Lost Odyssey
Mil anos de sonhos
Todo bom RPG precisa de uma história forte e "Lost Odyssey" conta com uma que, se não empolga no início, pelo menos consegue prender a atenção à medida em que o elenco é apresentado.
Tudo gira em torno da figura de Kaim Argonar, tenente do exército da república de Uhra, que se encontra no campo de batalha contra as forças de uma nação inimiga chamada Khent. Durante o gigantesco confronto, o céu fica todo preto e uma imensa chuva de meteoros e lava cai impiedosamente sobre o vale onde se desenrola o conflito, matando todos os soldados. Todos exceto Kaim, que sai sem nenhum arranhão e sem nenhuma memória.
A primeira batalha |
---|
A partir daí, algo em torno de uma hora depois da tela de início, do primeiro de quatro DVDs, a história do jogo realmente começa a se desenvolver, com tudo o que se espera de RPGs épicos japoneses. Kaim irá encontrar outros companheiros, imortais ou não, e testemunhará uma grande conspiração envolvendo um golpe de estado e a busca de um homem por poderes que podem torná-lo um deus.
Aos poucos também, Kaim irá recuperar trechos de sua memória em flashbacks contados durante a história, em forma de texto, nos chamados "A Thousand Years of Dreams", escritos pelo premiado romancista japonês Kiyoshi Shigematsu. Muitos acharão a iniciativa estranha, chata até, já que há muito material e é necessário bom conhecimento do inglês. Mas os textos são interessantes e dão muito peso ao personagem de Kaim, inicialmente frio e apático. É uma abordagem diferente de desenvolvimento que, para os mais impacientes, pode, felizmente, ser acelerada com o pressionar dos botões.
Adições à fórmula
Trailer de abertura |
---|
Mas há algumas novidades que, se não revigoram totalmente a fórmula, deixam tudo mais interessante e desafiador. A primeira coisa é a mistura entre mortais e imortais. Ao longo da história Kaim irá encontrar outros como ele, que não podem morrer durante as batalhas (eles voltam alguns turnos depois do fim de sua energia), assim como irá encontrar pessoas normais. Estas pessoas funcionam como personagens tradicionais de RPGs e ganham habilidades e magias à medida em que sobem de nível. Já os imortais não conseguem fazer isso por conta própria e precisam estar ligados a algum mortal ou a algum acessório para absorver e manter um determinado poder. Assim, é necessária uma combinação eficaz de personagens para deixá-los realmente poderosos.
Outro fator que deixa os combates mais dinâmicos é o "Ring System", dois círculos que aparecem durante os ataques - é necessário segurar o gatilho e soltá-lo quando um círculo se sobrepor perfeitamente ao outro - que dão bônus especiais. Esses rings são equipados por seus personagens e podem ser construídos com uma infinidade de receitas e itens encontrados por todo o jogo. Eles ainda podem ser combinados entre si e trocados durante as batalhas, se ajustando a cada tipo de inimigo. Há uma infinidade de possibilidades e, com certeza, fará muitos jogadores perderem o sono atrás de mais e mais variações.
Produção grandiosa
As cidades |
---|
O desenho dos personagens é muito interessante e foge do lugar-comum dos heróis dos RPGs japoneses, muitas vezes povoado por gente andrógena de roupas espalhafatosas e atitudes incompreensíveis. As criaturas também são criativas e variadas, assim como os cenários, mesmo que alguns pareçam frios e sem vida, como se estivessem lá apenas para compor alguma cena. Definitivamente foi uma boa idéia contratar Takehiko Inoue, criador de mangás como "Slam Dunk" e "Vagabond", para ajudar no design.
Já a performance deixa um pouco a desejar, mas não chega a ser determinante. "Lost Odyssey" sofre com alguns momentos de lentidão, queda na taxa de quadros de animação e loadings, que são curtos, mas freqüentes. Contudo, como se trata de um jogo lento, e não de um jogo de tiro de ação rápida, essas questões não chegam a incomodar.
Já o que mais decepciona é o som. Não há grandes efeitos sonoros dignos de nota, que causam empolgação, e a trilha de Nobuo Uematsu nunca se destaca. Muitas vezes se parece demais com suas composições para "Final Fantasy", mas apresentadas de maneira tímida. Há realmente poucas oportunidades para que mostre sua força e pontue a ação.
Nota: 8 (Ótimo)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.