Command & Conquer 3: Kane's Wrath

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL

RTS para jogar em console

A saga da seminal franquia de estratégia ganhou mais um episódio em sua plataforma original, o PC, na forma da expansão do sucesso do ano passado, "Command & Conquer 3: Tiberium Wars" e agora chega ao Xbox 360 como um título avulso. Desta vez as atenções são todas voltadas para o vilão Kane, interpretado novamente pelo ator Joe Kucan, em campanhas segmentadas que tentam tapar buracos na cronologia da série. Claro, com direito a uma série de novidades, reviravoltas e um novo sistema de controle para o console.

Jogando com o bandido

Ao contrário dos outros jogos da franquia, a campanha principal de "Kane's Wrath" se volta totalmente para a Irmandade de Nod, com 13 missões divididas em três atos. O primeiro destes é o mais interessante. Nele ficamos sabendo como o vilão sobreviveu à 2ª Guerra do Tiberium, quando foi considerado morto, e seu súbito retorno no início de "Command & Conquer 3: Tiberium Wars".

Se tudo já parece confuso para aqueles que não são íntimos da mitologia da saga, tudo fica ainda mais complicado quando os atos seguintes dão saltos no tempo para mostrar eventos paralelos ou futuros ao que ocorre em "Tiberium Wars". Há muita intriga, traições e maquinações, mas só os fãs mais fervorosos (e com boa memória) conseguirão curtir todas as referências.

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Poder acima de tudo

Mesmo que você não se lembre da história ou simplesmente não dê importância para isto, jogar "Kane's Wrath" é como encarar qualquer outro jogo de estratégia em tempo real. Claro que com as devidas alterações, mas o foco é construir sua base próxima a alguma reserva energética, formar seu exército com uma estrutura básica para ter tudo rodando lisinho e partir para cima do inimigo da maneira mais rápida e brutal possível.

Como a ação é virtualmente idêntica ao anterior, a EA tentou dar novos ares à franquia introduzindo novas facções. Além das principais, GDI, Nod e a alienígena Scrin, cada uma delas recebeu duas ramificações - da GDI surgiram a Steel Talons e a Zocom, da Nod surgiram a Black Hand e a Marked of Kane e da Scrin surgiram a Reaper-17 e a Traveler-59. Nenhuma delas é especialmente inspirada, algumas com diferenças sutis, mas são elementos que dão mais peso e relevância a um jogo que sofre coma fratura da narrativa de sua campanha principal.

Isto porque estes novos grupos e suas peculiaridades são vistos principalmente no novo modo chamado Kane's Challenge. É um conjunto de missões avulsas com objetivos específicos criado especialmente para o console, e que substitui o modo Global Conquest do PC. São 10 missões para cada, o que, se somados aos cinco modos online, colaboram para tornar o pacote bastante robusto.

Proporções épicas

Como "Kane's Wrath" foi criado como uma expansão, os gráficos e o som seguem o mesmo padrão do jogo original, e não apresentam grandes problemas técnicos. Há ocasionais quedas na taxa de animação e momentos de lentidão online, mas na maioria das vezes tudo funciona como deveria. Claro, se você levar em conta que é um gênero que ainda não foi totalmente aperfeiçoado para o videogame de mesa, uma vez que há algumas limitações com a câmera e os controles.

Veteranos jogadores do PC dificilmente se acostumarão com a visão, que nunca parece se acertar, nem na velocidade nem em amplitude. Os comandos evoluíram bastante em relação a outras conversões da EA - agora a barra de unidades foi substituída por círculos que apresentam as opções a serem selecionadas com os analógicos - o que torna tudo mais rápido, mas que ainda não substitui o mouse e o teclado, principalmente em momentos mais tensos que requerem maior precisão.