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Ghostbusters: The Video Game

19/06/2009

OTAVIO MOULIN
Colaboração para o UOL
Para quem não tem medo de fantasmas
É praticamente uma regra esperar que jogos baseados em filmes sejam ruins. Apenas um ou outro se salva, principalmente aqueles que não precisam chegar às lojas junto com a estreia nos cinemas, como "The Godfather" ou "The Warriors", baseados em longas dos anos 70. E é o que parece ter acontecido com este "Ghostbusters", que demorou bastante para ser finalizado, o que com certeza contribuiu para seu acabamento de primeira e fidelidade ao material original.

Na verdade, seria difícil não sair um jogo fiel aos dois filmes para cinema, afinal, praticamente todos os envolvidos se reuniram para o projeto. Os comediantes Dan Aykroyd e Harold Ramis voltaram não só para reprisar seus papéis de, respectivamente, Ray Stantz e Egon Spengler, mas também para roteirizar o game, que funciona mais ou menos como um terceiro episódio oficial da saga dos exterminadores.

Até mesmo Bill Murray, notável em Hollywood por seu temperamento difícil, resolveu voltar a seu Peter Venkman, mas com a condição de que o papel de Ernie Hudson, o Winston Zeddemore, aquele caça-fantasma que "estava nessa pela grana", tivesse o mesmo peso dos demais. Ao que parece tudo deu certo, pois o clima e a química entre os artistas permanecem inalterados.

Não cruze os raios

Pode parecer exagero, mas nem mesmo se um terceiro filme sair do papel, terá condições de ser tão fiel aos originais. Tudo está lá. A antiga vinheta da Columbia Pictures, a trilha de Elmer Bernstein, a canção-tema (indicada ao Oscar) de Ray Parker Jr., a secretária Jeanine (com a mesma atriz, Annie Pots), o engravatado chatão Waler Peck (William Atterton) o QG dos Caça-Fantasmas com direito ao carro Ecto-1 e tudo mais. Até mesmo fantasmas mais significativos tem participação, como o Stay Puft e, claro, o comilão Geléia. Só mesmo Sigourney Weaver e Rick Moranis não quiseram participar e seus personagens, Dana e Louis, não dão as caras.

Eles estão de volta!
A história se passa em 1991, dois anos depois de "Caça-Fantasmas II", quando o grupo salvou Nova York da ameaça do fantasma do tirano Vigo. Subitamente uma explosão sobrenatural atravessa Manhattan e os Caça-Fantasmas prevêem tempos difíceis, com fantasmas novos e antigos à solta. O jogador faz o papel de um quinto exterminador, que não tem nome pois a equipe "não quer criar vínculo caso algo aconteça com ele".

A ação é o que se pode esperar de um jogo assim. O QG do time é uma central de missões e também o local onde o jogo começa, para um treinamento básico. Quem é familiarizado com os filmes pode prever facilmente o funcionamento da coisa: é preciso atirar nos fantasmas com seu feixe de prótons para enfraquecê-los, arrastá-los até a armadilha instalada no chão e acioná-la no momento propício. Tudo isso funciona com uma visão em terceira pessoa, similar a jogos como "Resident Evil 5" ou "Gears of War", com o uso intenso dos botões superiores.

Claro que o jogo não se resume apenas a isso. Há o famoso sensor de fantasmas PKE, que muda a visão para primeira pessoa, permitindo que o jogador procure por pistas de atividade paranormal pelos cenários. A coleta de provas é útil para arrecadar dinheiro extra, essencial para providenciar upgrades no equipamento, entre os quatro tipos de ataque disponíveis. Catalogar fantasmas, adquirir extras e explorar os variados cenários aumentam a duração da campanha, que faz questão de alongar para tentar fazer referência a praticamente todos os pontos mais famosos dos dois primeiros filmes.

Produção de Hollywood

É importante frisar a preocupação dos desenvolvedores em tentar criar um ambiente cinematográfico. Fora as telas de menus e algumas mensagens na tela, a idéia parece ter sido criar uma espécie de narrativa fluida utilizando gráficos poligonais em vez de atores de carne e osso. É evidente pela ausência de medidores ou outros indicadores comuns em jogos do estilo, como nível de munição ou energia do personagem. A sinalização para o jogador é bem discreta, através do próprio funcionamento dos aparelhos, que contem indicadores coloridos para apontar aquecimento, proximidade de um fantasma e outros pontos relevantes.

Claro, o esforço em criar um terceiro filme interativo falhara miseravelmente se a produção não se segurasse. O capricho na criação do game é visível desde o primeiro instante, com excelente recriação 3D dos personagens e dos cenários originais, com uma incrível riqueza de detalhes - ainda que a animação pareça um pouco rígida demais e a sincronia dos diálogos pareça daquelas de filme chinês de artes marciais. Por vezes, alguns momentos de lentidão podem atrapalhar naquelas cenas com mais coisas voando na tela, mas em geral a performance é eficaz, assim como os controles.

Cenas do modo multiplayer online
Falhas existem, mas são compreensíveis. Como se trata de um jogo que quer imitar um filme, até mesmo por ter sido baseado em um roteiro cinematográfico, a narrativa é bastante engessada. Não há muito espaço para improvisos e livre exploração; a constante repetição de atirar e prender fantasmas arrisca a ficar arrastada e o computador muitas vezes espera que você adivinhe quando e para onde deve ir para seguir com o script. Alguns desses aspectos podem ser frustrantes, mas parece um preço justo a se pagar diante da proposta do game.

Até mesmo o multiplayer online - somente no Xbox 360 e Playstation 3 - entra na onda e cria situações para quatro jogadores formarem o quarteto de Caça-Fantasmas. Criado por uma desenvolvedora diferente, este aspecto do game apresenta seis modalidades, entre jogar o Geléia em armadilhas ou destruir elementos do cenário. Nada realmente profundo, mas divertido por explorar aspectos bacanas da mitologia.

CONSIDERAÇÕES

"Ghostbusters: The Videogame" é um grande trabalho, feito com muito cuidado para agradar aos fãs da já antiga série cinematográfica. Já que o terceiro filme nunca chegou a sair do papel, esta é a melhor oportunidade para revisitar o quarteto de caçadores de fantasmas, com incrível grau de envolvimento e fidelidade. Com produção caprichada, diálogos inspirados e muita ação, é com certeza um dos mais marcantes lançamentos de 2009.

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    GALERIA

    Ghostbusters (Xbox 360)

    79 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Terminal Reality
    Lançamento: 2009
    Distribuidora: Atari
    Suporte: Cartão de memória
    Outras plataformas: DS PC PS3 WII PS2
    RecomendadoAvaliação:
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