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Xbox 360

Ninety-Nine Nights

24/08/2006

da Redação
Uma das primeiras providências que a Microsoft tomou para fazer com que os japoneses prestassem atenção ao Xbox 360 foi contratar alguns dos mais conhecidos criadores de games do país, como é o caso de Tetsuya Mizuguchi, responsável por games como "Sega Rally", "Rez" e "Space Channel 5".

Logo, ele revelou que seu projeto exclusivo para o que viria a ser o console de nova geração da Microsoft também tinha a colaboração da sul-coreana Phantagram, que fez a boa série "Kingdom Under Fire", para Xbox. Com isso, criou-se a expectativa de que "Ninety-Nine Nights" teria carga épica de "Kingdom", reforçada pelo poder do videogame, mas o resultado final é apenas um game de combate do tipo "amassa botões".

Amassando botões na nova geração

"Ninety-Nine Nights" (ou "N3") é um jogo de ação, cuja mecânica principal é sair distribuindo espadadas (e outros tipos de golpes) contra uma legião maciça de oponentes, fórmula que ficou famosa na série "Dynasty Warriors", da Koei. Mas aqui, em vez de guerreiros chineses, os inimigos são monstros como goblins, orcs e trolls, lembrando aquelas criaturas de "O Senhor dos Anéis".

No mundo de "N3", humanos e criaturas estão em guerra. O game traz sete personagens e a visão de cada um deles sobre o conflito. Mas, no começo, somente a jovem Inphyy está disponível, lutando para vingar a morte do pai. Após terminar o game com ela, mais dois guerreiros ficam disponíveis. E assim segue até que todos estejam liberados.

Trata-se de um game de ação puro, bem simples, que consiste apenas em destruir as hordas de inimigos que aparecerem pela frente. Para isso, o personagem conta com dois botões principais, que resultam, respectivamente, em ataques rápidos ou fortes. Dependendo da ordem em que combinar esses ataques, as cadeias de golpes variam.

Esses combos são bem vistosos, mas muitas das seqüências mais complicadas têm pouca utilidade, pois não parecem muito mais fortes, mas em compensação salta aos olhos o longo período com que mantém "travado" o seu personagem, deixando-o aberto para os ataques dos inimigos.

No final das contas, mesmo com tantos combos disponíveis, apenas alguns acabam sendo úteis. Na verdade, a seqüência básica é uma das mais eficientes, para todos os personagens, e, por isso, o game acaba ficando ainda mais descerebrado. Você pode atravessar o jogo inteiro apenas esmurrando o botão X sem parar, mesmo lutando contra os poucos chefes do game. E somente alguns deles têm ataques realmente diferenciados.

Noventa e nove noites matando inimigos

No começo é divertido ver seu personagem fuzilando dezenas de inimigos (e até centenas, dependendo da situação) com uma girada de sua espada. Mas, como o andamento do game se resume a isso do começo ao fim, sem trazer outra situação, é fácil se cansar. Quando muito, o interesse é mantido pela expectativa de ver os novos combos do personagem, quando este evolui, além da aquisição de novos itens e armas e a liberação de mais guerreiros.

Alguns golpes especiais também dão um pouco de diversidade e destruição. Isso acontece quando você preenche a barra vermelha, que aumenta com itens e com as almas dos inimigos mortos. Feito isso, é só apertar o botão B e usar dois tipos de golpes mais fortes para detonar tudo que encontrar pela frente. Quem for morto dessa forma libera almas azuis, que servem para o personagem usar um golpe mais forte ainda, quase sempre eliminando todos que estiverem nas redondezas.

Um dos destaques é a quantidade de inimigos por tela. Jogos como "Dynasty Warriors" e "Devil Kings", para PlayStation 2, ou "Kingdom Under Fire", para Xbox, trazem bastante deles, mas com a capacidade do Xbox 360, a quantidade de criaturas na tela deu um salto.

Porém, isso não significa que os combates ganhem vivacidade. A quantidade pode ser grande, mas os inimigos são quase todos iguais, e não se esforçam em demonstrar ações que diferenciem um indivíduo do outro. A situação não melhora nem quanto aparece mais uma "raça" de oponentes. Não é como "Dead Rising", em que cada zumbi tem uma aparência diferente.

Você também pode comandar seus aliados, mas as opções são bem limitadas. Simplesmente, os comandos são "siga-me" e "espere". Em confronto, os modos de luta podem ser "ofensivo" ou "defensivo". Mas nada disso tem muita importância, pois os seus dois blocos de aliados que você pode controlar parecem fazer apenas número, corpos a mais para preencher a tela. E isso é uma pena, pois se trabalhassem melhor isso, poderia ficar um game mais rico, com toques de estratégia, e se aproximar, um pouco que seja, de "Kingdom Under Fire".

Cortando o barato

Mas nem só de lutas vive essa turma. Há também alguns elementos de exploração, pois há baús espalhados em vários cantos do mapa. Eles podem trazer diversos tipos de itens: de consumíveis, como energia, a equipamentos, como armas. Cada arma tem um "level" e o personagem só pode usá-la se estiver num nível correspondente ou superior. Também pode usar uma quantidade de acessórios; esse número é determinado, novamente, pelo "level" do lutador.

Também há um pouquinho de RPG, já que, ao derrotar os inimigos, os protagonistas ganham experiência, que leva ao aumento de level. Com isso, eles aprendem novas seqüências, além das vantagens descritas acima. O sistema torna o game mais amigável para os novatos, pois, se houver uma fase particularmente difícil, ele pode treinar nas mais fáceis e voltar quando estiver mais forte.

Durante a aventura, acontecem cenas não-interativas, que servem mais para interromper algo de bom, como um combo gigante ou um golpe especial que por ventura esteja fazendo - o pior é a barra que volta ficar vazia depois da cena. E esses interlúdios podem durar apenas alguns segundos, mas mesmo os mais compridos trazem apenas diálogos insossos e um roteiro fraco.

A história e o manejo de alguns personagens que aparecem mais tarde são um pouco melhores, mas justo com eles as campanhas ficam mais curtas. Alguns têm apenas duas missões, enquanto a média é de cinco ou seis. Você pode terminar o game com todos os personagens em cerca de 20 horas.

A lista de conquistas tem dez itens, muitos deles são desbloqueados ao terminar a campanha dos respectivos personagens. Além disso, há prêmios por terminar uma fase secreta, quando se consegue rank A em todas as fases ou quando todos lutadores estiverem no nível máximo. Estranhamente, a lista está em japonês, mesmo na edição americana.

Por enquanto, o jogo não usa nenhuma funcionalidade da Xbox Live. Não há modos multiplayer nem downloads adicionais, pelo mesmo até agora. Há alguns extras para liberar, mas nenhum vale muito a pena. E ainda por cima precisam de pontos para serem destravados, pontos esses que são ganhos ao completar as missões.

Muita quantidade, mas pouca qualidade

Todos os esforços para fazer um belo visual parecem que ficaram confinados na demonstração de apresentação, que é um espetáculo de imagens. Mas durante o jogo, os personagens são pequenos, e qualquer detalhe que possam ter fica oculto. E como não há muita variedade de inimigos e aliados, nem inteligência artificial além do medíocre, parecem figurantes de produções baratas. O game "segura" bem o desempenho, mas se usar um especial onde há muitas criaturas, ocorre lentidão. O travamento pode ficar gigantesco se você ainda acertar uma das poucas estruturas destrutíveis do cenário, como uma torre.

Nos interlúdios, é possível ver o bom trabalho de modelagem dos personagens, com ótimas texturas, mas as cenas são mal-dirigidas, com roteiro e diálogos fracos. Além disso, a dublagem vai do aceitável até o muito ruim, e põe por terra qualquer tentativa de empolgar. Os cenários possuem muitos elementos, com bom nível de detalhes, mas o resultado final é apenas um pouco melhor que os consoles de atual geração. O que não ajuda é que os ambientes não variam quase nada, tornando-os muito monótonos. O tamanho é bom, mas a exploração pode ser um fardo, visto que seu personagem não corre tão rápido quanto seria desejável.

O som sempre foi um dos pontos fortes das obras de Mizuguchi e "N3" não é exceção. Não há inovações aqui. Como um bom jogo de clima de fantasia, o estilo usado foi o clássico, às vezes usando até peças famosas. Músicas orquestradas quase sempre funcionam para a maioria das situações, realmente. Se há algo que incomoda são as partes de silêncio, quando não há combates. É que a música volta de repente, quando as espadas se encontrarem novamente, denunciando falta de polimento. Os efeitos sonoros são passáveis, mas o time de dubladores não teve bom desempenho..

Contagem de corpos

"Ninety-Nine Nights" era a promessa de um grande épico, mas virou apenas um jogo de combate em que um personagem enfrenta exércitos inteiros. Destruir tamanha quantidade de inimigos é até divertido no começo, mas como não há quase nada além disso, acaba cansando rapidamente. O título realmente peca pela falta de conteúdo e nem seu preço um pouco menor que a média, de US$ 49,99 (na época do lançamento), parece atraente para o que ele tem a oferecer.

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    Ninety-Nine Nights (Xbox 360)

    146 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Q Entertainment / Phantagram
    Lançamento: 15/08/2006
    Distribuidora: Microsoft
    Suporte: 1 jogador, cartão de memória
    RegularAvaliação:
    Regular

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