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Xbox 360

Full Auto

21/03/2006

da Redação
Apesar de os games de corrida e de combate, separadamente, serem relativamente numerosos na biblioteca do Xbox 360, a mistura desses dois gêneros, como é o caso de "Full Auto", ainda é inédito no console de nova geração da Microsoft. Ainda, o jogo conta com um inusitado recurso de controle do tempo, pelo menos dentro do estilo, permitindo corrigir manobras desastrosas, por exemplo.

Apesar das idéias do game parecerem interessantes no papel, a superficialidade do título retira muito da empolgação que isso possa suscitar. "Full Auto" tem velocidade e destruição, com direito a armas poderosas e muitas explosões, mas tudo isso não empolga por muito tempo. Parece se espelhar na fórmula de "Burnout", por exemplo, mas sem aquele algo mais que separa os clássicos dos meros mortais.

Pé de chumbo

"Full Auto" é um jogo de corrida bem arcade, ou seja, com controles simples e sem compromisso com física apurada, como é o caso dos games que tendem mais para o simulador. Portanto, as curvas podem ser feitas em velocidade plena, apenas usando o freio de mão para fazer os cavalos-de-pau.

A destruição é o segundo pilar do título, que traz uma quantidade enorme de coisas para despedaçar, desde algumas mesas e cadeiras na calçada até um posto de gasolina inteiro - e azar dos carros que estiverem no meio do caminho. Essa é uma das partes mais divertidas do game, seja jogando sozinho ou atuando em partidas multijogador.

O modo de carreira é um dos principais do título. O enredo, que mais está para pretexto, conta história de um piloto aposentado que volta à ativa para combater criminosos conhecidos como os Shepards. E fica nisso. Em nenhum momento da aventura espere encontrar alguma cena não-interativa contando o avanço na trama. Porém, existe um pequeno defeito de programação na carreira: você não consegue progredir se não tiver o disco-rígido ou um cartão de memória.

Essa modalidade é importante para ter as noções iniciais, já que as primeiras corridas funcionam como um tutorial. A primeira prova consiste apenas em correr três voltas nas pistas. Como é baseado em missões, existe um desempenho mínimo a ser superado e, nesse caso, é preciso terminar a corrida dentro de um determinado tempo. Assim, você ganha uma medalha de bronze. Mas também há metas mais difíceis, que, se alcançadas, dão direito a prêmios melhores e, assim, conseguir extras mais interessantes.

Cada vez que avançar nas missões, novas funcionalidades são apresentadas. Depois, o jogador aprende que a melhor maneira de fazer a curva é usando o freio de mão e aplicar cavalos-de-pau, que, além de ser um método rápido, também traz benefícios extras, como encher a barra de turbo.

Como o nome já diz, esse é um mecanismo que faz com que seu carro ganhe uma aceleração maior por um curto período de tempo. Outras ações também enchem a barra, como os saltos e as manobras, como o 360 graus. Esses movimentos mais extravagantes dão direito a uma câmera mais dramática, que pode ser interessante no começo, mas isso logo perde o frescor. Felizmente, é possível desligar o recurso. Caso aconteça uma ação muito plástica, é possível rever a cena a qualquer instante, acionado os replays, mas, infelizmente, não podem ser preservados para a posteridade.

Uma segunda chance para errar

Uma característica interessante é o chamado "unwreck", que é uma função de voltar no tempo, parecido com o que se vê em jogos como "Blinx" e "Prince of Persia". Porém, é a primeira vez que se vê isso num game de corrida, ao menos, dos títulos mais conhecidos. Essa barra é preenchida ao provocar estragos, como destruir carros e estruturas.

Apesar de útil em algumas situações, como quando estiver embicado num beco, por exemplo, sua eficácia é diminuída em outras. Quando você estiver em perigo e tomar um ataque de misericórdia, o "unwreck" vai servir apenas para que você não morra no mesmo lugar, pois a situação crítica continuará a persistir. Além disso, como não é possível especificar o quanto quer retornar no tempo, pode ser que o game entregue o controle numa situação arriscada, numa curva, por exemplo.

Os carros de "Full Auto" também possuem armas poderosas. São sempre dois armamentos casados, ou seja, não é possível escolhê-los individualmente. Depois de escolhido o equipamento, o jogador pode mudar o seu poder de fogo. Porém, ao aumentar a força de um, o outro terá sua eficácia diminuída.

Mesmo no nível mínimo, as armas têm bastante poder de destruição e, colocando no máximo, elas ficam ainda mais arrasadoras, além de ganhar funcionalidades extras, dependendo do caso. Os mísseis, por exemplo, ficam teleguiados no nível mais alto, enquanto os foguetes passam a ser incendiários.

Além de armamentos frontais, há também equipamento de ataque que são colocados na parte de trás do carro, como minas, que atacam os perseguidores. O disparo das armas pode ser feito com um botão, mas também se pode usar a alavanca direita para mirar e atirar com um clique no mesmo direcional analógico, o que permite controles mais livres, mas um pouco mais complicado.

São as armas que protagonizam a maior diversão, com seu alto poder de fogo, seja com espingardas, foguetes e até uma simples metralhadora. Sempre que um inimigo é abatido, a câmera passa a mostrar o carro dando perda total, explodindo no ar e até expulsando o piloto para fora.

Destruição e explosão

Além disso, quase tudo que se vê nas ruas pode ser destruído, entre carros, cabinas telefônicas e diversas estruturas. As maiores explosões ficam a cargo de caminhões-tanque carregados de combustíveis e postos de gasolina. Quase todas as fachadas também são quebráveis, até mesmo uma loja de automóveis. Enfim, a quantidade de objetos destrutíveis é bem grande e chega a impressionar.

Algumas vezes, as explosões não são apenas espetáculo visual. Feito isso em determinados lugares, pode revelar caminhos alternativos: atalhos ou locais em que se podem fazer manobras e saltos. Conseqüentemente, isso significa mais turbo e, portanto, poderá terminar a prova em menos tempo.

Depois das partes de tutorial, as missões passam a variar um pouco mais. Quando começarem a surgir os primeiros rivais, será necessário derrotar alguns deles antes de terminar a prova. Quase sempre o objetivo é chegar em até uma determinada posição, ao mesmo tempo em que se faz um objetivo paralelo, como usar o "unwreck", o turbo ou causar o maior estrago possível.

Os controles funcionam bem, mesmo porque não exigem muita precisão. Praticamente todo o game pode ser feito sem precisar tirar o dedo do acelerador, pois as curvas, por mais fechadas que pareçam, não exigem mais que um pouco de freio de mão. Apenas é complicado conciliar todas as funcionalidades do jogo, entre turbo, "unwreck", as duas armas e, de vez em quando, usar a visão traseira do carro.

A duração do modo de carreira é de cerca de seis horas. Mas o game também oferece modos multijogador online para prolongar a sua vida útil. Nesse caso, até oito pessoas podem participar de corridas regadas, para variar, de muita destruição. É um festival de tiros, mísseis e minas para todos os lados. O recurso de voltar o tempo fica desligado nesse modo.

Porém, a diversão esbarra na lentidão. A tela fica "pesada" com certa freqüência e não parece relacionada com gargalos na conexão de internet. Nota-se a ausência de recursos como lista de servidores, como em "Perfet Dark Zero", e opção para adicionar bots, carros controlados pelo computador no modo multiplayer. Outra falta é um modo de arena, comum em jogos de carros cujo foco é o combate.

Só um pé na nova geração

"Full Auto" não é o exemplo de gráficos de nova geração que todos esperam do Xbox 360. Os cenários, por exemplo, são apenas um pouco mais detalhados que se costuma ver nos grandes títulos para PlayStation 2 ou Xbox, por exemplo, tendo apenas texturas de maior definição.

As modelagens dos carros também não impressionam e o brilho dos bólidos parece um tanto exagerado. Porém, chama a atenção os níveis de destruição dos veículos, ainda que o resultado não seja lá muito elegante. Apesar da relativa simplicidade do cenário, por outro lado, surpreendente a quantidade de objetos destrutíveis, desde simples paredes até uma loja inteira.

Os efeitos visuais também parecem se aproveitar melhor do poderio do console. Chama a atenção o efeito de faísca, que, em acidentes mais espetaculares, chega a preencher quase toda a tela com pequenas fagulhas. Explosões e fumaças também são constantes, mas pecam no direcionamento artístico.

No caso de "Full Auto", aparecem problemas típicos de PC. É que aqui você precisa fazer uma escolha entre resolução e desempenho. Rodando em 720 linhas não-entrelaçadas (720P), o fluxo de tela começa a ter saltos, principalmente em locais congestionados de objetos. No final, o modo de tela de maior equilíbrio parece o de 480P, que alia rapidez e boa resolução.

O destaque do departamento sonoro fica para os efeitos, que são bem definidos e traduzem o poder das armas e os choques entre os automóveis. Porém, a trilha sonora, baseada na música eletrônica, é genérica e praticamente não é notada, mesmo porque fica escondida entre tantos tiros e explosões. Um erro de programação faz com que a trilha sonora personalizada seja cancelada depois de um carregamento do leitor.

Faltou substância

"Full Auto" foi uma tentativa de produzir um jogo de corrida cheio de adrenalina, misturando velocidade e muita destruição. Apesar de empolgar em algumas partes, a diversão não dura muito tempo, não só pela pouca variedade de pistas e modos de jogo, mas principalmente pela superficialidade do título.

A idéia de voltar no tempo é até interessante, mas não funcionou muito bem nesse título. Mesmo com uma mecânica simples, se você gosta de combate de veículos, "Full Auto" pode lhe servir, mas se procura um jogo com um pouco mais encorpado, é melhor esperar um pouco mais.

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    Full Auto (Xbox 360)

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    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Pseudo Interactive
    Lançamento: 14/02/2006
    Distribuidora: Sega
    Suporte: 1-8 jogadores, cartão de memória, multiplayer online
    RegularAvaliação:
    Regular

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