Topo

Killer Instinct

Claudio Prandoni

Do UOL, em São Paulo

03/12/2013 11h05

Demorou, mas depois de 17 anos chegou um novo game da série "Killer Instinct". Assim como os títulos originais, o novo "Killer" se apoia em fórmulas consagradas para funcionar, adicionando sua própria pitada de originalidade com personalidades marcantes e foco nos combos.

Com bonitos gráficos e um amplo leque de opções para personalizar o visual de personagens (algo ótimo para as lutas online), "Killer Instinct" peca apenas por chegar 'cru' demais.

A ideia de promover temporadas do game, com novos personagens e cenários a cada série, é boa, mas este início de vida é fraco.

A pequena quantidade de lutadores e arenas até dá para relevar, mas a falta de um modo arcade convencional, um treino mais completo e até batalhas em equipes diminuem o valor deste que, no futuro, certamente se tornará um dos games indispensáveis na biblioteca de qualquer dono de Xbox One.

Introdução

Lá pelos idos dos anos 90, antes da Nintendo criar "Smash Bros." (e sem entrar no mérito se ele é ou não um jogo de luta), a produtora japonesa se arriscou no terreno dos combates virtuais com "Killer Instinct".

Desenvolvido pela britânica Rare com a mesma tecnologia de computação gráfica que a tantos impressionou em "Donkey Kong Country", o game agradou bastante com seus lutadores excêntricos e a grande variedade de combos e golpes - incluindo os famigerados combo breakers, sempre acompanhados de um entusiasmado narrador.

O sucesso rendeu uma sequência, mas parou aí a trajetória de "Killer Instinct" com a Nintendo. A Rare foi vendida para a Microsoft no início do século, mas só agora, quase duas décadas depois de "KI2" é que chega uma nova versão, exclusiva para Xbox One, pelas mãos de um estúdio sem tradição no gênero, a californiana Double Helix.

Pontos Positivos

Clone de "Street Fighter IV"

O primeiro trailer deste "Killer Instinct" deu a dica, e a experiência só comprova: este novo "Killer Instinct" é um clone de alta qualidade do excelente "Street Fighter IV" - e, claro, suas quase infinitas atualizações.

Desde o estilo visual, passando pela velocidade das partidas até a configuração de botões e mecânica dos combos, as disputas entre Jago, Sabrewulf e companhia lembram demais os embates entre Ryu, Ken e a turma da Capcom.

Ainda assim, "Killer Instinct" consegue ter personalidade própria ao resgatar o exagero quase cômico típico da série e o carinho tão grande aos combos.

Neste aspecto o jogo encontra um bom equilíbrio, tornando os combos fáceis o bastante para qualquer 'button masher' realizar facilmente, mas com complexidade e profundidade o bastante para que aqueles que dominem o sistema vejam vantagem em se dedicar a ele.

Show de efeitos

"Killer Instinct" se esforça para mostrar o poder do novo console da Microsoft. Lutadores grandes na tela, cenários complexos e um exuberante show de partículas e efeitos especiais dominam as lutas.

Para alguns, pode parecer exagerado demais - de fato, as bolas de fogo de Jago, por exemplo, geram tantas faíscas que parece noite de Réveillon. Ainda assim, não deixa de fazer parte do estilo visual do game e, de quebra, serve como demonstração dos gráficos do Xbox One.

Pontos Negativos

Saiu incompleto

Quando a Microsoft anunciou que "Killer Instinct" seria um jogo gratuito para baixar logo no lançamento do Xbox One muitos ficaram preocupados que o game seria uma produção rasa e sem qualidade.

Felizmente, o resultado é um jogo de luta divertido e elaborado, mas, de fato, chega devendo no conteúdo. Mesmo comprando o pacote mais completo do game (que custa R$ 80 aqui no Brasil), o que se ganha é um título com apenas seis lutadores (outros dois serão adicionados nos próximos meses), poucas arenas e modos de partida limitadíssimos.

Partidas versus simples acompanham um 'survival' e opções de treino e desafios bem fracas em relação ao que se vê, por exemplo, no próprio "Street Fighter IV".

Faz falta também um modo arcade tradicional, com finais e tal, assim como outras alternativas mais comuns em games de luta, como partidas entre times.

Ainda bem que a Microsoft já anunciou que muito disso chegará no futuro por meio de constantes atualizações, renovando o jogo ao longo do tempo. Mesmo assim, sou da opinião de que é sempre melhor segurar o jogo mais um tempo em desenvolvimento e lançar logo um produto completo e variado do que ir soltando aos poucos.

Nota: 8 (Ótimo)