Fez
"Fez" é uma aventura das mais empolgantes, que consegue inovar as tão clássicas aventuras em plataforma 2D com truques tridimensionais de fazer o cenário girar e assim mudar totalmente a maneira de explorar os estágios.
As dezenas e dezenas de fases, todas com um simpático visual pixelado e colorido, convidam o jogador a explorar este imenso mundo em busca dos 32 cubos dourados e soluções para enigmas bem cabeludos.
Alguns puzzles exageram na dificuldade e às vezes é meio confuso navegar pelo mundo de "Fez", mas não deixa de ser um dos melhores jogos em 2D dos últimos anos e uma ótima e econômica sugestão para a rede online do Xbox 360.
Introdução
"Fez" é um jogo de proposta tão épica quanto o seu próprio ciclo de desenvolvimento. Primeiro game do estúdio Polytron, levou 5 anos para ficar pronto e traz uma proposta que parece batida: uma aventura 2D em que você pode girar o cenário de forma tridimensional e explorar de diferentes maneiras.
De fato, a proposta apenas parece antiquada, já que girar o cenário não serve apenas para abrir novos caminhos, mas aquilo que o jogador vê se torna realidade. Por exemplo, duas plataformas distantes podem ficar próximas ao girar a câmera, e aí você consegue pular de uma para a outra facilmente.
De resto, "Fez" capricha na nostalgia, com visual colorido e pixelado, referências a "Super Mario" e "Legend of Zelda" e uma contagiante trilha sonora retrô.
Pontos Positivos
Jogabilidade inovadoraOs controles de "Fez" são simples: o branquelo herói Gomez pode pular, segurar em bordas de plataformas e realizar outras interações simples, como abrir portas, carregar caixas e empurrar objetos.
Mesmo assim, o poder de fazer o cenário girar é usado à exaustão e com criatividade ímpar. Parece que a gestação de 5 anos do game foi de propósito, justamente para explorar ao máximo as possibilidades da mecânica.
Pode parecer exagero, mas há momentos de "Fez" que evocam o mesmo ingênuo e vibrante sentimento de aventura do primeiro "Super Mario Bros.", em que cada fase traz brincadeiras e possibilidades novas para explorar.
Além dos engenhosos trechos em plataforma, o game apresenta um bom números de enigmas que, por sua vez, lembram alguns adventures aponte-e-clique do início dos anos 90.
Muitas vezes, o jogo não se dá o trabalho de dar dicas, deixando para o jogador descobrir sozinho o que fazer, o que usar e chegar sozinho à resolução do puzzle. Na maioria do tempo a frustração domina (acredite, alguns puzzles são cabeludos demais), mas orgulho ao resolver é sem igual.
"Fez" é daqueles jogos que conquistam o coração ao primeiro olhar: o visual quadradinho e colorido cativa pelo jeito retrô e basta ver o primeiro truque de fazer o cenário girar para ficar impressionado. É quase como brincar com bonequinhos em um cenário feito de blocos de montar.
Mesmo quando o truque fica velho, são os pequenos detalhes que fazem toda a diferença, como passarinhos voando pelas fases, sapos e outros bichinhos passeando, o lindo ciclo do dia com manhã, tarde e noite e muito mais.
Em certo ponto, por exemplo, ao entrar em um cano verde (uma clara referência à Nintendo) o visual muda para tons de verde, como se imitasse os gráficos do bom e velho Game Boy - o tijolão mesmo. E esse é apenas um dos muitos e muitos tipos de cenários que o game apresenta.
"Fez" parte de um roteiro simples: Gomez e seus amiguinhos vivem felizes em um colorido mundo 2D quando, de repente, um cubo mágico maluco aparece do nada e muda totalmente a realidade, permitindo ao herói explorar a terceira dimensão.
A partir daí se desenrola uma aventura épica em busca de 32 cubos dourados - e um bom punhado de outros tesouros. Mesmo jogadores experientes de aventuras plataforma podem levar umas boas 8 horas para terminar a brincadeira - e mais umas outras 5 horas para coletar tudo, o que resulta em uma boa duração para um jogo por download.
Pontos Negativos
Mapa confusoMesmo com diversas qualidades e tanto tempo de desenvolvimento, "Fez" não conseguiu resolver um problema crucial: a exploração do mundo.
"Fez" é composto por um grande mundo com cenários diversos. Cada cenário possui caminhos para outras fases. Em um primeiro momento isso é sensacional, pois instiga a exploração.
O problema é na hora de voltar e buscar itens que ficaram para trás ou abrir aquela porta que antes estava trancada: o caminho de volta é tortuoso e confuso e o mapa do jogo não faz muito para ajudar.
Com o tempo, o jogador acaba decorando os pontos-chaves do mundo e aprende a usar um sistema de portais de teletransporte que agilizam um pouco a tarefa.
Claro, por um lado o trabalho de refazer caminhos pode ajudar a encontrar segredos que você nem tinha idéia que existiam, mas seria muito bom se o game tivesse formas mais eficientes de ir de um ponto ao outro do mapa.
Nota: 8 (Ótimo)
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