LEGO Pirates of the Caribbean

A série "LEGO" retorna a boa forma com "Piratas do Caribe". O game reúne as passagens memoráveis dos filmes de piratas da Disney e conta as aventuras de Jack Sparrow, Elizabeth e sua trupe com o humor ingênuo característico dos jogos "LEGO". Mesmo que a fórmula central dos bonequinhos e peças de montar esteja cansada, "Pirates" traz pequenas inovações nas habilidades dos personagens e nos quebra-cabeças. Um game que traz muitas horas de diversão, principalmente para quem busca encontrar 100% dos itens colecionáveis.

Introdução

"LEGO Pirates of the Caribbean" segue a receita estabelecida por "LEGO Star Wars" e tantos outros games com as peças de montar, como "Indiana Jones", "Batman" e "Harry Potter" e transforma os quatro filmes de "Piratas do Caribe" em um grande jogo de plataforma com dezenas de personagens e muitos blocos para arrebentar e itens secretos para colecionar.

Pontos Positivos

Ao contrário do recente "LEGO Star Wars III", "Piratas do Caribe" é um jogo criativo, com cenários que não parecem recauchutados, personagens divertidos e bem caracterizados, como o Capitão Jack Sparrow, que balança para os lados enquanto anda. "Piratas" traz um elemento novo aos games "LEGO", a água, que é tanto um perigo quanto um novo ambiente para explorar ao longo do jogo.

Quando "LEGO Indiana Jones 2" foi lançado, era difícil não perceber o game como um caça-níqueis: trazia o mesmo conteúdo do primeiro "Indiana Jones" e algumas fases a mais, inspiradas no último filme, lançado entre um jogo e outro. Com "Piratas do Caribe", a Traveller's Tale acertou a mão e já incluiu o último filme dos bucaneiros no jogo, o que é ótimo para os fãs da saga de Jack Sparrow, que ganham de uma vez só um pacote completo com todas as aventuras de "Piratas do Caribe" devidamente adaptadas para o universo das peças de montar.

Ainda que os bonequinhos de "Piratas do Caribe" continuem a se comunicar apenas com grunhidos, gestos e risadas, as sequências de animação não se limitam ao que seria possível com as peças de LEGO, o que permite cenas engraçadas e mais elaboradas, como a invasão de Port Royal pelos piratas no primeiro filme, por exemplo. É uma escapada inteligente das limitações dos brinquedos e torna a aventura mais divertida de acompanhar.

Tudo que deu certo nos "LEGO" anteriores está em "Piratas do Caribe", como a tela dividida dinâmica, que acompanha os jogadores em sua exploração e a opção de entrar e sair do jogo a qualquer momento. Além disso, o game também tem novas habilidades para os personagens, como a bússola de Jack Sparrow, que sinaliza itens escondidos em pontos específicos do cenário. Outras pequenas inovações incluem o uso de canhões em minigames de tiro e uma eficiente roda para trocar de personagem, ao invés de saltar de um para o outro até alcançar o boneco desejado.

A adaptação de "Piratas do Caribe" para Nintendo 3DS traz bons efeitos tridimensionais, tanto durante a ação quanto nas cenas animadas. Os bonequinhos e blocos de montar ganham uma consistência mais sólida, similar ao brinquedo de verdade e a sensação de profundidade nos cenários e plataformas é bem convincente. Como o jogo não exige que você olhe para as duas telas constantemente, o efeito não se torna cansativo. Ainda assim, é preciso notar que a velocidade da ação diminui com o 3D ativado por completo.

No Nintendo 3DS, "Piratas do Caribe" tem lá suas diferenças em relação ao jogo para os consoles maiores. As lutas com os chefes não são simples trocas de sopapos e sim, duelos. Nessas horas, o jogo aproxima a imagem dos dois personagens e é preciso apertar freneticamente um botão para vencer a disputa. Alguns quebra-cabeças também foram modificados para facilitar a vida de quem joga sozinho - mas dá para jogar com um amigo, via Street Pass. De uma forma geral, as fases são um pouco mais curtas, outra característica pensada para sessões de jogo no portátil, seja em casa ou durante o trajeto até o trabalho ou para a escola.

Pontos Negativos

Ao reproduzir as cenas de combate de "Piratas do Caribe", como a luta com Barbossa e sua tripulação amaldiçoada e a perseguição ao macaco do velho pirata, as coisas podem ficar realmente confusas, principalmente quando você está jogando com um amigo, em tela dividida. São muitos piratas na tela, tanto inimigos quanto aliados, é preciso correr pelo navio, atirar na outra embarcação e subir por mastros enquanto duela com os adversários. É divertido e caótico, mas além de confundir os jogadores mais jovens, as vezes é mais do que o próprio jogo aguenta, resultando em quedas na taxa de quadros no meio da partida.

O jogo propõe alguns puzzles simples para conquistar um novo aliado ou libertar um companheiro, como na cena em que é preciso soltar Jack Sparrow da cadeia em Port Royal. É preciso explorar as celas, encontrar um osso, derrubar um banco de madeira e por fim estourar as grades que prendem o pirata. Não é tão difícil de deduzir como fazer cada uma dessas tarefas, mas o jogo insiste em indicar exatamente como fazer isso, facilitando demais a brincadeira. Mesmo em um jogo voltado para o público infantil, um pouco de desafio é bem vindo.

Que "Piratas do Caribe" é bem melhor do que "Star Wars III", não há dúvidas. Porém, a Traveller's Tale precisa tomar cuidado para não esgotar a marca. "Star Wars III" foi lançado pouco tempo atrás e já há um novo jogo de "LEGO" nas prateleiras - e certamente há outros no forno, como um próximo "Harry Potter", por exemplo. Fica difícil esperar por inovação e qualidade quando tantos jogos quase idênticos são lançados em um intervalo de tempo tão curto.

Nota: 7 (Bom)