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Alan Wake: Night Springs

Pablo Raphael

do UOL, em São Paulo

29/02/2012 11h28

O primeiro "Alan Wake" foi um thriller de suspense e terror, com pitadas de ação. "American Nightmare" é um jogo de ação com pitadas de suspense. E, dado o formato de menor duração de um jogo para Live Arcade, a fórmula funciona, diverte e não denigre a imagem do escritor assombrado da Remedy.

Introdução

"American Nightmare" traz de volta para o Xbox 360 o escritor Alan Wake. A aventura se passa no começo de sua carreira, quando Alan escrevia roteiros para um programa de televisão chamado "Night Springs" - versão da Remedy do popular "Além da Imaginação".

O escritor está no Arizona, onde uma sucessão de eventos misteriosos trouxe Mr. Scratch - seu maior inimigo - e os infames Taken para uma nova batalha entre a luz e a escuridão, com toques de "pulp fiction" e uma bizarra viagem no tempo.

Pontos Positivos

Produção de alto nível

Distribuido por download, "American Nightmare" é um jogo menos pretencioso do que o "Alan Wake" original. Ainda assim, surpreende pelo alto nível técnico da produção.

Com gráficos caprichados, ótima trilha sonora e sequências com atores reais, "American Nightmare" mostra que mesmo um jogo pequeno pode oferecer a qualidade esperada de um projeto de orçamento elevado.

A Remedy aproveitou o ritmo mais rápido de "American Nightmare" para melhorar seu sistema de combate e limar preocupações desnecessárias, que poderiam distrair a atenção do jogador, como o excesso de colecionáveis: agora, só é preciso coletar as páginas perdidas para desbloquear novos itens para o escritor.

Ficção barata

"American Nightmare" se divide em 3 cenários, que são visitados várias vezes seguidas pelo jogador, em um "looping temporal" no melhor estilo "Dia da Marmota".

Conforme a história avança, novas criaturas surgem, pequenas mudanças acontecem em cada passagem e a Remedy teve o cuidado de não obrigar o jogador a repetir cada busca ou diálogo. Mas ainda assim, fica a sensação de que o tempo de jogo foi "esticado" com um truque barato.

Vale notar que o primeiro "Alan Wake" mostra nosso escritor experiente e no auge da fama. "American Nightmare", é uma lembrança do começo de sua carreira num seriado de televisão: histórias de terror e viagem no tempo são o combústivel da ficção-científica "soft", o que justifica as escolhas da Remedy.

Ação na dose certa

"American Nightmare" é menos Stephen King e mais Tarantino, disse a Remedy ao descrever o jogo. A comparação é válida. O jogo é muito mais pontuado pelos combates contra os Takens do que pelo enredo.

Há novas criaturas das trevas, inclusive um gigantesco caipira armado com uma moto-serra. Polstergeists animam objetos e arremessam carros na direção de Alan. Um dos novos Takens tem a capacidade de se duplicar quando iluminado pela lanterna. E há, é claro, Mr. Scratch, versão maligna do escritor.

Para enfrentar as hordas da escuridão, Alan conta com sua indefectível lanterna, um arsenal renovado de armas - que inclui sub-metralhadoras, rifles de assalto, uma besta e uma furadeira. Seus movimentos estão mais refinados e a esquiva rende momentos de arrepiar.

"American Nightmare" traz de volta também a habilidade de Wake reescrever a realidade, resolvendo pequenos puzzles que consistem em coletar objetos e posicioná-los em um cenário. É tudo bem simples e sempre criam uma sensação de antecipação pela luta que virá em seguida.

Modo arcade

Além da campanha principal, "American Nightmare" traz um modo Arcade. Aqui, Alan Wake precisa sobreviver até o amanhecer, enfrentando ondas de Takens, correndo atrás de munição e armas melhores.

Conforme avança no jogo, você libera novos mapas para o modo Arcade. É uma modalidade que oferece bastante desafio, principalmente nas ondas finais.

Pontos Negativos

Vale a pena jogar de novo?

Jogar o modo Arcade até liberar todos os mapas, superar os placares dos amigos e pegar todas as Conquistas é o que vai manter os jogadores mais ávidos ligados em "American Nightmare".

Infelizmente, não dá para dizer o mesmo da campanha principal. A história é divertida e coletar todas as páginas perdidas é um bom desafio, mas a estrutura repetitiva do enredo perde muito do impacto depois da primeira partida.

Nota: 8 (Ótimo)