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Pro Evolution Soccer 2016

Claudio Prandoni

Do UOL, em São Paulo

25/09/2015 19h05

Enquanto "PES 2015" foi um bom jogo que colocou a série no caminho certo depois dos tropeções feios de "PES 2014", a edição deste ano começa a acelerar. "PES 2016" refina tudo aquilo que funcionou na versão anterior, com controles mais ágeis e precisos, deixando as partidas mais rápidas, disputadas e imprevisíveis.

Dentro de campo a bola rola bonito, mas ainda há muito trabalho a ser feito pela Konami fora das quatro linhas. A Liga Master ganhou uma boa repaginada, ficando menos confusa, mas o mesmo não vale para o, ainda promissor, myClub. Com mais menus do que claramente precisa, trata-se ainda de uma experiência burocrática que esconde a diversão atrás de muito, muito texto.

De longe, este é o melhor "PES" em muito tempo - de fato, melhor que todos da geração PS3. Melhor que "FIFA 16"? Não. "PES" segue por um caminho diferente do rival, oferecendo uma experiência diferente, mas extremamente polida e divertida.

Introdução

A série "Pro Evolution Soccer" segue em franca ascensão. Apesar de "PES 2014" ter sido um desastre, a transição para o motor gráfico Fox Engine tem sido um grande benefício para a franquia.

"PES 2015" colocou a franquia de volta nos trilhos e a promessa desta edição 2016 é a de passos mais largos. Gráficos mais apurados se aliam a uma jogabilidade mais ágil e precisa, assim como a introdução de climas dinâmicos, com chuva que pode começar e parar a qualquer momento.

Dentre outras propostas, "PES 2016" aposta em uma versão renovada da Liga Master, menos confusa e mais objetiva, e o retorno do myClub, uma clara resposta direta ao Ultimate Team, do "FIFA".

Pontos Positivos

Controles ágeis e precisos

Desde que anunciou oficialmente a produção de "PES 2016" a Konami tem feito questão de falar que focou muito nos controles, e isso é bem perceptível. Controlar os atletas em campo é divertido e preciso.

Passes rolam com agilidade e chutes e lançamentos têm a potência e trajetória que se espera, ajudando a planejar ataques mais ousados.

Dribles continuam divertidos e desafiantes de executar, mas sem a eficiência de outras edições, exigindo mais habilidade e timing para utilizá-los bem.

Controles bons encontram inteligência artificial aprimorada, com atacantes que se movimentam bastante e defesas mais sólidas. Eventuais trapalhadas ainda pontuam os gramados virtuais, especialmente por conta do sistema de clima dinâmico, mas de forma mais realista do que em outras edições.

Fica mais a impressão de algo que realmente poderia acontecer em uma partida de verdade do que uma 'mentira' do videogame.

Modo de edição

"PES 2016" chegou às lojas com uma série de lacunas no licenciamento, em especial nas equipes brasileiras, com elencos desatualizadíssimos e craques faltando, como Ronaldinho Gaúcho e Paolo Guerrero.

Ao menos, a Konami tornou fácil a tarefa de criar modificações e, principalmente, aplicá-las no game - em especial para quem joga no PlayStation 4.

Onde a produtora falha os fãs aparecem como campeões, criando conjuntos completos de uniformes, com escudos, patrocinadores e outros pequenos detalhes nas aparências dos atletas.

Pontos Negativos

Menus burocráticos

É verdade que os menus de "PES" melhoraram bastante nos últimos anos - em especial no "PES 2015" e nesta nova edição. Ainda assim, é impressionante a quantidade de burocracia que o jogador enfrenta para tudo, em especial as tarefas mais simples.

Por exemplo, mesmo ao jogar offline, o game tenta se conectar aos servidores da Konami para buscar atualizações. Recados sobre partidas online, manutenção de servidores e outros detalhes também aparecem no começo, antes de qualquer coisa - aliás, prática irritante que acontece também em "Metal Gear Solid V: The Phantom Pain".

Considerando que muita gente curte apenas jogar amistosos ou partir direto para suas campanhas salvas em torneios, Liga Master ou coisas do tipo, por que não facilitar?

Vale citar, o mesmo acontece nas partes de gerenciamento de equipe, confusas demais. Claro, após um tempo jogando é possível se acostumar, mas seria melhor se logo de cara fosse uma diagramação mais fácil e intuitiva.

myClub

Resposta direta ao empolgante Ultimate Team, de "FIFA", o myClub ainda é um modo promissor, mas que precisa ser melhor pensado. A mistura de futebol, RPG e gerenciamento de equipe é divertida, mas ainda confusa e cheia de menus ainda mais confusos.

Abreviações nada óbvias dificultam a vida do treinador virtual e o ritmo um bocado lento, cheio de loadings, tornam a experiência um bocado desgastante.

A ideia é boa e tem potencial, mas ainda precisa ser melhor trabalhada, principalmente ao se considerar que se trata de um modo de jogo com microtransações, com moedas virtuais para comprar com dinheiro de verdade e melhorar o orçamento do seu time.

Nota: 9 (Excelente)