas para aumentar seu poder e habilidades de hackear, por exemplo. O jogo conta com uma seleção de mais de 30 armas de fogo.

A Ubisoft contou também com o time responsável pela série "Driver" para criar e aprimorar os mais de 65 carros presentes em "Watch Dogs", cada um com suas próprias características e sensibilidade.

Ações e consequências

O sistema de reputação é parte fundamental do jogo. As suas ações influenciam a maneira que a mídia e os cidadãos encaram o protagonista. Se a imagem que você passa é a de um criminoso, talvez um cidadão que o reconheça ligue para a polícia para denunciá-lo.

Como a equipe do jogo declara em diversas entrevistas, os dilemas morais em "Watch Dogs" buscam ser mais complexos do que um simples "bonzinho" e "malvado". Ao tentar ajudar uma pessoa, dependendo da maneira que isso ocorrer, você pode ser considerado um criminoso por uma testemunha. É por isso que toda ação conta, mesmo que muitas vezes seja difícil termos total controle sobre elas.

A maneira como você é encarado pelos outros, seja como um justo vigilante ou um perigoso criminoso, afeta diretamente os caminhos do jogo.

Escolhas pessoais

Através do ctOS, Aiden Pearce pode acessar o sistema que alerta para possíveis crimes na cidade. Você será alertado sobre uma possível vítima ou criminoso, e a escolha será sua de segui-la para ver o que pode acontecer. Isso pode ocorrer a qualquer momento do jogo, não fazendo parte da campanha principal.

NOVA ENGINE

  • "Watch Dogs" foi desenvolvido através de uma nova engine, a Disrupt, capaz de simular diversos efeitos físicos e reações ao ambiente, como uma rajada de vento que faz um pedestre fechar o casaco, ou o aumento das ondas do rio.

O que fazer caso presencie um crime também é decisão sua, e poderá ou não afetar sua reputação, dependendo de quem estiver por perto.

É possível também hackear terminais de internet sem fio, tendo acesso a todos que estejam conectados a eles. Dessa maneira, Aiden pode vislumbrar uma espécie de planta tridimensional da cidade de Chicago.

Em uma demonstração apresentada pela Ubisoft, o protagonista acessa o laptop dentro de um apartamento. Através da câmera, ele percebe um celular com dados bancários expostos. O jogador pode decidir se quer ou não transferir aquele dinheiro para sua própria conta. Nesse caso, essa ação não afeta sua reputação, já que não há testemunhas. A escolha fica apenas por conta do jogador.

Conexões

Uma das possibilidades mais interessantes de "Watch Dogs" é a interação online com outras pessoas. "Aiden não é o único hacker da cidade". Enquanto você estiver em seu jogo, outro usuário poderá tentar hackeá-lo. Ainda não está claro se isso será opcional e se haverá momentos específicos em que isso poderá ocorrer. De qualquer maneira, a mecânica já é uma das marcas do jogo.

Quando outro jogador tenta hackeá-lo para roubar suas informações (também não está claro o que isso pode implicar), você recebe um aviso. Após isso, tem alguns segundos para tentar encontrar o hacker. Um sinal aponta para a área de onde está vindo a invasão. O objetivo é impedir que o adversário instale o vírus na sua rede. Ao encontrá-lo, você pode persegui-lo e fazer o que achar melhor.

Se o inimigo consegue fugir, você pode tentar encontrá-lo na rede. E se quiser, pode dar o troco tentando hackeá-lo. A ação que se desenrola será a mesma, apenas com papéis trocados.

Hackear outras pessoas não parece ser tarefa fácil, mas deverá ser um desafio muito almejado entre os jogadores. Em alguns vídeos divulgados pela Ubisoft, fica a impressão de que diversos jogadores podem estar conectados nessa "rede" ao mesmo tempo. Isso é algo que talvez apenas no lançamento saberemos ao certo.

VEJA 15 MINUTOS DE DEMONSTRAÇÃO DE "WATCH DOGS"

  •  

O futuro dos games

Apesar de o lançamento ocorrer também nos consoles atuais, "Watch Dogs" surge como uma das caras da próxima geração. A conectividade proposta, tanto na história quanto na jogabilidade, o aproximam muito das propostas do PlayStation 4 e do Xbox One para o futuro dos games.

A Ubisoft parece empenhada nesse caminho também em outros jogos, como "The Crew" e "The Division". O vice-presidente de vendas e marketing da empresa, Tony Key, declarou que eles "não publicariam mais jogos que não pudessem render sequências rentáveis", o que indica que "Watch Dogs" pode ser apenas o começo de uma franquia. Uma adaptação para o cinema também está nos planos da produtora, mesmo com o jogo ainda nem tendo sido lançado.

Se "Watch Dogs" for tudo o que promete, certamente será um jogo incrível. Resta saber se, mesmo nesse caso, será uma experiência totalmente apreciável apenas nos consoles da próxima geração. Em novembro saberemos.