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Don King Presents: Prizefighter

01/07/2008

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL
Muhammad Ali, Mike Tyson, Evander Holyfield, Julio César Chávez, George Foreman e até mesmo James "Buster" Douglas já conseguiram estrelar seus próprios jogos de boxe ao longo das décadas, deixando sempre uma importante figura em segundo plano. Quem? O polêmico promoter Don King, que esteve por trás de algumas das maiores lutas de todos os tempos, e que só agora, quando sua presença esmaece na mídia, resolveu apadrinhar oficialmente um simulador do esporte. Infelizmente, com uma série de lugares comuns e pouca diversão, o resultado final não corresponde à imagem deste interessante personagem da mitologia do boxe.

Carreira complicada

O ponto principal é seu modo de carreira, que parte de princípios burocráticos e insere uma ou duas novidades, que não necessariamente ajudam na progressão. A base tem tudo o que se espera: depois de criar seu lutador, com direito aos já corriqueiros ajustes de aparência, você deve rumar ao topo dos rankings da maneira almejada. Você treina alguns fundamentos - em minigames que evoluíram pouco desde o tempo de "Rocky" de Master System, ou algo que o valha - e encara lutas que farão sua carreira evoluir.

Arenas colossais e precárias
Para dar uma apimentada nas coisas, o jogo adiciona alguns elementos de história na tentativa de inserir algum drama em sua ascensão. Há depoimentos filmados com o próprio King e outras figuras célebres do meio como o ex-boxeador Larry Holmes, o ator Mario Van Peebles e o comentarista da HBO Jim Lampley, que tentam inserir seu personagem dentro do contexto do jogo. É uma boa idéia, mas que não funciona plenamente diante da produção pobre e da falta de química com o resto do conteúdo - os trechos com pessoas de carne e osso não parecem combinar com o restante do jogo e seus gráficos tridimensionais, criando uma sensação estranha, de jogo antigo, além do longo tempo de carregamento.

Outras adições funcionam um pouco melhor. Há, por exemplo, alguns percalços no decorrer das lutas, como oponentes que subornam juízes ou alguma lesão que lhe dá alguma desvantagem, colocando uma variável interessante nos confrontos com as quais você terá que lidar. Fora dos ringues você também terá que tomar cuidado com distrações, como modelos fogosas ou propostas para aparecer em filmes, por exemplo, que podem custar preciosas sessões de treinamento. Agora, bacanas mesmo são algumas lutas que interrompem a narrativa e recriam clássicos combates da história do boxe, com direito a um filtro de tom sépia e tudo mais.

Dois braços esquerdos

É louvável a intenção de adicionar algumas novidades para dar novo fôlego ao batido modo carreira, mas sem uma mecânica sólida, estas características não passam de perfumaria. Para começar, os controles são extremamente irregulares e complicados. Há muitos comandos para memorizar e nem sempre eles respondem com a mesma velocidade. Mesmo depois de várias lutas, você continuará em dúvida sobre os quais três botões simultâneos você terá que pressionar para conseguir surpreender o oponente. Só que, quando se lembrar, já será tarde demais.

Os lutadores também não parecem ter muitas características marcantes, que os definam de verdade. Nem mesmo contando com uma boa quantidade de personalidades do esporte, como da velha escola, a exemplo de Rocky Marciano, Joe Louis e Max Baer, e figuras recentes como Daniel Ponce de Leon e Júlio Diaz, eles parecem ter grandes diferenças entre si na maneira de jogar.

Se os controles não ajudam no modo carreira, não espere que melhorem em outros. Em partidas online, em torneios ou não, pelo menos durante nossos testes, o lag na conexão deixou as lutas praticamente insuportáveis. Era tão grande a demora na resposta dos comandos que muitas vezes eles chegavam a ser cancelados e nenhum dos lutadores chegava a fazer nada.

Reviva lutas históricas
Outro aspecto técnico que deixa a desejar é o visual. Embora não seja um jogo feio, "Prizefighter" não tem nenhum grande chamativo, com um design de personagens e cenários medíocre, sem nenhuma grande marca. Não há nada que chame a atenção, nada que não tenha sido feito antes e, se você gosta de comparações, nem tente colocá-lo lado a lado com "Fight Night Round 3" - é triste ver que um jogo lançado há mais de dois anos consegue ser visualmente mais interessante do que este.

Agora, se há realmente um aspecto em que este jogo brilha é em sua trilha sonora. Não os sons, que são enfadonhos, mas as canções. Há muita coisa de qualidade para ser apreciada, clássicos de artistas como Run DMC, James Brown, Iggy Pop, George Clinton, Blue Oyster Cult, Wild Cherry e, para não fugir dos clichês, Suvivor, com seu imbatível "Eye of the Tiger".

CONSIDERAÇÕES

Ame-o ou odeie-o, não há como negar que Don King é uma figura extremamente interessante, algo que infelizmente este jogo não é. Embora insira algumas variáveis criativas no modo de carreira, "Don King Presents Prizefighter" é um game de boxe burocrático, que sofre principalmente com seus controles complicados e imprecisos, trazendo apenas sua sensacional trilha sonora como elemento marcante.

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    Don King Presents: Prizefighter (Xbox 360)

    73 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Venom Games
    Lançamento: 09/06/2008
    Distribuidora: 2K Sports
    Suporte: 1-2 jogadores, cartão de memória
    RegularAvaliação:
    Regular

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