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Ace Combat: Assault Horizon

AKIRA SUZUKI

Da Redação

18/11/2011 11h24

"Assault Horizon" vem com novidades que são uma faca de dois gumes para "Ace Combat". As modalidades de "dog fight" e bombardeio deixam o game com cara de filme de ação como "Ameaça Invisível - Stealth", mas sacrificam a amplitude das estratégias de jogo. E apesar das adições bem-vindas de fases de artilharia, bombardeio e helicópteros, "Assault Horizon" peca no principal: as missões de avião. Fãs antigos da série devem estranhar um pouco esse novo "Ace Combat", mas parece bem mais palatável a novatos que os antecessores. No final das contas, acaba ficando no meio do caminho, não satisfazendo por inteiro nenhum desses públicos.

Introdução

A série "Ace Combat" é quase única em seu gênero: nos céus dos simuladores de combates aéreos, a franquia "H.A.W.X.", da Ubisoft, é praticamente sua única concorrente. Agora, com "Assault Horizon", "Ace Combat" chega em sua segunda encarnação nos consoles de atual geração claramente inspirado em "Call of Duty: Modern Warfare". Pode ser coincidência, mas até o enredo é parecido. Tanto que esse novo "Ace Combat" poderia ser perfeitamente a porção aérea de "Modern Warfare" - porém, sem o mesmo entusiasmo.

Pontos Positivos

Variedade de missões

"Ace Combat: Assault Horizon" deixa de ser um game exclusivamente de aviões e passa a atender as diversas modalidades de ataques aéreos. Tem, por exemplo, missões de artilharia, em que o jogador comanda uma arma de um helicóptero pilotado por outro personagem. É uma cena que lembra "Call of Duty: Modern Warfare" (e muito divertido), assim como outra missão que acontece num avião C-130 (esse, por outro lado, é bem monótono).

Outra novidade são as fases em que se comanda um helicóptero, cujo controle lembra a de um FPS (tiro em primeira pessoa), mas com noção de altura. Essa é outra boa adição para "Ace Combat" e dá variedade à ação do game. É uma pena que o principal, as fases com os aviões, não melhorou: são muitas sequências de inimigos, que acabam deixando as missões compridas e repetitivas.

Bom equilíbrio entre ação e simulador

Vindo de um jogo para fliperama, a série "Ace Combat" sempre esteve numa zona ótima entre os jogos de ação e os simuladores de voo. Com a introdução dos ataques de curta distância (Close Range Assault, CRA, na sigla em inglês), "Assault Horizon" pende mais para o primeiro, mas ainda mantêm os dois elementos equilibrados.

O CRA, que aproxima o avião de seus alvos, tanto no ar como no solo, dão um ar mais cinematográfico para o game, pois a câmera acompanha a ação mais de perto e por ângulos arrojados. Nessa modalidade, a metralhadora ganha mais importância, pois cumpre funções estratégicas (faz retardar o movimento dos aviões inimigos).

Por outro lado, o sistema burocratiza a perseguição aérea, praticamente resumindo a participação do jogador em controlar a distância entre o avião e seu alvo (a pilotagem é quase automática). A desvantagem do sistema é que o jogador fica mais suscetível ao ataque de mísseis, uma consequência até natural, já que a pilotagem passa a depender menos do jogador.

Não que o CRA seja de todo ruim: ele é opcional - embora seja bem mais difícil derrubar os ases sem sua ajuda - e adiciona praticidade, principalmente se usados contra alvos no solo.

Pontos Negativos

Enredo batido e mal conduzido

Embora a Namco tenha, pela primeira vez, terceirizado o roteiro de um "Ace Combat" - ficou a cargo de Jim DeFelice, autor de vários romances militares -, o resultado não ficou nada original. É impossível não notar semelhanças entre "Assault Horizon" e os "Call of Duty: Modern Warfare": ambos falam de guerras que acontecem pelo mundo todo provocados por renegados russos (até o nome dos antagonistas é similar). Assim, o game fica parecendo um apêndice do famoso game de guerra.

O jeito que as cenas não interativas são conduzidas também é idêntico: de tempos em tempos aparece uma com visão em primeira pessoa e o personagem pode ver o que acontece ao redor mexendo no joystick. É tudo bonito e bem-feito, mas fica a impressão de que tudo isso já foi feito antes - e melhor.

Replays curtos

Rever suas jogadas sempre foi um dos prazeres de "Ace Combat", mas isso está muito mais limitado agora. O visual é incomparável com os jogos da geração anterior, mas se antes o jogador podia ver todo o replay, em "Assault Horizon" é preciso salvar as sessões manualmente e ainda por cima grava apenas 40 segundos, em média. Desanimador.

Nota: 7 (Bom)