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Xbox 360

Eragon

05/01/2007

da Redação
Era uma vez, um épico livro que narrava aventuras num mundo fantástico. Um dia, a história virou filme, e depois, um videogame. Você já viu isso acontecer com "O Senhor dos Anéis" e "Crônicas de Nárnia". Agora, "Eragon" segue o mesmo caminho. Mas o final não é nada feliz.

Após uma seqüência de jogos competentes baseado em filmes, a maldição do gênero volta à carga com o game baseado no livro do jovem escritor Christopher Paolini. "Eragon", o jogo, até tem alguns momentos interessantes, mas afunda qualquer esperança devido aos controles relapsos e a repetição dos combates.

Coração de dragão

"Eragon" é um jogo de ação com combate. Mesmo na edição para videogames, o título parece ter copiado "O Senhor dos Anéis", o que parece um caminho natural, visto que as duas obras compartilham temas semelhantes e a desenvolvedora é a mesma de "The Lord of the Rings: The Two Towers". Porém, a qualidade ficou para trás.

A premissa não é das mais originais. O protagonista Eragon era apenas um camponês no reino de Alagaesia até encontrar um ovo de dragão, e isso o leva a descobrir ser um predestinado a salvar o seu mundo das mãos de um rei maligno. No entanto, o game não dá sinais de desenvolver o enredo, visto que não há uma continuidade no roteiro. Tudo que se vê são cenas não-interativas desconexas umas das outras. Parecem clipes, trazendo uma linguagem visual até interessante, sem usar as cenas do cinema.

A julgar pelos menus, o game não parece uma grande produção baseada num filme de Hollywood, mas traz um visual competente. A cena da floresta no início é bonita e durante todo o game, a produtora soube combinar um cenário de fundo grandioso com um primeiro plano com bom nível de detalhes e muitas partes destrutíveis. O visual é melhor na versão para Xbox 360, mas, nesse caso, fica bem abaixo de alguns fenômenos recentes, como "Gears of War".

O retorno à simplicidade

Como sempre, a primeira fase é para repassar os movimentos básicos. Eragon possui uma gama de movimento típico de games de combate com espadas. O número de seqüência é pequeno, mas o pior é que não aumenta até o final do jogo. A sensação de estar desenvolvendo um personagem é um dos mais poderosos incentivos para o jogador, mas a Stormfront Studios parece ter ignorado isso desta vez.

A primeira fase também apresenta o jogador ao arco-e-flecha, mas é uma opção de ataque usada somente quando for realmente necessário, pois seu poder de fogo é bem pequeno, pelo menos até certa parte do jogo.

"Eragon" é um jogo de aventura bem simples, com caminho linear. A exploração se resume a encontrar um ovo secreto por fase, que libera alguns extras, como vídeos de making-off do game. Até parece piada pronta que um dos responsáveis pelo game seja um tal de John Kleber, mas, em sua defesa, ele cuidou do setor que mais deu certo: a direção de arte.

Combates desgovernados

O que estraga o jogo são mesmo os combates, que representa quase a totalidade do game. É evidente que houve um esforço para fazer com que as lutas parecessem furiosas. Além dos golpes já citados, há vários ataques que merecem um close no personagem, como as lutas agarradas, contra-ataques e ofensivas mortais.

Essas animações são tão brutais dentro do que permite títulos com a classificação "teen", para maiores de 13 anos nos EUA. Você vê Eragon segurando a cabeça dos monstros e dando joelhadas ou subindo em suas costas para tentar arrancar-lhes a cabeça. A edição para Xbox 360 e PC tem até sangue. Essas cenas são bacanas, mas como repetem à exaustão, o impacto é logo diluído.

Cada inimigo derrotado confere uma espécie de alma, que é usado para fortalecer o personagem. Até se ganha espadas e armaduras novas, mas como seu efeito não se faz sentir nas lutas, não há a impressão de que o guerreiro está evoluindo. Existem alguns baús no meio do caminho, que guardam mais almas e energia. Um ponto positivo é a quantidade objetos quebráveis, que dá mais dinamismo aos combates.

No entanto, tudo isso se perde em meio aos controles erráticos. Na hora de golpear, o game direciona o personagem para o inimigo mais próximo, mas quando há vários deles, é praticamente impossível acertar aquele determinado alvo. Além disso, a resposta dos golpes perece lenta. Vira e mexe, o adversário golpeia antes.

Enfim, o resultado da batalha passa longe da habilidade do jogador. Uma das poucas estratégias aplicáveis é usar uma magia, desequilibrar o oponente, e acertar-lhe um combo. Isso se o feitiço for aplicado naquele alvo pretendido por você. Enfim, muitas vezes você ficará esmurrando os botões na esperança de sair vivo do combate. Multiplique isso pelas 16 fases do game para ter idéia da tortura. (Os donos de Xbox 360 têm sua agonia aumentada em mais duas fases.)

Cadê meu dragão?

No decorrer do game, Eragon ganha algumas magias e elas proporcionam alguns bons momentos. Esses poderes representam o pouco de estratégia consciente nas batalhas, como nas cenas em que você derruba os oponentes de suas plataformas. Há também uma magia de fogo, que resulta em algumas risadas involuntárias. Aparentemente, a regra neste mundo é todos os adversários irem direto para um precipício quando estão queimando em chamas, mesmo quando há um rio por perto.

As magias também servem para progredir nas fases, visto que esses poderes ativam interruptores e criam pontes, por exemplo. Lembra um pouco o esquema de "Lego Star Wars". O jogador não precisa se preocupar em usar a cabeça, pois os locais onde as magias podem ser aplicadas trazem um ícone bem aparente.

Mais difícil é achar os caminhos óbvios, já que a câmera é praticamente fixa. Algumas vezes, o lugar onde você deve ir fica escondido devido ao ângulo ruim. Esse sistema também atrapalha quando um segundo jogador está ativo (somente offline), obrigando os dois a andar sempre para o mesmo lado. Outro fato irritante é que o segundo personagem, mesmo controlado pelo computador, é motivo de game over quando perde toda a energia. É para espumar de raiva.

O livro conta a história entre Eragon e o dragão Saphira, mas na versão para consoles de mesa e PC, esse ser mitológico tem um papel menos que secundário. Você a chama somente em algumas cenas, quando aparece um ícone. Há algumas fases em que você monta em Saphira, mas a ação, aqui, é "sobre trilhos" e muito maçante, pois o estágio só termina quando você cumpre uma cota de oponentes mortos. Até que isso seja feito, a cena se repete ad infinitum, ou até você morrer.

O fluxo de tela é suave na maioria do tempo, mas há partes em que a velocidade cai repentinamente. A trilha sonora é apenas mediana, assim como os efeitos sonoros. A dublagem conta com Ed Speleers, o ator principal do filme original, mas todas as falas são curtas, sem espaço para qualquer interpretação. Mas talvez seja melhor assim.

Épico murcho

CONSIDERAÇÕES

"Eragon" até poderia ser um bom jogo, pois traz gráficos decentes e as lutas soam interessantes. Mas tudo é posto a perder com controles desgovernados em que o resultado do combate parece ser definido pelo destino. Há ainda poucos bons momentos, mas o game não escapa da monotonia e da frustração.

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    Eragon (Xbox 360)

    13 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Stormfront Studios
    Lançamento: 14/11/2006
    Distribuidora: VU Games
    Suporte: 1-2 joadores, cartão de memória
    Outras plataformas: DS PC PSP GB PS2 XB
    DispensávelAvaliação:
    Dispensável

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