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Lost Planet: Extreme Condition

25/01/2007

da Redação
Entre as grandes produtoras japonesas multiplataformas, a Capcom parece a mais entusiasmada em lançar jogos para o público ocidental, principalmente para o Xbox 360, que não tem muita popularidade na Terra do Sol Nascente. E se deu bem com isso. A primeira tentativa, "Dead Rising", ultrapassou facilmente um milhão de cópias vendidas. Agora, a companhia de "Resident Evil" tenta tirar novamente a sorte grande com "Lost Planet" e, pelo andar da carruagem, parece que vai conseguir cumprir seu objetivo.

Jogo de tiro em primeira pessoa é um gênero ainda estranho para os japoneses, tanto para o público como para as próprias produtoras. No entanto, essa mentalidade parece estar mudando no país em que os RPGs definem o sucesso ou fracasso de uma plataforma. "Gears of War" já foi bem-aceito e "Lost Planet" também tem tudo para agradar ao público local e, principalmente, o ocidental.

Condições extremas

"Lost Planet" segue a cartilha dos games de tiro em primeira pessoa - apesar de a visão ser basicamente em terceira pessoa -, mas também conta com algumas particularidades. É interessante as escolhas de design de controle empregadas pela "novata" Capcom - ao menos em se tratando de tiro em primeira pessoa. O game se destaca pela ação e pelo esforço da produtora em surpreender o jogador, seja com as belas paisagens ou alguns dos maiores - literalmente - inimigos já vistos no gênero.

O jogo se passa num planeta chamado E. D. N. III, onde as condições climáticas são, como diz o título, extremas. Não haveria como um humano sobreviver às suas temperaturas glaciais, mas os seres nativos insectóides do planeta, chamados de Akrids, são, ao mesmo tempo, o problema e a solução.

Eles não são hospitaleiros, o que é ruim, mas possuem uma substância dentro de seu corpo capaz de gerar energia e calor. Graças a isso - e a uma invenção chamada Vital Suit, que consegue processar o fluido dos Akrids -, os humanos ganharam condições de colonizar o planeta.

O jogador controla Wayne, cuja imagem é moldada de um ator de verdade, o sul-coreano Lee Byung-Hun, famoso no oriente. O protagonista foi encontrado enterrando na neve. Ele é salvo com vida, mas perdeu a memória. Quer dizer, nem tudo. A única coisa que se lembra são os últimos momentos de vida de seu pai, morto por um Akrid com a alcunha de Green Eye. E Wayne quer vingança. A premissa é clichê e o desenvolvimento do enredo, ainda pior, que só pode ser descrito como nonsense. Só vendo para crer.

O protagonista não é humano

Ainda bem que, provavelmente, você não vai lembrar de "Lost Planet" pelos personagens. Wayne é um dos protagonistas mais descaracterizados entre os títulos de grande expressão. Quem rouba a cena, com o perdão do paradoxo lingüístico, é o próprio cenário.

Não se trata de realismo, mas nunca houve um ambiente de nevasca tão convincente como agora. Esse clima de desolação contribui para deixar ainda mais frenéticas as batalhas do game. Dá quase para sentir frio com as tempestades que acontece de tempos em tempos. Quando não é isso, é a imensidão branca que deixa um ar solitário, mas também rapidamente desfeita pela presença dos ferozes oponentes.

Mas nem só de neve e gelo vive o título. Há outros ambientes, como prédios abandonados e até mesmo vulcões, que, se não são tão convincentes quanto as fases gélidas, ainda assim são de grande beleza. Não é mais bonito que "Gears of War", mas "Lost Planet" convence pela capacidade de envolver o jogador em seu ambiente.

Outro destaque fica para os efeitos visuais. "Lost Planet" tem reproduções impressionantes de explosão e fumaça. Experimente atirar num barril e veja o fogo se espalhar. Ou jogue uma granada e note o impacto e a fumaça que resulta. Se você estiver perto, não poderá enxergar quase nada ao redor. Isso cria um experiência visual fantástica e faz as armas parecerem poderosas, que, de fato, são.

O design dos inimigos e veículos é brilhante. A inspiração para moldar os oponentes parece ter vindo de "Panzer Dragoon", para Saturn, pelo jeito exótico deles. Mas são os chefes que merecem destaque especial. Primeiro pelo fato de serem gigantes. Depois, por serem realmente bem desenhados. Os veículos são igualmente bacanas, e parecem transmitir peso, por sua textura e animação, além de ajudado por bons efeitos sonoros.

Mas, se a sonoplastia ajuda a dar "punch" para as armas e veículos, a dublagem é fraca. E como o enredo também não é lá muito interessante, as cenas não-interativas ficam ainda mais dispensáveis. As trilha sonora aparece só de vez em quando, mas é usada com eficiência para reforçar o clima da ocasião.

Jeito japonês de dar tiro

Os controles do game são bons, mas quem joga pela primeira vez pode estranhar um pouco. É que mira não fica sempre no centro. Há um limite em que você mexe apenas a retícula, para depois, sim, girar a câmera. O sistema não parece trazer vantagem, mas funciona bem.

A precisão é ótima, pelo fato da sensibilidade da mira ser baixa; ou seja, é bem lento. Então vai demorar uma eternidade para o "boneco" virar? A resposta é não, pois a Capcom trouxe uma solução à la "Resident Evil": os botões de ombro servem para girar rapidamente o personagem em 90 graus. Assim, com certo êxito, consegue aliar agilidade e precisão.

No entanto, andar agachado é problemático - é preciso clicar e direcionar o analógico esquerdo - e quando você é derrubado, demora muito para se levantar, o que pode lhe custar a vida. Também é estranho o personagem não poder mirar muito para o alto, obrigando o jogador a recuar para acertar locais muito para cima.

O sistema de energia é interessante. O que mantém o personagem vivo, basicamente, é a quantidade de calor. Ele decresce com o tempo, então não é possível ficar explorando muito o cenário - há moedas escondidas para procurar, que desbloqueia algumas conquistas -, por risco de morrer congelado. Mas, jogando normalmente, a reserva calórica não é problema, pois o líquido aparece de forma abundante ao destruir os oponentes e alguns objetos. Somente nos níveis mais difíceis o acúmulo se torna um problema, e mesmo assim, não é dos maiores.

Há também uma barra de energia que, quando zerado, a partida é encerrada. O medidor diminui quando você sofre ataques e uma seqüência maciça de danos acaba com a vida do protagonista. Mas, se sobrar ao menos um pouco de energia, ela é recuperada com o tempo, em troca de calor. Findo o fluido, a barra de vida começa a decrescer. No final, como o calor não é problema, o sistema acaba funciona como o de "Halo".

Arsenal pesado

Wayne também possui um gancho, que permite escalar locais mais altos. Isso serve para acessar novas áreas e também para aumentar a velocidade de deslocamento do personagem. O problema é que o sistema não funciona tão bem quanto desejado, pois a indicação da mira, às vezes, não é precisa. Mas é inegável que adiciona um outro nível estratégico principalmente nos confrontos multiplayer.

As armas e, principalmente, os veículos são interessantes. As primeiras vão desde metralhadoras e espingardas até raios perseguidores. Os blindados também são variados, indo de "mechs" humanóides com visual de certo modo retrô a tanques futuristas que se transformam numa espécie de aranha. Os controles para cada veículo são diferentes, mas é relativamente fácil se acostumar e memorizar.

O que expande um pouco o conceito de veículo é que você pode arrancar ou instalar suas armas. Isso, e a presença dos blindados em si, também fazem parte das estratégias empregadas no multiplayer. Usar as máquinas confere maior ataque e defesa, mas há armas que causam grandes danos aos equipamentos motorizados.

O estilo de jogo é um frenético "atirar e correr". A mira automática ajuda na tarefa, mas quem não gosta de ajuda, pode desligar o recurso. A ação é o forte de "Lost Planet" e garante adrenalina nas cerca de oito horas que duram as 11 missões do game.

Conflito global

No entanto, a maior parte do tempo deve ser mesmo dedicada ao modo multiplayer, exclusivamente online, para até 16 pessoas. As regras são aquelas que há na maioria dos games de tiro, como o mata-mata e o todos-contra-um. Há também o post grab, em que um time deve colocar todos os equipamentos de transmissão sob seu domínio.

O que torna o multiplayer de "Lost Planet" diferente é o sistema de calor e os veículos. O primeiro dificulta a vida dos "campers", aqueles que ficam escondidos esperando uma presa para matar. E os blindados criam um balanço de forças delicado, pois eles são eficientes contra humanos com armas comuns, mas devem temer quem tem equipamentos anti-veículo. Isso faz com que haja a necessidade de estratégias um pouco mais elaboradas que o de costume, mas sem sacrificar a ação.

No mais, o multiplayer funciona de maneira bem fluida, como na modalidade de história. O atraso de conexão é percebido quando os adversários fazem movimentos esquisitos, como se estivesse tropeçando. Mas a experiência de jogo é das mais prazerosas. O bom é que os servidores misturam gente de todos os cantos de mundo, então não é incomum você enfrentar pessoas de países como Japão e Austrália.

Planeta gelado, ação fervente

"Lost Planet: Extreme Condition" é um jogo de tiro com ação de sobra, muitas vezes em ritmo frenético. Ele tem alguns problemas de controle, mas as novidades trazem inovações no saturado gênero de jogo. Os cenários são maravilhosos e a sensação de destruição causa um sentimento de satisfação. Enfim, o jogo tem sua cota de defeitos, mas compensa com uma inegável qualidade e bastante diversão.

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    Lost Planet: Extreme Condition (Xbox 360)

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    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Capcom
    Lançamento: 12/01/2007
    Distribuidora: Capcom
    Suporte: 1-16 jogadores, cartão de memória, Xbox Live
    Outras plataformas: PC PS3
    RecomendadoAvaliação:
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