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Sonic Unleashed

08/12/2008

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL
Desde o fim do saudoso Dreamcast, a Sega parece ter perdido o controle de qualidade na ânsia de manter seu mascote, o ouriço azul Sonic, em evidência. Ícone da empresa desde a década passada, quando chegou até mesmo a peitar em popularidade o lendário Mario, da rival Nintendo, o herói velocista passou a estrelar uma infinidade de jogos medíocres nos últimos anos que acabaram por manchar sua imagem.

Ciente do risco de queimar seu mais importante personagem, a Sega resolveu investir em uma espécie de volta por cima este ano, que começou com o RPG "Sonic: The Dark Brotherhood", para DS, produzido pela cultuada Bioware. O resultado acabou apenas no patamar do curioso, e todas as fichas foram apostadas em "Sonic Unleashed", uma prometida volta às raízes, com direito a novo motor gráfico especialmente criado para devolver ao protagonista a ação em alta velocidade que se tornou sua maior característica.

Dia e noite

Cidade gigante
O novo jogo é basicamente dividido em dois estilos, as fases do dia e as da noite. Tudo começa com um belíssimo vídeo introdutório feito em computação gráfica que mostra Sonic avançando pela base do Dr. Eggman - ex-Robotinik, em uma padronização de nomes que agora considera apenas o original japonês - até cair em uma armadilha do vilão. O cientista maluco aprisiona o protagonista em uma máquina que o transforma em lobisomem (?) enquanto desperta uma criatura milenar aprisionada no planeta, rachando os continentes no processo. Sonic, mesmo alterado pela máquina de Eggman, resolve dar um jeito na situação e acaba contando com a ajuda de um ser desmemoriado chamado Chip e de velhos conhecidos como Amy Rose e Tails.

Tudo começa bem, na verdade, com fases do dia que lembram bem os primeiros jogos do herói. São estágios focados na alta velocidade e certos elementos de plataforma, em que você passa voando baixo pelos cenários coletando argolas, quicando sobre inimigos e explorando loopings ou outros obstáculos.

É uma grande volta ao passado, com um ritmo bastante frenético. Nem sempre você tem muita idéia do que está acontecendo, ou mesmo tem um controle perfeito sobre o personagem, mas há alguma mágica ali, algo reminiscente dos velhos tempos que coloca um sorriso no rosto de qualquer fã das antigas. Não é nada perfeito, mas diverte bem enquanto dura.

A coisa desanda quando surgem as fases da noite. Sonic se transforma no tal lobisomem - que não tem muita razão de existir dentro do roteiro; assim ele poderia ter virado um pato, uma pedra ou até o Maguila e não haveria justificativa - e o jogo muda para a ação repetitiva e sem graça. O tal Werehog é um abrutalhado que serve para distribuir pancadas nos inimigos, esticar seus braços como o Sr. Fantástico e falhar miseravelmente quando precisa saltar plataformas.

Ainda que óbvia, é uma ótima analogia dizer que realmente é como mudar do dia para a noite. As fases com o Sonic "verdadeiro" são rápidas, divertidas e desafiadoras; já as do tal lobisomem são arrastadas, aborrecidas e simplesmente frustrantes.

Deserto cheio de armadilhas
A decepção não pára por aí. Como se as fases da noite já não fossem suficientes para travar o andamento da aventura, há ainda trechos forçados que tentam funcionar com um RPG desajeitado, algo que deveria soar como uma homenagem aos "Sonic Adventure". Você deve andar por povoados com o intuito de conversar com outros personagens para conseguir itens que aumentam suas habilidades - abrindo novos estágios - e que habilitam extras escondidos. Mas é uma experiência brusca, que não se esforça em causar grande envolvimento e só é explorada porque não dá para seguir em frente no jogo sem isso.

Nos aspectos técnicos, o game também não é de encher os olhos. Apesar de começar bem, com cara de grande produção, não consegue segurar o padrão até o final. Curiosamente as fases rápidas do dia são as melhores, que menos apresentam problemas, enquanto as outras sofrem com alguns picos de lentidão, iluminação com falha (principalmente algumas sombras que às vezes somem e aparecem sem critério) e até mesmo algumas travadas. O áudio é bem simpático, em especial a dublagem, ainda que a trilha sonora não conte com nenhum grande tema. É pouco para o maior herói da produtora.

CONSIDERAÇÕES

Apesar das promessas e expectativas, "Sonic Unleashed" não é o jogo que irá devolver a glória ao clássico herói azulado da Sega. Os deficientes momentos com o tal Werehog e os enfadonhos toques de RPG, que formam a maioria do jogo, nunca parecem se encaixar de forma natural com as fases do dia, estas sim as únicas que conseguem resgatar os momentos de velocidade e emoção que fizeram a fama do personagem. O maior ícone da empresa, um dos maiores da indústria, merece ser o astro completo de um grande jogo e não ser figurante em um terço de um título medíocre.

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    GALERIA

    Sonic Unleashed (Xbox 360)

    133 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Sonic Team
    Lançamento: 24/11/2008
    Distribuidora: Sega
    Suporte: Cartão de memória
    Outras plataformas: PS3 WII PS2
    RegularAvaliação:
    Regular

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