UOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos onlineUOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos online
UOL BUSCA

Xbox 360

Quake 4

09/02/2006

da Redação
Se "Wolfenstein 3D" foi o avô dos games de tiro em primeira pessoa (ou "shooters") e "Doom" o pai, então "Quake" pode ser considerado o filho, daqueles que dá bastante orgulho aos antepassados. Árvore genealógica à parte, o que não pode ser ignorado é que todos os clássicos acima citados nasceram do ventre da produtora Id Software, uma verdadeira autoridade do universo do entretenimento eletrônico. "Quake" sempre foi uma espécie de "xodó" e razões para merecer tal tratamento não faltam.

Cada episódio apresentou estilo e dinâmica bastante distintos: o original, de 1996, foi responsável pelo início e popularização dos apaixonantes "deathmatchs" via internet, em servidores espalhados pelo planeta; "Quake II" (1997), por sua vez, acrescentou enredo à saga, baseando-se em um conflito de humanos contra uma raça alienígena, quase todo centrado no single-player; "Quake III" (1999), finalmente, reassumiu a vocação multiplayer, evidenciando isso em uma dinâmica de jogabilidade que "Unreal Tournament" faz evoluir até os dias atuais.

Portanto, como se pode perceber, qualquer novo capítulo da série tem uma "responsa" da qual não se pode fugir ou esquivar. Seria isso um dom ou uma maldição? Depende do ponto de vista. Logo de cara, "Quake 4" causa uma certa estranheza por dois motivos: em primeiro lugar, porque a Id Software resolveu delegar o seu desenvolvimento à Raven Software que, embora competente, não tem a mesma bagagem; em segundo, vem o fato de o multiplayer ter recebido pouca atenção.

Bônus da saudade

"Quake 4", ao lado de "Perfect Dark Zero", "Call of Duty 2" e "King Kong", é um dos jogos de ação em primeira pessoa da safra inicial do Xbox 360. A conversão ficou praticamente idêntica ao PC, com certas limitações técnicas e algum conteúdo bônus que deve agradar aos fãs da série.

Aliás, talvez a maior sacada da versão para o console de nova geração da Microsoft fique por conta do disco extra que, entre vídeos e outra coisas sobre "Quake", traz a versão completa de "Quake II". Com isso, muitos dos jogadores que não conhecem totalmente a obra da Id - que é mais popular no PC - poderão fazer uma viagem de quase uma década para jogar o antecessor espiritual de "Quake 4". Embora não haja multiplayer via Xbox Live para "Quake II", é possível se divertir via System Link, com até 16 participantes, ou em tela dividida. E olha que a conversão ficou competente.

Mas, como o assunto principal é "Quake 4", vamos lá: o jogo começa justamente a partir de onde "Quake II" parou, dando a entender que o marine protagonista da segunda versão foi morto pelo líder dos Strogg, conhecido como Makron. Ao menos, o personagem de "Quake 4" ganhou um nome: chama-se Matthew Kane, marine espacial do esquadrão Rhino, que precisa voltar ao planeta Stroggos para colocar um fim definitivo nos planos dos alienígenas.

Logo nos primeiros minutos, percebe-se que em termos de jogabilidade, não mudou muito em relação às versões anteriores - em especial, o "Quake" original. Pouco raciocínio e muitos tiros imperam em objetivos rápidos, como resgatar um companheiro ou destruir determinado alvo. Em suma, ação frenética e quase incessante. Se por um lado compensa para os fãs da série, por outro vale ressaltar que, passados tantos anos, o estilo "atirar e correr" já não consegue mais esconder os sinais da idade.

Entretanto, justiça seja feita, a Raven Software implementou algumas novidades para tentar renovar um pouco a jogabilidade. A mais notável delas são os seus companheiros de esquadrão, os quais, embora você não comande diretamente, mostram essencial valia nos momentos principais de "Quake 4".

Alguns dos personagens encontrados ao longo do jogo precisam ser mantidos vivos; do contrário, "game over". Porém, a maioria apenas o segue e, o quanto ficarem vivos e ao seu lado, tanto melhor. Eles demonstram um certo arrojo na inteligência artificial, além de bastante resistência.

Os médicos e engenheiros, por exemplo, enchem a sua barra de energia e armadura quando solicitados, o que é realmente indispensável, já que as criatura infernais de "Quake 4" não são moleza e, como se não bastasse, adoram atacar em grupo. Outros aliados, como o engenheiro, fornecem aprimoramentos para as armas.

O arsenal, aliás, não destoa da série, com as costumeiras "gun" ("rail", "nail", "lightning" etc), além das indispensáveis escopeta e metralhadora e de uma versão da avassaladora BFG, intitulada "dark matter gun". Mas, voltando aos aprimoramentos, os engenheiros fornecem novos recursos às armas: a nailgun, por exemplo, passa a "travar" inimigos na mira, enquanto os tiros da hyperblaster ricocheteiam nas paredes e os mísseis da rocketgun saem em trio.

Os controles ficaram surpreendentemente bons no Xbox 360 -e nós sabemos que não costuma ser assim tão simples quando jogos de tiro são convertidos do PC para o console. Com um mínimo de prática, mesmo quem está acostumado aos teclados se adapta aos botões e alavancas do controle (se for sem fio, melhor ainda, pois é uma sensação de liberdade que, embora estranha de se dizer assim, ajuda na experiência).

Jogar sozinho é mais legal

No PC, o multiplayer de "Quake 4" ficou frustrantemente limitado. No Xbox 360, embora a capacidade de jogadores simultâneos tenha caído pela metade (de 16 para 8, em comparação aos computadores), ainda assim a modalidade deve agradar bastante na Xbox Live - afinal, a variedade de jogos de tiro ainda não é tão grande no console. Além disso, muitos jogadores do videogame podem estar jogando o seu primeiro "Quake", então não há muito que comparar.

O jogo online limita-se ao feijão-com-arroz, em modalidades tradicionais, como deathmatch e capture-a-bandeira. Muito pouco para a série que, já dissemos, iniciou a febre multiplayer dentre os jogos de tiro.

Ou seja, não chega nem aos pés do single-player. Nesse sentido, as comparações com "Doom 3" são mesmo inevitáveis, já que até mesmo a tecnologia gráfica foi dele reaproveitada em "Quake 4". Os ambientes são, em sua maioria, quase totalmente na penumbra, o que faz da lanterna um acessório indispensável. Por sorte, algumas das armas têm o acessório acoplado, mas em outros casos é preciso revezar mesmo.

Bem, em se tratando de qualidade gráfica, o jogo dispensa apresentações: os ambientes escuros evidenciam ainda mais os efeitos de luz, em cenários que mantém intacta a tradição mórbida e até meio "demoníaca" da série, com sangue de sobra, criaturas horríveis e por aí vai. Porém, o Xbox 360 saiu prejudicado com inexplicáveis, e indesejavelmente frequentes, quedas na taxa de quadros por segundo.

Embora a trilha sonora não seja exatamente um primor, com músicas simplórias, os efeitos sonoros fazem jus às armas, e as constantes comunicações com os companheiros de esquadrão, sempre recheadas de tensão, ajudam a dar mais dramaticidade ao enredo, que também não é dos mais geniais.

Bom, mas não o suficiente

No PC, "Quake 4" ficou devendo, principalmente se comparado ao histórico inovador da série. Nem sempre é possível inovar, mas no caso da série da Id é muito difícil enxergar uma versão "mediana" e, principalmente, aceitá-la. Por outro lado, no Xbox 360 a conversão, tirando os problemas com as quedas na taxa de quadros, saiu-se bem, e a nova geração de jogadores, que não passou por "Quake 2", tem à disposição uma boa oportunidade de se divertir, com um game de ação rápida e muito desafidor.

CONSIDERAÇÕES

Os antigos fãs de "Quake" ou aqueles que jogaram "Doom 3" no Xbox, no entanto, correm o risco de passar mais tempo se divertindo com a versão de "Quake II", no disco bônus. Isso porque "Quake 4", embora seja um bom jogo, ainda não é a experiência pela qual esperamos em um videogame de nova geração.

Compartilhe:

    Receba Notícias

    GALERIA

    Quake 4 (Xbox 360)

    35 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Raven Software
    Lançamento: 22/11/2005
    Distribuidora: Activision
    Suporte: 1-8 jogadores, Xbox Live, System Link
    Outras plataformas: PC
    RecomendadoAvaliação:
    Recomendado

    Shopping UOL

    UOL Jogos no TwitterMais twitters do UOL
    Foots - Jogo social online para Orkut
    Hospedagem: UOL Host