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Turok

08/02/2008

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL
Turok é um personagem que nasceu nas histórias em quadrinhos, durante a década de 50, e que foi resgatado do ostracismo durante a bolha de especulação no início dos anos 90 pela Valiant Comics. A editora acabou sendo comprada pela distribuidora de games Acclaim em 1994, que utilizou alguns de seus personagens mais famosos em seus jogos, como Shadowman e X-O Manowar, mas quem fez mais sucesso, de longe, foi o caçador de dinossauros em suas aventuras no Nintendo 64 iniciadas em "Turok - Dinosaur Hunter", de 1997.

Com a decadência da Acclaim, os jogos de Turok foram perdendo a qualidade progressivamente até o derradeiro "Turok Evolution", em 2002, para as plataformas da geração anterior. Com ele e a falência da empresa, em 2004,muitos pensaram que o guerreiro voltaria para o esquecimento até que a Touchstone, subsidiária da Disney, anunciou o lançamento de uma nova aventura com o herói para os consoles atuais, simplesmente chamada de "Turok", desenvolvida pela novata Propaganda Games, formada pelos criadores da série "NBA Street" e de "Def Jam Vendetta", atual detentora dos direitos sobre o personagem.

Um novo herói

Como a cronologia de Turok nunca foi das mais coesas, nem mesmo nos games, os criadores resolveram recriar tudo do zero, inclusive o próprio personagem, como uma reinvenção do clássico original.

Decisões e conseqüências
O herói agora é Joseph Turok, veterano soldado de origem indígena, ex-membro de um time de operações especiais secretas chamado Wolfpack. Sua missão, agora na Companhia Whiskey, é a de justamente caçar seu antigo mentor e líder do Wolfpack, Roland Kane, que se tornou um mercenário e lidera um grupo paramilitar financiado por uma misteriosa corporação. Mas, antes que possa agir, a nave do mocinho é atacada por Kane e cai em um planeta desconhecido tomado por uma paisagem selvagem, dominada por dinossauros - deixando Turok com a obrigação de reunir seu grupo e acertar as contas com seu antigo professor.

Ação das antigas

A história do jogo começa bem, com a apresentação dos personagens e o histórico de Turok, mas com o passar dos estágios o enredo se torna secundário, perdendo força em detrimento da ação, graças ao ritmo intenso do jogo e a versatilidade do herói em aniquilar seus inimigos.

Como um jogo da década passada, "Turok" apresenta mapas lineares geralmente sem maiores objetivos além de matar todos os oponentes que aparecerem, de preferência da maneira mais interessante possível. A princípio, o que soa como um problema curiosamente se transforma em um dos pontos fortes do game.

Turok tem estilo: além de poder matar os inimigos instantaneamente com uma faca, ele ainda conta com um arco e flecha bem ao estilo "Rambo" (capaz até de prender pobres coitados próximos a árvores ou paredes) e as obrigatórias granadas - além de poder utilizar duas armas ao mesmo tempo. E não pense que as armas simultâneas se resumem a duas pistolas ao estilo John Woo - há algumas combinações bem absurdas e divertidas como o uso simultâneo de duas submetralhadoras ou duas escopetas, com direito a modos de tiros secundários, igualmente devastadores.

Como o próprio jogo lembra, dinossauros comem carne e Turok é feito dela, mas eles nem sempre se tornam os vilões. Neutros, atacam também os homens de Kane e isso acaba se tornando outra divertida opção: utilizar os monstros a seu favor ao, por exemplo, marcar os soldados inimigos com sinalizadores que chamam a atenção dos animais.

Multiplayer eficaz

Os perigos do Vale da Morte
As variações de ataque são com certeza o grande charme do jogo, mas que, infelizmente, sozinhas não são capazes de prender a atenção até o final do modo de história. Como a trama, aos poucos, vai ficando em segundo plano e os inimigos, com algumas exceções, repetem os mesmos padrões, não demora e tudo se torna monótono.

Há também um grave problema de design em alguns pontos específicos nos quais o jogo espera que você realize determinadas ações - você tem que escapar do ataque de algum inimigo ou matá-lo de uma forma pré-estabelecida, sem concessões e sem nenhum aviso por parte da narrativa ou da interface. É com certeza algo que deveria ter sido melhor trabalhado para segurar o interesse, já que o início do game é promissor, mas vai deixando a peteca cair nos estágios finais, mostrando poucas novidades ou revelações.

Diante disso o modo multiplayer cai bem, garantindo maior sobrevida ao jogo, principalmente por apresentar algumas características interessantes, dentre elas fatores imprevisíveis nos mapas, como dinossauros ou elementos da natureza , além de um modo cooperativo para até quatro jogadores, com missões exclusivas - pena que são apenas três. Modos clássicos como Capture the Flag e o bom e velho Deathmatch também estão presentes, além de algumas variações bem bacanas.

Produção hollywoodiana

Ainda que os gráficos ou a trilha sonora de "Turok" não chamem a atenção em um primeiro momento, são competentes em criar uma sensação de imersão no mundo desconhecido por onde o herói se aventura.

Dinossauros atacam
Os mapas, apesar de contarem com um caminho linear, são ricos em detalhes e mesclam muito bem cenários selvagens com ambientes industriais, dando a opção de abordagens diferentes, dependendo da vontade do jogador - muitas fases oferecem a possibilidade de ataques furtivos ou um avanço frontal direto, sem forçar a barra para nenhum dos lados.

Os modelos de personagens e as texturas também seguem o mesmo padrão; não saltam aos olhos, mas cumprem seu papel com eficácia em compor a narrativa e o visual do jogo - ainda que, por algumas vezes, haja uma certa demora no carregamento destas texturas, causando uma indesejável distração durante os combates.

O áudio se sai melhor do que os gráficos, já que consegue não só dar vida à fauna do planeta mas também empolgar nos combates - ouvir a corda do arco de Turok se contrair antes de um ataque já te faz sentir pena do inimigo. Isto sem contar na dublagem de primeira, que conta com vários nomes de Hollywood, como Timothy Olyphant (o "Hitman" em pessoa, na adaptação do game para a telona), Donnie Wahlberg (o policial Eric Matthews da série "Jogos Mortais"), William Fichtner (o Alexander Mahone, do seriado "Prison Break") e Ron Pearlman ( "Hellboy"), infelizmente mal-utilizados pelo roteiro.

CONSIDERAÇÕES

"Turok" reinicia a franquia do zero, prometendo uma história envolvente pontuada por grandes momentos de ação, além de um modo multiplayer repleto de novidades. O jogo consegue cumprir sua tarefa parcialmente: a ação está lá, mas não é suficiente para prender a atenção por si só, ainda mais diante do potencial da história e dos envolvidos na produção, além de alguns problemas chatos. O multiplayer funciona bem e conta com idéias divertidas, mas a pouca variedade de mapas se torna um limitador, problema que felizmente pode ser solucionado via download.

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    GALERIA

    Turok (Xbox 360)

    68 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Propaganda Games
    Lançamento: 30/01/2008
    Distribuidora: Buena Vista Games
    Suporte: Cartão de memória
    Outras plataformas: PC PS3
    RecomendadoAvaliação:
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