UOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos onlineUOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos online
UOL BUSCA

Xbox 360

Just Cause

17/10/2006

da Redação
Com a evolução dos consoles de videogames, os jogos passaram a ficar cada vez mais reais, não apenas no aspecto visual, mas também na introdução de elementos que fazem com que objetos e personagens se comportem como no mundo de verdade, sob a influência das leis naturais da física.

Ainda não apareceu nenhum jogo 100% realista - e ,convenhamos, isso seria de uma chatice ímpar -, mas "Just Cause" parece querer ir exatamente na direção contrária, com as ações mais absurdas dos games, talvez perdendo apenas para títulos como "Super Contra", do Super NES, em que os personagens chegam a ficar dependurados em mísseis. Assim como Hollywood tem a sua cota de filmes de ação totalmente fora da realidade, o mais novo game publicado pela distribuidora inglesa Eidos também segue o mesmo estilo.

Meu nome é Rico, Rico Rodriguez

"Just Cause" é um jogo de ação em terceira pessoa, com tiroteios e exploração que acontecem num grande mapa e que pode ser percorrido a pé ou a bordo de veículos. Sim, exatamente como em "Grand Theft Auto", mas o "parente" mais próximo do game é "Mercenaries", da LucasArts, pois o assunto aqui são conflitos políticos. Ou seja, espere encontrar um monte de missões, tanto principais como opcionais, espalhados por um ambiente expansivo.

O título coloca o jogador na pele de Rico Rodriguez, um agente da CIA que não perde a oportunidade de sair atrás de um rabo de saia, uma espécie de versão americana de James Bond, o 007. Como o espião inglês, Rodriguez também não é muito afoito a manobras de bastidores, preferindo os confrontos francos, e quanto mais explosivo, melhor. Agora, ele está na ilha de San Esperito, no Caribe, para depor um ditador sanguinário, que também é um barão das drogas. É nesse sentido que caminhará a vida do agente em 21 missões que esbanjam adrenalina.

O começo já é demonstração do todo do jogo. Rodriguez salta de pára-quedas em direção a San Esperito. Mas se trata de equipamento mágico, que abre e volta a qualquer instante, e não fica enganchado em prédios e árvores - viu como o realismo pode ser chato? Em terra, começam os primeiros tiroteios.

Os controles são típicos do gênero, com o direcional esquerdo controlando o personagem e o direito comandando a câmera. A mira pode ser descrita como semi-automática, mas aqui esse conceito é um tanto elástico. É que basta mirar bem mais ou menos para a direção do inimigo para que a mira fique travada sobre ele. E como as armas costumam ser potentes - a pistola padrão já causa um bom estrago -, os combates tendem a ser fáceis. Na verdade, o que mais mata o jogador podem ser os veículos do game.

Depois dessa parte, o jogador assume a artilharia de um jipe, onde deverá derrotar mais inimigos, estejam a pé, em carros ou em helicópteros. Essas cenas de destruição costumam ser prazerosas, com efeitos pirotécnicos bacanas. As explosões podem ser tão fortes que deixam a tela quase que totalmente branca por alguns instantes, imitando o efeito de iluminação HDR.

Trânsito mata mais que a guerra

Depois de chegar à sua base, e saber de sua missão principal, o jogador ganha a liberdade para explorar a ilha. Nesse lugar, o jogador tem acesso a veículos, armas, kit médico e ao cartão de memória, ou seja, é possível salvar o jogo. A estrutura é idêntica a de "Grand Theft Auto": o mapa mostra as várias missões disponíveis para o jogador. Mas, no começo, apenas a principal está marcada. À medida que avançar no game, objetivos opcionais também surgirão.

Os problemas do game começam na hora de pilotar os veículos, que têm comandos meio erráticos. Às vezes é difícil comandar as motos, carros, barcos e principalmente alguns aviões do game. E qualquer acidente é suficiente para iniciar uma pequena guerra, seja com os habitantes locais ou com os policiais. Os veículos podem ser os motivos de maior frustração do game, pois um atropelamento é suficiente para matar o jogador - e olha que o herói costuma agüentar quedas imensas ou uma colisão frontal a máxima velocidade em direção a uma árvore.

Ser atropelado pelos inimigos ainda vá lá, mas por companheiros é dose. É verdade que durante os testes, o personagem ficou no meio do caminho do jipe que estava programado para passar ali naquele instante, mas poderia haver uma programação mais inteligente. As situações seguintes foram muito mais bobas: numa delas, Rodriguez estava usando a artilharia de uma caminhonete e quando foi descer, o veículo andou para trás e atropelou o personagem; em outro, ele foi sair de acidente entre vários veículos, mas ficou preso e esmagado entre eles.

Missão impossível

As missões não saem muito do trivial do gênero, como assassinar determinados elementos-chave, roubar documentos e objetos importantes ou destruir instalações. Mas, em se tratando de objetos primordiais, o interessante é como essas missões são feitas. E é aqui que entra o principal diferencial de "Just Cause": as ações absurdas, dignas dos maiores dublês de Hollywood. Os pontos pretos no mapa geralmente mostram os veículos que ajudam a cumprir o objetivo.

Além de pilotar qualquer veículo em terra, mar ou ar, Rodriguez é capaz de adotar uma posição chamada "stunt" em vários deles. Com isso, ele fica "surfando" no teto de um carro ou se dependurado nas asas de um avião ou ainda na cauda de um helicóptero. Em muitos casos, o veículo continua sendo controlável - mais uma vez, esqueça a realidade, para o bem de sua cabeça e do game.

Dessa posição, ele pode retornar à cabine - passando pelas hélices do helicóptero, nesse caso específico - ou poder pular de veículo em veículo, desde que esses estejam ao alcance. A distância não chega a ser exatamente um problema, pois o personagem possui um gancho que permite fixar em outros carros e até mesmo em aviões e helicópteros. Às vezes, pode ser difícil acertar a mira e se acostumar com os controles, mas chegando ao ponto de dominar essas ações, podem produzir cenas bem arrojadas.

É uma pena que só haja 21 dessas fases, que podem ser terminadas em cinco ou seis horas e são a melhor parte do game. Por outro lado, as missões alternativas ficam apenas no básico, com objetivos simples e essencialmente a pé. Quase sempre o roteiro é matar alguns soldados, explodir obstáculos, e, no final, substituir a bandeira ou matar o chefe local. Nessas missões, você trabalha tanto para a guerrilha como para traficantes, ambos inimigos de Salvador Mendoza, o ditador e chefe do cartel de San Esperito.

A recompensa por essas monótonas missões é ganhar a confiança dos grupos, e assim conseguir novas bases, o que, conseqüentemente, significa ganhar mais veículos - alguns realmente invocados - e mais armas. Eles podem ser utilizados para tornar as outras missões mais fáceis, mas para quem tem alguma prática, basta apenas o que as missões principais oferecem para terminar o game, e sem muito esforço.

O paraíso ou o inferno, dependendo do console

A ilha é bem grande, mas isso não quer dizer que haja muito para visitar, pois 90% do mapa são de ambientes naturais. Você provavelmente vai passar por estes lugares apenas para fazer as missões de coleta, cujo objetivo é pegar itens, marcados como pontos azuis no mapa. Ao menos, o título tem a preocupação de evitar a enrolação: você pode requisitar um helicóptero para lhe levar a uma de suas bases ou pedir um veículo. O game é para apenas um jogador, não havendo qualquer espécie de multiplayer.

No geral, a melhor edição do game é a para Xbox 360, com alta resolução, texturas definidas, maior desempenho no fluxo de tela e com efeitos como o borrão de movimento e uma iluminação que deixa o visual mais suave, ainda que usados de um jeito exagerado, o que é bem do feito do game. As versões de Xbox e PC se equivalem, mas o computador tem melhor resolução e desempenho. Neles, o visual reproduz bem o clima de paraíso tropical.

Já o PlayStation 2 fica bem para trás. Está certo que sua capacidade é inferior às outras plataformas, mas muitas produtoras fazem versões virtualmente idênticas entre o console da Sony e o Xbox, por exemplo. Mas a novata Avalanche Studios, uma empresa sueca, não conseguiu esse feito. O visual no PS2 está tosco, com texturas grosseiras, objetos simples, profundidade de visão bem curta, muitos "pop-ins" (árvores que aparecem de repente, por exemplo) e uma taxa de quadros instável e baixa. Não chega a ser impraticável, mas é evidente que é muito inferior aos outros, inclusive em satisfação. A única vantagem está no esquema de controle, que, ao lado da edição para Xbox 360, está melhor que a do Xbox ou do PC.

No departamento sonoro, apenas a trilha sonora tem destaque, com muitos toques latinos, usando extensivamente o violão, e se diferencia de outros games, cujo padrão é usar clássico, rock ou hip-hop, quando não é algo completamente indefinido e insosso. Já a sonoplastia é básica: som de motor e o das armas é o que você mais vai ouvir, mas não tem muito "punch", impacto. Os diálogos estão incipientes. Alguns atuam com segurança, mas também tem muita gente forçando o inglês com sotaque espanhol. E os habitantes da ilha têm apenas meia dúzia de frases curtas que ficam atormentando o jogador o jogo inteiro.

Justificando o absurdo

"Just Cause" é um parente de "Mercenaries", mas inova por trazer cenas de ação absurdas e exageradas. Apesar de ser interessante, faltou ter uma mecânica de jogo mais sólida, controle mais ajustado e com menos erros de programação. Às vezes você morre com coisas bobas, mexendo com os nervos do jogador. Os aspectos técnicos também deixam a desejar, principalmente na edição para PS2. Que na próxima obra a Avalanche consiga aproveitar melhor suas boas idéias.

CONSIDERAÇÕES

Compartilhe:

    Receba Notícias

    GALERIA

    Just Cause (Xbox 360)

    54 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Avalanche Studios
    Lançamento: 26/09/2006
    Distribuidora: Eidos
    Suporte: 1 jogador, cartão de memória
    Outras plataformas: PC PS2 XB
    RegularAvaliação:
    Regular

    Shopping UOL

    UOL Jogos no TwitterMais twitters do UOL
    Foots - Jogo social online para Orkut
    Hospedagem: UOL Host