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Chrono Trigger

19/12/2008

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
Passagem secreta
Pode parecer complicado para um ocidental entender, mas, no Japão, as franquias "Dragon Quest" e "Final Fantasy" disputam palmo a palmo a preferência d os jogadores locais - e não raro o primeiro obtém maior sucesso comercial. Então, quando foi anunciado que os principais talentos das duas franquias, isso em meados da década de 1990, quando a Square e a Enix ainda eram entidades separadas, isso soou aos ouvidos dos fãs como um projeto dos sonhos. E assim foi.

Claro que ter nomes de peso não significa garantia nem de qualidade, nem de sucesso comercial, mas quando o criador "Final Fantasy" e seu principal compositor, e o roteirista de "Dragon Quest" e seu designer de personagens - respectivamente Hironobu Sakaguchi, Nobuo Uematsu, Yûji Horii e Akira Toriyama - juntaram forças, o resultado foi um dos RPGs mais consagrados de todos os tempos. Assim nasceu "Chrono Trigger", lançado originalmente para Super Nintendo.

Se em time que está ganhando não se mexe - e que vencedor esse "Chrono Trigger" -, a Square Enix optou por transportar ao Nintendo DS o game como ele foi concebido, incluindo também as melhorias feitas para a compilação "Final Fantasy Chronicles", para PSOne, e mais alguns conteúdos inéditos e recursos específicos ao aparelho. Muitas das adições não passam de perfumaria ou até mesmo são inócuas, mas os acréscimos à história e de um novo final, além de uma tradução melhor, fazem da versão para Nintendo DS a versão definitiva de "Chrono Trigger".

Viajante do tempo

Encare o dragão mecânico
O game conta a história do garoto Crono e o mundo comemora a passagem do primeiro milênio. Durante as festividades, o ruivo de cabelo espetado tem um encontro profético com a impetuosa Marle. O dia também é a revelação da mais nova invenção da amiga Lucca: uma máquina de teletransporte. Porém, um misterioso colar que Marle carrega faz abrir um portal enquanto testa o dispositivo. Assim, começa a aventura do trio por diversas eras, que também verá ingressar mais quatro integrantes ao grupo: o humanóide mecânico Robo, o cavaleiro Frog, a garota pré-histórica Ayla e Magus, o rei dos demônios. O objetivo final é impedir que Lavos acabe com o planeta dois anos antes da chegada do terceiro milênio.

Assim como seus personagens, "Chrono Trigger" resistiu à passagem do tempo: seu enredo continua marcante até hoje e são poucos os games com uma história tão criativa e cativante. O ponto principal é como os produtores brincam com realidades paralelas e as convenções dos RPGs - suas ações no passado certamente alterarão o futuro. Essas brincadeiras com o tempo são o mote de diversas missões e da progressão do próprio enredo: quem poderia imaginar que o que o jogador fez na festa, logo no começo do jogo, seria usado num julgamento depois.

A história do game já era muito rica (existem diversas missões que vão revelando as características de cada um dos personagens), mas ficou muito mais coesa com uma tradução revisada e com novos episódios (além de mais um final). Esse novo texto não apenas deu mais sentido às frases, mas proporcionou um ambiente psicológico mais fiel ao game original, em japonês. Quanto às missões extras, elas acrescentam novas informações e sedimentam uma ponte para "Chrono Cross", a continuação direta do game. As cenas com animação tradicional, introduzidos na edição para PSOne, também contribuem para tornar o game fascinante.

Um por todos e todos por um

Santuário perdido
"Chrono Trigger" também tem um dos sistemas de batalhas mais brilhantes já vistos num RPG japonês. A mecânica básica é similar à de "Final Fantasy IV" - ou seja, é um híbrido entre os combates por turnos e as de tempo real -, mas, aqui, o posicionamento dos guerreiros, definidos pelo terreno e pelos inimigos, tem importância fundamental, pois cada tipo de ataque tem uma área de eficácia. O Wind Slash, por exemplo, acerta todos os que estiverem na trajetória, e o Supersonic Slash, em golpe colaborativo com Robo, pega todos os inimigos da tela.

Aliás, por conta dos diversos golpes com características distintas e da existência de ataque combinados com a participação de dois ou três personagens, as chances de vitória dependem mais da estratégia do que de força bruta (cada dupla ou trio possuem golpes coordenados diferentes). Além disso, em "Chrono Trigger", a maioria dos combates pode ser evitada, se o jogador quiser, podendo, assim, se concentrar na exploração - quem joga RPG sabe que uma das coisas mais irritantes é ter que encarar batalhas aleatórias enquanto está andando pelo mapa a procura de tesouros.

Muitas das novidades introduzidas na versão para Nintendo DS não acrescentam muito valor ao game. A caneta não facilita muito o controle (a não ser para acessar os menus) e o conteúdo extra não convence. O Lost Sanctum é uma coletânea de missões bobas que estão dissociadas do enredo. Há também o Arena of the Ages, em que o jogador pode treinar um monstro e fazê-lo participar de batalhas no coliseu, inclusive em modo multiplayer, mas, quem não está interessando nos novos itens, tem poucos motivos para a gastar tempo desenvolvendo as criaturas. Por outro lado, o uso das duas telas serviu para "limpar" a tela principal e o segundo monitor ganhou um útil mapa.

Incólume à passagem do tempo

Vórtex perdido
Mesmo sendo um título com 13 anos de existência, o visual de "Chrono Trigger" continua atual. Ainda hoje, são poucos os título que ombreiam com o clássico em termos de nível de detalhes e, principalmente, a inspiração no design. Com um layout mais limpo e a boa qualidade da tela do Nintendo DS, os gráficos parecem ainda melhores que na época do Super Nintendo. E, mais uma vez, Akira Toriyama cria personagens marcantes, dos protagonistas aos principais vilões, passando pela mais singela das criaturas que fazem frente ao jogador.

Por fim, a trilha sonora ainda é uma das mais brilhantes e marcantes da história. Não sem razão: a equipe de compositores contou com talentos como Yasunori Mitsuda, Noriko Matsueda e, principalmente, Nobuo Uematsu, já famoso por seus trabalhos em "Final Fantasy".

CONSIDERAÇÕES

Muitas das novidades da versão para Nintendo DS de "Chrono Trigger" são dispensáveis, mas alguns de seus acertos contribuem para que o título seja a edição definitiva do clássico, com um visual mais limpo, tradução impecável e novas partes de enredo que deixam a história muito mais coesa. Porém, antes de tudo, "Chrono Trigger" é obrigatório para qualquer fã de RPG que se preze pelo seu conteúdo original: um jogo brilhante em todos os sentidos, com batalhas emocionantes e enredo envolvente. Quem já jogou não tem muitos motivos para fazê-lo de novo, a não ser para matar a saudade de um título de rara qualidade.

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    GALERIA

    Chrono Trigger DS (DS)

    50 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Square Enix
    Lançamento: 25/11/2008
    Distribuidora: Square Enix
    Suporte: 1 jogador
    ImperdívelAvaliação:
    Imperdível

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