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Super Paper Mario
Nintendo Wii
"...criatividade e variedade de sobras para balancear muito bem as porções de RPG e aventura."


20/04/2007
da Redação

A Nintendo é especialista em reciclar antigas idéias e vendê-las novamente, muitas vezes com sucesso. "Paper Mario" é mais uma delas e nasceu no Nintendo 64, em 2001, como um "spin-off" - ou seja, uma série paralela - da aventura criada por Shigeru Miyamoto. Além do visual estilizado, que lembra recortes de papel, o jogo, que recebeu uma nova versão no GameCube, se caracterizava pela mistura do tradicional estilo plataforma com elementos de RPG.

Previsto originalmente para ser lançado no Cube, "Super Paper Mario" foi remanejado para o Wii e, a princípio, se parece muito com seus antecessores. A produtora Intelligent Systems, no entanto, preferiu pegar um pouco mais leve na porção RPG, priorizando o lado da aventura, e saiu-se muito bem com um título divertido e diferente do habitual, numa época em que o console carece de jogos menos casuais.

Casamento arranjado

A história de "Super Paper Mario" começa improvável: Princess Peach e Bowser se casam. Calma, o mundo não está totalmente perdido: é que, na verdade, há um novo vilão na jogada, o egocêntrico Count Bleck, que dá um jeito de citar o próprio nome a cada frase que solta. Ele obriga os dois a se unirem pelos sagrados laços do matrimônio, para fazer cumprir uma profecia que diz que o aontecimento criaria o Chaos Heart e destruiria toda a existência.

Como certas coisas não mudam mesmo, sobra para Mario salvar o dia. Se serve de consolo, ao menos o herói tem a companhia de vários personagens durante a aventura: além do bigodudo, Princess Peach, Luigi e Bowser também são controláveis, cada um com as suas características específicas.

Luigi tem o salto mais longo, enquanto Bowser, que infringe o dobro de danos aos inimigos, ataca com bolas de fogo, e Princess Peach usa sua sombrinha para planar durante um pulo e para se proteger das ameaças. Mas é Mario que tem a habilidade mais importante: ao pressionar o botão A, a perspectiva bidimensional é rotacionada para 3D, revelando novas áreas, inimigos, segredos e com fundamental papel na solução de vários enigmas.

Os heróis são acompanhados pelos Pixls, seres com poderes especiais. O principal deles é Tippi, que está o tempo todo com o jogador e é o único que pode ser usado a qualquer momento, ao apontar o Wii-Remote na tela, revelando objetos escondidos ou fornecendo mais informações sobre inimigos, aliados, itens etc.

Ao longo da aventura, outros Pixls são descobertos e juntam-se ao seu grupo, mas apenas um pode ser utilizado por vez. Eis alguns exemplos do que os seres são capazes de fazer: com Thoreau, torna-se possível agarrar e jogar objetos e inimigos; Boomer é uma bomba que explode obstáculos ou ameaças; e Slim vira o personagem de lado, possibilitando acesso a novas áreas.

Humor afiado

"Super Paper Mario" tem oito mundos que, por sua vez, são divididos em quatro fases cada - ao final de cada mundo, há um chefão para enfrentar. Embora o andamento seja puramente linear, freqüentemente há missões para cumprir em Flipside, cidade que funciona como uma espécie de quartel-general dos heróis, e onde é possível também comprar itens.

O enredo é contado através dos intermináveis balõezinhos de diálogo e vai além da descontração habitual dos jogos do bigodudo: há muitas "tiradas" e passagens engraçadas, com direito até a piadas com jogos da Nintendo e uma que ficou particularmente famosa por fazer referências aos fóruns de games da internet.

O início é devagar, mas tão logo o jogo começa é impossível não se deixar admirar pelo excelente trabalho artístico, que praticamente faz esquecer o baixo potencial gráfico do Wii. O estilo característico de "Mario" ganhou novos ares graças às equações matemáticas com símbolos da série estampados no ar, efeitos que abusam dos traços e formas geométricas e, claro, os cenários e personagens retratados como recortes de papel.

Pena que tanta inspiração se resuma apenas aos cenários 2D, pois quando se rotaciona o mundo para a perspectiva tridimensional, o que se vê, muitas vezes, são cenários pobres, com texturas sem capricho ou mesmo acabamento. Tudo bem que isso não influencia na experiência de jogo como um todo, mas destoa bastante do conjunto da obra.

Simplicidade bem-vinda

"Super Paper Mario" é jogado com o controle na horizontal, lembrando o saudoso NES, e usa muito pouco o sensor de movimentos - na maioria das vezes, com o já citado Tippi. Aqueles que já jogaram capítulos anteriores do "spin-off" vão rapidamente se familiarizar ao estilo desta versão, que tem muito mais plataforma e menos RPG.

Os combates, antes em turno, agora acontecem em tempo real, mas isso não necessariamente significa um prejuízo para o setor estratégico, já que, especialmente contra os chefes, as batalhas costumam explorar bem as mudanças de perspectiva de visão. Isso talvez não seja suficiente para proporcionar um grande desafio, mas torna as coisas bem mais interessantes.

O ganho de experiência não poderia ser mais simples e segue a pontuação do placar. Passando de nível, basicamente o personagem ganha mais pontos de energia. Pelo cenário, normalmente, estão escondidas "cartas" ilustradas com os inimigos e, caso você as encontre uma, passa a infringir mais danos naquela criatura.

Aliás, a melhor parte de "Super Paper Mario" é explorar cada canto (literalmente) dos cenários, interagindo com os personagens encontrados pelo caminho. Em geral, os enigmas conseguem fazer o jogador colocar a cabeça para funcionar, com criatividade e variedade de sobras para balancear muito bem as porções de RPG e aventura.

Entre as incontáveis referências à própria série, as mais bacanas são a estrelinha da invencibilidade, que desta vez transforma Mario em uma versão gigante de si mesmo, só que com visual que remete à era dos 8 bits, e permite ao personagem destruir tudo no cenário por alguns instantes; e o item Pill Pals, que rodeia Mario com várias miniaturas também da era do NES, acompanhando os movimentos do herói, com direito até ao clássico efeito sonoro do pulo.

Aperitivo com cara de prato principal

"Super Paper Mario" chega em um momento em que o Wii está carente de jogos não-casuais. É uma versão mais amigável que as anteriores e, ainda assim, tão envolvente quanto, com todo aquele fascínio que só os games de Mario são capazes de proporcionar. Faltou um pouco mais de capricho no visual 3D e, por outro lado, sobrou cuidado na condução da aventura, o suficiente para empolgar, ainda que com altos e baixos, do início ao fim. Enquanto "Super Mario Galaxy" não vem, os fãs estão muito bem servidos.
Veja também
Videoanálise de "Super Paper Mario"