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Xbox 360

Saints Row 2

29/10/2008

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL
"Saints Row", lançado em 2006 exclusivamente para Xbox 360 e vendeu cerca de 2 milhões de cópias, tomando proveito da falta de jogos abertos ao estilo "Grand Theft Auto" na plataforma de então nova geração. Hoje, com "GTAIV" e outros jogos do estilo à disposição, é curioso jogar "Saints Row 2" e tentar descobrir o quanto os produtores se esforçaram para dar à franquia uma direção diferente e uma identidade própria, para se destacar no mercado. E a resposta parece estar em uma conspiração juvenil que mistura de rappers, ninjas, políticos corruptos, vodu e até basejumping.

Retomando Stillwater

Elenco de Hollywood
Seguindo o epílogo do jogo original, em que seu personagem principal é pego em uma armadilha no iate do político corrupto Albert Hughes e tudo vai pelos ares, você começa "Saints Row 2" na enfermaria da penitenciária local. Como bom pretexto para criar um protagonista do zero, o jogo diz que você foi totalmente desfigurado com a explosão e passou por uma série de cirurgias reparatórias - e elas parecem ter sido boas mesmo, pois o leque de modificações e customização é impressionante, mesmo que no decorrer do jogo você acabe deixando de prestar atenção nisso.

Para um jogo se vangloria de oferecer um ambiente aberto para exploração, é lógico que você não fica preso por muito tempo. Logo surge um aliado chamado Carlos que tem um plano de fuga, que nada mais é do que um tutorial diferenciado para prepará-lo para a ação que está por vir. É uma introdução relativamente curta, mas empolgante, bem mais interessante do que a maioria dos tutoriais que se vê por aí.

Chegando finalmente na cidade de Stillwater, seu avatar descobre que sua antiga gangue, a 3rd Street Saints, já não existe mais e que os membros tomaram rumos diferentes. A cidade agora é praticamente administrada pela corporação Ultor e sofre com a ameaça de três novos bandos de criminosos - o Brotherhood of Stillwater, formado por ladrões e assassinos; o Sons of Samedi, composto por exilados caribenhos envolvidos com o tráfico de drogas e vodu; e os Ronin, um grupo de motoqueiros japoneses que exploram o entretenimento ilegal na cidade.

A partir daí fica fácil saber o que vai acontecer. Sua missão passa a ser a de reunir seu pessoal, reconstruir sua gangue e tomar a cidade à força novamente. E sem se importar com as conseqüências, algo que é importante esclarecer. "Saints Row 2" é o típico jogo que vai no rumo contrário da concorrência para se mostrar diferente, fazendo questão de exagerar nas doses e tornar tudo um pouco banal e caricato, com personagens marrentos, diálogos toscos e situações inverossímeis que só funcionam quando não se levam a sério demais. Se "GTAIV" fosse uma grande produção de Hollywood que você assiste ao lado da namorada no cinema, este "Saints Row 2" seria uma espécie de filme B que você aluga para assistir com os amigos em casa.

Exagero sempre presente

Escolha o traje apropriado
Tais exageros estão presentes a todo instante no jogo, martelando a idéia de que tudo não passa de uma grande farsa, ainda que não exatamente muito sutil ou inteligente. Você pode fazer tudo o que esse tipo de jogo geralmente permite, como socar pedestres na rua, roubar carros ou comprar roupas e armas em lojas especializadas, com idéias reaproveitadas do jogo anterior e algumas novas. É possível, por exemplo, roubar Monster Trucks ou quadriciclos, além de parar para jogar fliperama ou até mesmo praticar basejumping. Você pode matar alguém com um gnomo de jardim ou com um desfribrilador ou até mesmo entrar para um torneio ilegal de luta.

São muitas opções paralelas, mas às vezes você terá a curiosidade de como a história principal irá se desenrolar. Como dito anteriormente, o enredo é de segunda classe e só agrada por ter noção disto, contrabalanceando com algumas tiradas divertidas e missões que tentam armadilhas do gênero, como perseguições com tempo determinado que quase nunca dão certo. E o mais interessante é que há suporte para jogo cooperativo online, permitindo que dois jogadores continuem com o modo principal simultaneamente.

O resto da jogatina online, porém, não é tão interessante. Além de dois modos mata-mata, há um bem original chamado Strong Arm, em os jogadores são divididos em dois times, que devem cumprir missões variadas com tempo determinado na tentativa de arrecadar primeiro a quantia de US$100 mil. É uma idéia bacana a princípio, mas a não ser que você esteja jogando com um time de conhecidos, provavelmente irá se frustrar com a quantidade pessoas que não tem idéia do que está fazendo, além do sistema de mira impreciso e da conexão pouco estável do jogo.

Visual B

Além do sistema de mira, que não é tão preciso quanto deveria, se apoiando em controles livres para movimentar o cursor em seu alvo, "Saints Row 2", tem uma série de problemas que o deixam ainda mais com cara segundo escalão, por mais dinheiro que tenha sido empregado nele e em sua divulgação. Defeitos chatos como problemas de colisão, personagens que somem e reaparecem do nada, além da taxa de animação totalmente irregular são os mais comuns, mas não se surpreenda também com atitudes insanas da inteligência artificial ou mesmo travadas esporádicas.

"Gangue de Ronin"
Fora isso, há também o trabalho pouco inspirado do design, talvez feito às pressas. A cidade de Stillwater é bem desenhada, mas não é especialmente marcante, assim como todos os personagens que a habitam. Ninguém tem carisma ou deixa algum tipo de memória. Os gráficos contribuem para isso, com modelos simplórios e poucos detalhes, mostrando maior trabalho apenas em explosões ou em momentos em que a física tem que se exercitar mais.

Os dubladores também não conseguem firmar o jogo na mente, mesmo com algum esforço de nomes como Daniel Dae Kim (da série "Lost") ou Neil Patrick Harris (do seriado "How I Met Your Mother"), mas é compreensível diante dos diálogos sofríveis com que tiveram que trabalhar. A escolha musical ao menos é mais antenada, equilibrando bem nomes recentes como Paramore, Jet, Taking Back Sunday, Kasabian, Wolfmother e Avenged, Wolfmother e alguns já com algum cheirinho de mofo como Tears for Fears, a-ha e Duran Duran.

CONSIDERAÇÕES

"Saints Row 2" é um jogo que vive à sombra de "GTAIV" e não conseguiu bem definir sua própria identidade, apelando para exageros e banalidades na tentativa de encontrar um público cativo. Tem muitos problemas técnicos e sofre por não conseguir marcar um visual único, mas traz conteúdo suficientemente divertido e variado para chamar a atenção daqueles fãs do gênero que já não têm mais o que explorar no jogo da Rockstar e buscam uma diversão mais inconseqüente e sem compromissos com a narrativa.

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    Saint's Row 2 (Xbox 360)

    94 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Volition Inc.
    Lançamento: 14/10/2008
    Distribuidora: THQ
    Suporte: 1-12 jogadores, multiplayer online, cartão de memória
    Outras plataformas: PC PS3
    RecomendadoAvaliação:
    Recomendado

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