Topo

Alien Hominid HD

28/02/2007 20h01

A Live Arcade é um espaço para a inclusão de jogos simples ou clássico de fliperamas, voltado para quem tem saudades de títulos antigos ou aqueles que querem se divertir mesmo com pouco tempo disponível. Grande parte do acervo é composta por títulos da década de 80 - e, portanto, são bem rudimentares -, mas "Alien Hominid" inaugura uma nova era.

O título nasceu como um webgame, que rodam em navegadores de internet, mas fez tanto sucesso que virou um jogo "completo" para consoles, no caso, o PlayStation 2, GameCube e Xbox. Agora, a Live Arcade recebe o amalucado alienígena amarelo, devidamente atualizado com gráficos em alta resolução.

Atirando para todo lado

"Alien Hominid HD" é, na maior parte do tempo, um jogo de ação com tiro e plataformas. O visual utiliza tecnologia 3D, mas todo o funcionamento se baseia em duas dimensões, com visão lateral. O game traz variações em seu sistema, mas a parte principal lembra clássicos como "Metal Slug", da SNK, só que com um ritmo alucinante, como o de "Contra" ou "Gunstar Heroes".

O protagonista é um alienígena - uma graciosa (mas bizarra) criatura que parece uma mistura de formiga com Pikachu - que passeava pelo espaço quando um "acidente" destrói seu disco voador e cai na Terra. Logo, agentes do FBI recolhem seu meio de transporte, obrigando a criatura a reavê-lo. Mas não sem resistência.

Tal e qual como em "Metal Slug", o alien pode correr e atirar (para frente ou para cima). Se estiver pulando, também é possível dar tiros para baixo. No entanto, como extraterrestre que é, também possui alguns movimentos mais estranhos. Um deles é se enterrar no solo, podendo escapar da maioria dos ataques, além de poder "afogar" quem passar por perto. Mas não é possível ficar muito tempo assim. Um outro consiste em pular sobre os ombros dos adversários. Assim, eles servem como escudos humanos, ou, se quiser, também pode devorar-lhes a cabeça.

A arma básica da criatura amarela é uma pistola com munição infinita, mas há vários "power ups" pelo caminho, que são deixados por uns garotos ou quando se mata determinados inimigos. Escombros de edificações também costumam liberar itens. Ao pegar uma arma, o alien ganha um escudo, que o protege de um único tiro, e a granada acompanha o visual da arma, sem, no entanto, mudar suas características funcionais.

De outro mundo

"Alien Hominid" não é voltado para jogadores casuais: sua dificuldade é alta. É daqueles games que, como "Contra", perde-se vidas a cada cinco segundos se ficar desatento. Mesmo na dificuldade mais fácil, o game não dá muito alento. No entanto, trata-se de um título em que a experiência se reflete no desempenho do jogador. À medida que vai conhecendo as artimanhas do game, mais você avança - e poupa vidas.

Alguns dos truques iniciais incluem a destruição dos prédios, que revelam itens - além de ser condição para uma conquista -, e a utilização dos veículos. Dentro deles, você está protegido, mas os carros em si podem ser danificados. Há diversos tipos de veículos, desde um automóvel comum até tanques de guerra e escavadeiras. Pilotá-los é geralmente uma das partes mais bacanas, pois é um show de destruição, podendo atropelar os inimigos e derrubar construções.

Um outro truque essencial para sobreviver, principalmente contra alguns chefes, é a utilização do mergulho no solo. Essa técnica é eficiente, por exemplo, contra o primeiro robô gigante na hora que ele avança e quando usa o laser rasteiro.

Enfim, o jogo é difícil, mas o aprendizado do jogador, tanto na parte técnica como a descoberta de novas estratégias - essenciais principalmente contra os chefes -, reflete nas partidas, e a recompensa é ir cada vez mais longe.

O modo principal tem 16 fases, divididas em três áreas. Três horas é o suficiente para atravessar tudo, mas como os "continues" não são infinitos, dependendo do nível do jogador, é possível que não termine em poucas tentativas. As fases já acabadas podem ser acessadas diretamente do menu, e continuar o game dali.

Apesar de relativamente curto - se comparado com os games em DVD -, a experiência é variada e intensa. A ação é quase ininterrupta e a monotonia passa longe. As situações enfrentadas mudam a cada instante. Há bastante veículos - a segunda fase inteira se passa numa estrada e as "plataformas" são os carros que nela transitam -, alguns até inusitados, como um OVNI. Ou nem tanto, haja visto que o protagonista e um alienígena. Há até uma fase que lembra jogos de tiro espacial, uma espécie de "Time Pilot" mais sofisticado.

Minigames com diversão pequena

Além da modalidade principal, há uma série de minigames. Um dos principais é o "PDA Game", que parece uma mistura de "Lode Runner" com "Super Mario Bros.", com gráficos propositalmente toscos, que mais parecem rabiscos. São mais de 150 fases, mas provavelmente sua paciência não vai durar até o fim, pois o passatempo é simples demais. Há também um outro chamado "All You Can Eat", que consiste simplesmente em apertar rapidamente os botões para ver quem consegue comer o prato em menos tempo. Essas duas modalidades aceitam partidas multiplayer, seja por rede local ou online.

Os outros minigames são, basicamente, segmentos específicos da modalidade principal, como o primeiro chefe ou o segundo estágio, às vezes com regras distintas. O objetivo é fazer a maior pontuação. Esses minigames vão sendo liberados a medida que você passa pelas fases, assim como os chapéus que o alien ganha. Esse acessório é a única forma de personalizar o avatar, quando dois jogadores participam de uma seção.

É uma pena que o game não traga um modo cooperativo no modo principal pela Xbox Live. É verdade que atrasos de comunicação em um jogo rápido como esse seria estressante, mas a possibilidade soa interessante, como mostra o modo cooperativo na mesma máquina, usando dois controles.

As conquistas são verdadeiros desafios, como destruir 25 prédios numa partida ou devorar cinqüenta cabeças sem tocar o chão ou atirar. Chega ao cúmulo de pedir para matar o último chefe com apenas uma vida.

Desenho animado interativo

Como denuncia o sufixo "HD" no título, o game tem suporte à alta definição. É um desenho animado em forma de jogo. O grafismo de Dan Paladin pode ser simples, mas transpira personalidade e estilo. Isso pode ser facilmente notado numa TV convencional, mas é numa de alta resolução que se vê todos os detalhes.

A animação é fantástica. Os inimigos morrem de jeitos diferentes dependendo da arma. Um tiro nas partes baixas os fazem segurar o local atingido, enquanto um projétil congelante os transforma em estátua de gelo. Se cortados com a faca, são desmembrados. Enfim, há sangue e representações gráficas violentas, ainda que em tom de cartum. Mas isso pode ser desligado nas opções. Há humor por todos os lados: repare como o agente do FBI sai dançando logo no começo ou como o chefe da fase 2-2 fica depois de derrotado.

A trilha musical é mediana, sem tanta personalidade, assim como a sonoplastia, que é apenas passável. Uma boa novidade é que os textos estão em português, ainda que seja o lusitano.

Visual de casual, mas alma de entusiasta

Nota: 8 (Ótimo)