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Pro Evolution Soccer 2013

André Forte

Do Gamehall

28/09/2012 12h42

Mais cadenciado, mais realista e muito mais divertido, "Pro Evolution Soccer 2013" enfim, resgatou o passado de glórias da popular franquia que nasceu como "Winning Eleven" e, melhor, recuperou-se a tempo de oferecer um jogo que pudesse disputar com "FIFA" a preferência na atual geração de consoles.

Como ponto negativo, o atual motor gráfico realmente provou estar na prorrogação. Se o visual dos atletas impressiona, as animações ainda sofrem com a falta de quadros e alguns movimentos robóticos. Isso, entretanto, pouco interfere no principal objetivo do jogo, que é divertir.

É fato que a simulação ainda permanece fraca em relação ao seu rival, mas no quesito diversão "PES" se tornou um desafiante não apenas à altura, mas superior.

Isso tudo foi realizado graças ao cuidado minucioso aos detalhes, à renovação dos controles e, um ritmo mais cadenciado e realista da peleja e, principalmente para os jogadores brasileiros, o comprometimento da Konami em oferecer os 20 times do Brasileirão oficializados e com a possibilidade de disputar a Libertadores na Master League.

Introdução

"Pro Evolution Soccer 2013" chega após meses enaltecendo termos técnicos como 'Player ID', 'Active IA' e 'PES Full Control', mas devido às promessas mal cumpridas no passado, demorou até que os jogadores acreditassem que seria possível jogar um título realmente diferente de tudo o que já foi visto na franquia da atual geração.

Pois bem, com o 'Player ID', o "PES 2013" apresenta jogadores mais famosos com identidades distintas dos demais atletas, proporcionando jogadas únicas e capazes de desequilibrar partidas até mesmo truncadas.

Já o 'Active IA' é um refinamento na inteligência artificial que melhora o nível de decisões dos jogadores no recebimento e abertura de espaços para armar jogadas de ataque. Por fim, o 'PES Full Control' dá ao jogador o controle total dos chutes, passes, roubadas de bola e até tabelinhas.

Junte ao pacote 20 clubes do Brasileirão com seus escudos e uniformes reais, uma vasta oferta de estádios ao redor do mundo e a narração bem-humorada de Silvio Luiz e Mauro Beting.

Pontos Positivos

Mecânica renovada e divertida

Jogar "Pro Evolution Soccer 2013" é um convite à diversão. A franquia encontrou, enfim, um meio termo entre o realismo e o tradicional comprometimento com a diversão graças aos novos controles e cadenciamento definitivo das partidas.

Funções como o controle manual de passe e chute podem até exigir um treino exaustivo, mas quando dominados, adicionam um recurso que promete ser muito usado pelos jogadores mais experientes.

A física da bola mudou, fazendo a gorduchinha escapar com frequência dos pés dos atletas. Somado a isso, um novo sistema de 'bote' faz com que os zagueiros apelem para faltas providenciais que não são tão violentas a ponto de levar cartão.

Além disso, há uma infinidade de comandos novos para a execução de dribles, fintas e movimentos avançados. Se a principio pode ser chato reaprender a maioria dessas habilidades, logo o jogador perceberá que tudo foi pensado para facilitar a sua vida e, melhor, inclui-los de forma mais orgânica e natural às partidas.

O Brasileirão está aqui

Torcedores de qualquer time da série A poderão aproveitar "PES 2013" ao máximo. Aqui, todos os times da elite do futebol mundial estão disponíveis para amistosos e também na 'Master League'.

Aliás, o trabalho de licenciamento não se conteve em apenas mostrar escudos e uniformes reais dos jogadores de linha, mas também o uniforme de todos os goleiros, algo que nunca aconteceu em "FIFA" até então.

Master League com Libertadores

A Master League sempre foi o ponto alto de "Pro Evolution Soccer", mas esse ano tudo ficou melhor. A começar, com a inclusão do campeonato brasileiro, a Konami incluiu também a possibilidade de se classificar para a Libertadores nos mesmos moldes do torneio brasileiro real: os quatro melhor colocados garantem a entrada no torneio sul-americano do próximo ano.

Além disso, um inventivo sistema de compra de itens de academia e centro de treinamento foi adicionado, o que aumenta gradativamente o rendimento dos atletas.

Estádios para que te quero

Se o seu negócio é jogar em um estádio diferente a cada partida, "PES 2013" é o seu jogo. Nesse ano, a Konami teve o cuidado de incluir todos os estádios participantes da primeira divisão do campeonato espanhol, que participam ao lado de outras arenas icônicas como o renovado Wembley.

Além disso, os brasileiros poderão jogar nos estádios do Morumbi e Vila Belmiro, ambos com um minucioso trabalho na representação de cada detalhe, desde a arquibancada até as plantas atrás do gol. Mais importante: essa é a primeira vez que um estádio brasileiro é mostrado de forma oficial em um jogo de futebol, o que demonstra a atenção da Konami com o público brasileiro.

Craques de personalidade

Jogar com o Santos em "PES 2013" reflete bem a situação atual do Peixe. Se o time no geral não encanta, basta a bola sobrar para Neymar para o jogo ficar bonito e ofensivo. Mais do que atributos diferenciados, a joia santista teve seus movimentos e estilo de jogo replicados no jogo, o que deixa muito parecido com sua contraparte real. E ele não foi o único. Estrelas como Cristiano Ronaldo e Messi também tiveram seus estilos transportados para o jogo.

Online povoado

Nem mesmo o péssimo rendimento do online nos últimos anos faz com que os fanáticos jogadores abandonassem os modos multiplayer por rede do novo jogo.

Quem se aventurar esse ano vai notar uma comunidade quase sempre disposta a jogar durante qualquer horário, inclusive nas madrugadas. E a boa notícia é que esse modo está rolando muito bem, sem lags ou os enfadonhos atrasos e sumiços da bola vistos em "PES 2012".

Detalhes que fazem diferença

"Pro Evolution Soccer 2013" manteve em sua versão atual todo o capricho da Konami ao apresentar as partidas. Inclua nessa lista uma representação caprichada - e bem distinta - dos torneios como Libertadores da América e UEFA Champions League, treinadores gesticulando à beira do gramado (com a possibilidade de se criar um rosto e importar a foto do treinador real do time) e estádios vívidos, com dezenas de jornalistas, câmeras e funcionários de campo se movimentando a todo instante.

Os modos de edição continuam interessantes, mesmo que sem muitas novidades. Há opções de personalização de atletas, utilização de fotos reais para estampar o rosto dos jogadores virtuais e até criação de estádios.

Vale citar que o modo Libertadores permanece como um 'mundo' à parte no jogo, ou seja, apenas os times participantes desse ano podem disputá-la nessa modalidade.

Pontos Negativos

Desatualizado

Em 2013, "PES" não chega tão desatualizado quanto nos anos anteriores, mas nem isso foi suficiente para deixá-lo nivelado das últimas contratações. Jogadores como Paulo Henrique Ganso, do São Paulo, e Cicinho, do Sevilla ainda não estão em seus novos times. Pior, contratações já 'velhinhas' como Liedson no Flamengo, Diego Souza fora do Vasco da Gama e Correa, no Palmeiras e Elano no Grêmio ainda não foram atualizadas.

Excesso de impedimentos

Se há algo que irrita nas partidas multiplayer de "PES 2013" é o excesso incompreensível de impedimentos. Mesmo com o refinamento na Inteligência artificial, os jogadores de ataque ainda não  sabem bem como esperar os defensores lhe darem condições para partir ao ataque, ocasionando irritantes paralisações nos contra-ataques rápidos.

Animação ainda fraca

A Konami já anunciou que em 2014 os fãs de "PES 2013" conhecerão um novo motor gráfico para o jogo, o Fox Engine de Hideo Kojima. No entanto, até isso acontecer, "PES 2013" parece ter oferecido o máximo possível que o atual propulsor é capaz de fazer.

Apesar da feição dos jogadores realmente chamar a atenção e seus movimentos estarem bem mais suaves, algumas animações desses atletas permanecem um tanto estranhas e robotizadas.

O pior caso é com os goleiros, que em algumas vezes simplesmente se jogam sobre a bola rasteira em movimentos grosseiros e com poucos quadros de animação, lembrando até os velhos tempos de "International SuperStar Soccer".

Visual dos jogadores do Brasileirão

Se por um lado, os times da Liga brasileira desfilam com uniformes bem realistas, o mesmo não pode ser dito da maioria dos jogadores do nosso campeonato. Há incoerências como jogadores reservas muito bem representados e medalhões insubstituíveis completamente desfigurados. Como exemplo, Marcos Assunção está cabeludo e suas estatísticas em nada lembram um dos melhores batedores de falta do Brasil.

Nota: 9 (Excelente)