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Xbox 360

Virtua Fighter 5

14/11/2007

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
Em 1993, quando os gráficos 3D ainda estavam engatinhando - eram usados principalmente para jogos de corrida -, o designer Yu Suzuki, da Sega, teve a ousadia de aplicar a nova tecnologia para recriar modelos humanos, infinitamente mais complicados de animar que um carro ou um avião. Aproveitando que os jogos de luta estavam em voga - graças à "Street Fighter II" -, fez uma interpretação em 3D deste estilo de jogo. Mal sabia ele que "Virtua Fighter" viraria um marco e formataria o gênero: quase os jogos de luta 3D que vieram depois foram influenciados pela obra-prima de Suzuki.

Agora, quase 15 anos depois, os pioneiros lutadores aparecem pela primeira vez numa plataforma da Microsoft. Antes, "Virtua Fighter 5" passou pelo PlayStation 3, numa versão que foi criticada pela falta de um modo multiplayer online. Ganhou de herança um sistema de luta equilibrado e, à primeira vista, simples, mas sob esse manto esconde uma enorme profundidade de estratégia. A mecânica prima pela justiça: o fator sorte influi muito pouco no resultado do combate.

A vitória do mérito

El Blaze vs. Wolf
A mecânica não é especialmente complicada, se comparada a títulos como "Soul Calibur", da Namco, por exemplo. Usa-se apenas o direcional e três botões, que têm a função de socar, chutar e defender, respectivamente. É claro que muitos dos movimentos necessitam apertar mais de um botão, mas, mesmo assim, a quantidade de golpes é relativamente pequena.

Apesar de haver alguns comandos realmente mais complexos de executar - alguns movimentos requerem precisão de 1/60 segundo -, esse não é o maior desafio do game, e sim utilizar os golpes de forma eficiente. Em "Virtua Fighter 5", você não vai encontrar aquele ataque "1001 utilidades", que por si só é capaz de arrancar uma vitória do oponente.

Além disso, também não há nenhum personagem que seja muito mais poderoso que o outro. A equipe de produção honra os ensinamentos de Yu Suzuki e ajustou o equilíbrio entre os lutadores perto da perfeição. Nesse sentido, nenhum game bate a franquia "Virtua Fighter". A edição para Xbox 360 é baseada na revisão C para fliperamas (a de PlayStation 3 usa a revisão B), a mais recente, ou seja, está ainda mais balanceado que antes.

Isso promove lutas justas entre os jogadores, pois a vitória depende somente da habilidade, e não porque alguém pegou um personagem mais vantajoso - é claro que não existe a imparcialidade absoluta, mas o grau de desequilíbrio é muito pequeno. Tampouco o apertar frenético de botões é capaz de fazer frente a um oponente treinado: como dito, o importante aqui é usar cada movimento no momento certo, e não simplesmente soltá-lo a esmo. A habilidade (e a dedicação) do jogador reflete diretamente no desempenho das partidas.

Todos os lutadores, em maior ou menor grau, têm seqüências prontas, mas para fazer uma cadeia de golpe realmente poderosa é preciso "montar" seu próprio "combo". Ou seja, é mais um ponto em que os experientes levam vantagem. Os cenários também precisam ser levados em conta: em alguns, você perde se sair do ringue, enquanto em outros há paredes, e existem seqüências mais fortes que só podem ser feitas nesses lugares.

"Virtua Fighter 5" traz poucas adições no campo da mecânica de jogo. Alguns golpes foram revistos - muito dos lutadores são de versões passadas, com apenas duas novas caras - e o arremesso ficou mais lento. A novidade mesmo é um movimento chamado offensive move, que permite atacar pelos flancos dos adversários. Ou seja, é mais uma alternativa na já vasta gama de estratégias que o game permite.

Online, finalmente

Com um sistema tão bom, o melhor do game é mesmo jogar contra outras pessoas, principalmente quando o nível dos participantes é similar. O modo online fez falta na edição para PlayStation 3 e a desculpa da equipe de produção era de que, num jogo que trabalha em frações de 1/60 segundo, qualquer atraso de comunicação (o chamado lag) estragaria irremediavelmente a experiência de jogo.

Em parte, a Sega tinha razão. O multiplayer online de "Virtua Fighter 5" tem bom desempenho, mas está longe de ser perfeito. Para obter uma experiência ao menos decente, deve-se seguir as mesmas recomendações de outros games online: ter a melhor conexão de internet possível e enfrentar aqueles que se localizam na mesma região geográfica. Como a maioria dos oponentes é dos Estados Unidos, as partidas têm qualidade muito irregular.

Em suma, é ótimo ter a opção de poder jogar online e, para um jogador que não é "hardcore" (saber dizer de cor as diferenças entre as revisões B e C é uma boa medida para saber se encaixa nessa categoria), a experiência pode agradar. Mas não serve para aqueles entusiastas que competem num nível em que 1/60 segundo faz diferença. Eventualmente, por conta do lag, um golpe pode demorar meio segundo para ser ativado, e isso inviabiliza qualquer competição séria. Para eles, só há o modo mulitplayer local mesmo.

Lutando contra clones

De resto, as opções para um jogador são praticamente iguais à versão para PlayStation 3, ou seja, não muitas. O arcade consiste em enfrentar oponentes em seqüência, para no final lutar com um personagem especial. Mas não espere encontrar algum enredo. Nesse quesito (e também na variedade de opções de jogo), "Virtua Fighter 5" perde de nocaute para títulos como "Tekken 5", para PlayStation 2, que traz um conteúdo vasto. O modo de treino é raquítico, com opções de modalidade livre, prática de golpes ou uma versão "time attack" desta. Tudo bem simples.

No entanto, a principal modalidade para um jogador é o modo "quest", que simula uma cidade virtual. Funciona assim: o jogador tem um mapa (bem feinho por sinal) e ali estão espalhadas várias casas de diversão eletrônica, cada uma com níveis diferentes de adversários, além de também existir um local para torneio. Em cada um desses lugares há jogadores virtuais, que supostamente tem um padrão de inteligência diferente, mas todos controlados pelo computador.

Na prática, porém, os adversários estão longe de agir como humanos. Nos níveis mais fáceis, eles não conseguem se livrar de golpes repetidos e mesmo oponentes supostamente de maior "habilidade" não escapam de certas táticas. A modalidade soa como uma oportunidade perdida: em vez de jogadores virtuais, a Sega poderia fazer com que a modalidade tivesse oponentes de carne e osso, sendo conectados pela Live.

Há, pelo menos, uma série de prêmios, como itens e um sistema de graduação, como nas várias escolas orientais de artes marciais. Os itens aumentam a coleção do usuário e podem ser usados para modificar o personagem: trocar cabelo e colocar acessórios diversos, como óculos, chapéus, braceletes e afins. Existem até mesmo roupas completas, além das duas iniciais. A revisão C traz mais itens.

Presença de tela

Os gráficos são virtualmente idênticos a da versão para PlayStation 3, mas parece trazer uma iluminação mais natural e complexa, além de possuir contornos mais suaves. Os cenários estão belos: destacam-se principalmente aqueles que trazem efeito de água. E a velocidade é de 60 quadros por segundo, sem o menor sinal de lentidão (exceto no modo online).

Já os personagens se destacam pelos detalhes - é possível ver manchas, pêlos e veias, por exemplo -, além de a modelagem se preocupar com cada músculo dos lutadores. O único senão está na pele dos lutadores, que aparentam ser de plástico de tão brilhante, mas a sensação de solidez e volume que os lutadores passam é impressionante. Gigantes como Jeffrey e Wolf são intimidadores. As animações são ótimas e tendem a reproduzir o estilo de luta real de cada um dos lutadores.

A qualidade de som não acompanha o visual. Os efeitos parecem abafados, falham em demonstrar qualquer impacto dos golpes e as músicas soam genéricas. O narrador é irritante e as dublagens em inglês estão horrendas. Melhor ficar com as falas originais em japonês.

CONSIDERAÇÕES

Analisando apenas pelo sistema de combate, quesito mais importante para qualquer jogo de luta, "Virtua Fighter" é uma das melhores séries do gênero que existe e o quinto game não foge à regra. A inclusão do multiplayer online é bem-vinda, e acrescenta bom valor ao game. Não é perfeito, ainda mais num título cuja mecânica prima pela precisão, mas deve agradar aqueles que não se encaixa no perfil do jogador "hardcore". Alguns problemas de interface foram resolvidos, mas ainda peca na navegação dos menus. Para fãs (ou órfãos) de jogos de luta, "Virtua Fighter 5" é uma excelente opção dentro do gênero.

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    Virtua Fighter 5 (Xbox 360)

    311 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Sega-AM2
    Lançamento: 30/10/2007
    Distribuidora: Sega
    Suporte: 1-2 jogadores, cartão de memória, multiplayer online
    Outras plataformas: PS3
    RecomendadoAvaliação:
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