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Infinite Undiscovery

18/09/2008

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL
Independente do resultado final, o RPG "Infinite Undiscovery" é um marco para a atual geração de consoles. Isto porque seu lançamento é um passo importantíssimo na estratégia de consolidação do Xbox 360, especialmente no Japão, uma vez que se trata do primeiro jogo para a plataforma desenvolvido pela celebrada Square-Enix - e exclusivo.

Um mundo devastado
E não é relevante apenas para a Microsoft, é fundamental também para os novos planos da empresa dona de "Final Fantasy". A gigante dos RPGs que agora tenta abraçar uma postura globalizada em seus games, com menos tendências japonesas, para serem apreciadas um público mais abrangente - e para agilizar isto, está até mesmo recorrendo ao motor gráfico Unreal Engine 3, feito pelos americanos da Epic, algo pouco usual para produtoras nipônicas, que têm tradição em criar tudo em casa.

Importante, com certeza, o lançamento de "Infinite Undiscovery" é, ficou bem claro. A questão é que, ao jogar, não dá para sentir o mesmo peso. Mesmo longe de ser ruim, é um jogo menor da companhia, que sofre de alguns problemas chatos e certas decisões questionáveis no design, mesmo capitaneado pelo competente time da Tri-Ace, responsável pelas séries "Star Ocean " e "Valkyrie Profile".

Controlando o sósia

Uma pequena polêmica se formou logo no anúncio do título pela Square-Enix, uma vez que a palavra Undiscovery não existe oficialmente no vocabulário de língua inglesa. Um neologismo talvez vagamente inspirado em um famoso trecho "Hamlet", de Shakespeare, que combina bem com a trama do jogo, volta para temas como sacrifício e medo do desconhecido, já bastante vistos no gênero.

Tudo gira em torno de Capell, um músico malandro que inicia a aventura preso em um calabouço. Por reviravoltas do destino, ele é abordado pela bela Aya, que o ajuda a escapar da prisão. A ajuda da moça aparece graças a uma confusão, uma vez que o rapaz possui uma semelhança incrível com o grande herói do lugar, Sigmund, que está desaparecido.

Abandonados pelos céus
Depois de esclarecimentos, os dois resolvem continuar juntos e formam uma espécie de força de resistência. O objetivo é enfrentar a Order of Chains, um exército que literalmente acorrentou uma lua ao planeta para manter a órbita alinhada e drenar sua energia. Aos poucos os propósitos desta organização são revelados com detalhes, novos heróis aparecem e o verdadeiro papel de Capell na batalha é explicado, assim como sua aparente falta de dons mágicos - algo que é bastante comum neste universo graças a símbolos místicos chamados de Lunaglyphs.

A história é realmente interessante, mesmo não fugindo do lugar comum dos RPGs japoneses. Contudo, a narrativa sofre com a falta de um melhor desenvolvimento dos quase vinte heróis que vão poluindo a história, deixando-os superficiais. Sem muito carisma ou profundidade, fica difícil se importar com a maioria deles, o que pesa bastante contra o principal atrativo em qualquer jogo do gênero.

Outro fator que dificulta ainda mais o envolvimento é a bizarra decisão da Tri-Ace em usar um esquema de dificuldade atrelado à trama. Em níveis mais fáceis, algumas seqüências importantes de desenvolvimentos são ocultadas e só podem ser vistas em dificuldades maiores, obrigando o jogador a passar por toda a experiência novamente. É uma medida que pode até funcionar com jogos de ação rápidos, mas que soa mesquinha para um RPG, por mais curto de "Infinite Undiscovery" seja.

Andando e atacando

A exploração do mundo funciona de uma maneira bastante intuitiva, lembrando RPGs online como "World of Warcraft", com a aparição do nome da área em que você está e ciclos de dia e noite. Você vê todos os inimigos que pode atacar, sem encontros aleatórios, e ainda pode traçar algumas estratégias, como abordagens furtivas ou tiros à distância.

Os combates propriamente ditos também são em tempo real, que garantem uma ação fluida e envolvente, com algumas boas variações. Os ataques funcionam com apenas dois botões, além de um de defesa e um chamado Connect, que serve para dar comandos aos seus companheiros de grupo, que fora isto, atacam automaticamente. Estes podem usar ataques comuns ou habilidades e poderes especiais, como tiros de arco ou magias de cura, e podem ser pré-programados para seguir certos padrões de luta.

Seus parceiros de batalha também são úteis para compartilhar conhecimento. Alguns usam a alquimia para criar novos itens com coisas que seriam jogadas fora, por exemplo, e outros podem até mesmo conversar com animais.

Visual inconsistente

Comercial japonês
Na apresentação, o áudio do jogo é o elemento que mais se sobressai. Ou melhor, a trilha sonora, composta mais uma vez por Motoi Sakuraba, mestre da Tri-Ace em criar temas grandiosos e emocionantes. É um trabalho bem feito como sempre, digno de figurar entre bons temas de jogos da empresa, o que não pode ser dito da dublagem. Além de ser sem vida, ainda aparece e desaparece sem qualquer critério - em alguns diálogos os personagens mexem as bocas, mas as conversas acontecem apenas em texto.

O visual já é bastante irregular, pobre talvez. Embora o design dos personagens seja interessante, alguns bem diferentes do tradicional no gênero, suas expressões e movimentos não são dos mais variados. Pode se dizer isto também de elementos que compõem os cenários, que aparecem sem vida e sem muitos detalhes, com algumas texturas de baixa resolução que parecem ter sido roubadas de algum título de Playstation 2. Mas há muitos efeitos especiais estonteantes, principalmente grandes magias e ataques especiais e, claro, boas cenas de animação pré-renderizadas, ao melhor estilo Square-Enix.

CONSIDERAÇÕES

"Infinite Undiscovery" é, sem dúvida, um importante lançamento para o Xbox 360 e fará a alegria dos fãs do gênero e, principalmente, da Square-Enix. Mas não se trata de um título de ponta da companhia, parecendo mais um experimento na nova plataforma e geração, sem ousar muito e realizado com menos recursos do que o habitual. É uma aventura satisfatória que empalidece diante de outros RPGs melhores para o console, mas que garante algumas boas horas de diversão e certo envolvimento com a trama.

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    Infinite Undiscovery (Xbox 360)

    187 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Tri-Ace
    Lançamento: 02/09/2008
    Distribuidora: Square Enix
    Suporte: Cartão de memória
    RecomendadoAvaliação:
    Recomendado

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