Para alguns clássicos, o tempo simplesmente não passa; outros, no entanto, têm um sentido limitado ao contexto da época de lançamento. "Yie Ar Kung-Fu", que a Konami lançou em 1985 para fliperama, se encaixa no segundo caso, lamentavelmente. Foi um dos pioneiros dos games de luta mano-a-mano, gênero que se consagraria anos depois, com "Street Fighter II", mas jogado nos dias atuais, mesmo com os gráficos aperfeiçoados da versão para Xbox 360, é limitado e entediante - principalmente se não é feito um esforço para deixar o jogo interessante.
ApelaçãoEm "Yie Ar Kung-Fu", o protagonista Oolong, um típico mestre das artes marciais, participa de uma competição lutando contra adversários de diferentes estilos. A maioria deles carrega uma arma, como um nunchaku, corrente, espada e até shurikens (as famosas estrelas ninja). O jogador, por sua vez, usa a alavanca analógica esquerda (ou o direcional) combinada aos botões A e B, para chute e soco. É possível saltar, mas não existe bloqueio.
Em meados da década de 80, o jogo foi um deleite para os fãs de luta, afinal, as possibilidades de golpe eram variadas e o desafio razoável. Hoje, no entanto, bastam alguns instantes para perceber que os combates de "Yie Ar Kung-Fu" consistem em descobrir qual o melhor golpe para derrotar aquele adversário e utilizar o recurso até vencer.
Como não existe a possibilidade de dois jogadores de carne e osso se enfrentarem - e talvez tenha sido este o principal motivo que relegou o original a uma espécie de limbo -, terminado o modo single-player, que consiste em 11 adversários, não há muito mais o que fazer.
A porção multiplayer, que poderia dar a "Yie Ar Kung-Fu" um atrativo de autêntico, apenas corrobora com a chatice do single-player. Tal qual o original, não há combates entre jogadores, e sim um modo versus que nada mais faz além de colocar duas pessoas jogando simultaneamente, cada qual em sua partida; a disputa, no caso, é pelo maior tempo de sobrevivência. E a modalidade cooperativa também não foge à regra.
Para os fãs do original - provavelmente os únicos de fato interessados no remake -, a única atração acaba sendo o "upgrade visual", que deixou o jogo mais bonito, embora não tenha feito qualquer milagre com as datadas animações dos personagens. É possível alternar entre o upgrade e os gráficos originais a qualquer momento durante o game.
O lado ruim da 'sessão nostalgia'
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