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Soldier of Fortune: Payback

10/12/2007

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL
"Soldier of Fortune" nasceu no PC em 2000, pelas mãos da Activision, com grande alarde em torno de seu conteúdo violento - o êxtase para aqueles jogadores mais sádicos diante da possibilidade de esquartejar os inimigos à bala, membro a membro. O game fez um sucesso considerável, que garantiu uma seqüência em 2002, "Double Helix", novamente pelas mãos da talentosa Raven Software.

A sacada é que, embora violentos, ambos eram jogos de tiro competentes, que rodavam macio, contavam com uma trama bem amarrada, girando em torno do mercenário John Mullins, sem falar no criativo design de fases, que não deixava ninguém respirar, com cenários traiçoeiros e inimigos bem posicionados. O sangue, no fim das contas, era um complemento do pacote e não o contrário, como infelizmente acontece com este tardio terceiro capítulo.

Se na década de 80 você apreciava filmes de ação dos grandes, como aqueles estrelados por Sylvester Stallone ou Arnold Schwarzenegger, lembrará que para cada "Predador" ou "Rambo" realizado existia um filme B correspondente, como aqueles filmes de segunda estrelados pelo Chuck Norris. De certa forma, o exemplo serve para "Soldier of Fortune: Payback": diante de jogos em primeira pessoa memoráveis lançados neste fim de ano, como "Crysis" e "Call of Duty 4", ele nada mais é do que o "Braddock" da temporada.

Novos rostos, mesmas coisas

Violência e tiros
"Payback", ao contrário dos anteriores, foi desenvolvido pela Cauldron (a mesma de "Conan") e, talvez por isso, tenha-se optado por criar um jogo inteiramente novo, sem ligações com os antecessores. Agora entra em cena o inexpressivo soldado da fortuna Tom Mason que, durante uma missão, descobre que foi traído por seu contratante e resolve rodar o mundo para acertar as contas. A história é bem rasa, um mero pretexto para que a única conexão com os jogos da Raven ganhe os holofotes: a violência.

Dezenas de inimigos surgem a todo instante, de todos os lados, e cabe ao jogador utilizar um belo arsenal (com várias opções de calibres e de customização) para literalmente destruir a oposição. Como o intuito é matar gente, o desenho dos mapas é bem direto, com objetivos simples como destruir objetos ou colocar bombas em terminados locais, para que sobre mais tempo para a matança.

Alguns oponentes oferecem um bom grau de dificuldade, já que muitas vezes se posicionam em pontos de pouca visibilidade, garantindo um desafio satisfatório em momentos nos quais o ritmo se torna mais frenético. É um jogo de ação pura, curto e grosso, e que por isso corre o risco de parecer repetitivo diante de outros games com estilo de jogo mais elaborado.

Quem se empolgar o suficiente para ir até o final do modo single-player não gastará muito tempo, algo que é comum em jogos de tiro em primeira pessoa ultimamente. Geralmente o que salva esses títulos de um esquecimento precoce é o modo multiplayer, que aqui também é feijão com arroz. Modos como deathmatch simples e capture de flag estão lá, pouco inspirados, e ficam mais insossos com a perda de boa parte da carnificina apresentada na aventura solo. Os donos do Xbox 360 ainda terão algum estímulo, já que boa parte das conquistas está relacionada a ações online, mas para isso terão que enfrentar lag e desconexões constantes.

Sangue e defeitos gratuitos

Pouco papo e muita ação
Como o áudio não é exatamente memorável (mesmo ligado a um conjunto de home-theater) e os gráficos ficam apenas na média, ainda que haja bons efeitos de partículas e luz, tudo parece genérico, deixando o destaque para todo aquele sangue rolando. E acredite, são litros e mais litros de glóbulos vermelhos voando para todos os lados. No início é chocante e ao mesmo tempo divertido tentar descobrir o quanto é possível massacrar algum pobre coitado soldado adversário.

Entretanto, com o tempo, tudo se revela tão gratuito e forçado que beira o cômico. Dá até para lembrar de fatalities de algumas das piores versões de "Mortal Kombat", com a vítima sendo destroçada e, em meio a cascatas de sangue, o vôo de cinco pernas ou três colunas vertebrais. Aqui não chegamos a tanto mas é de se estranhar a facilidade com que, por exemplo, se arranca o braço de uma pessoa. Não deve ser preciso muito conhecimento de armas de fogo reais para suspeitar que, por mais que uma pistola de grosso calibre tenha poder para explodir um crânio humano, ela possa transformar uma cabeça em uma nuvem de sangue.

Também é interessante notar que em tempos onde a violência nos videogames voltou a criar polêmica, com toda aquela discussão em torno da censura de "Manhunt 2", um jogo como "Payback", em que a jogabilidade gira totalmente em torno da agressão tão gratuita, tenha passado despercebido. Como agravante, com as atenções voltadas para a física dos oponentes e a preocupação em destruir figuras e mandá-las pelos ares, muitos defeitos passaram batidos: há graves quedas de taxa de quadros, texturas que desaparecem e problemas de colisão que, ainda que não irritem, tiram o brilho da apresentação do jogo.

CONSIDERAÇÕES

Assim como muitos filmes B, "Soldier of Fortune: Payback" é um jogo realizado de maneira burocrática que, apesar de não contar com o requinte e criatividade de vários de seus concorrentes, ainda é capaz de divertir principalmente aqueles que não conhecem os títulos anteriores da franquia, que serão surpreendidos pelo culto às armas e à violência. Mas a linearidade, aliada aos bugs, não é capaz de prender jogadores fanáticos, principalmente em uma temporada tão movimentada e concorrida como a de 2007.

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    GALERIA

    Soldier of Fortune 3: Payback (Xbox 360)

    26 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Activision Value
    Lançamento: 13/11/2007
    Distribuidora: Activision
    Suporte: 1-12 jogadores, cartão de memória
    Outras plataformas: PC PS3
    RegularAvaliação:
    Regular

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