The Legend of Kage 2

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL

A nostalgia que vem dominando a indústria do videogame recentemente tem surpreendido até mesmo aqueles jogadores mais antigos. Afinal, tudo bem esperar continuações de franquias como "Golden Axe" ou "1942", que foram sucesso na década de 80, mas quando até mesmo um jogo mediano como "The Legend of Kage" volta das cinzas, pode ser sinal que o saudosismo já está apelando.

A volta do ninja

Talvez a característica mais marcante do jogo de ninjas com ação lateral da Taito, lançado para várias plataformas a partir de 1984, era a necessidade de ter que completá-lo várias vezes para conseguir finalmente resgatar a princesa (na versão para NES era preciso repetir três vezes). Tarefa ingrata para o guerreiro Kage, que tinha que correr por florestas e castelos e enfrentar hordas de inimigos bicolores.

Nesta tardia continuação, a base continua a mesma. Você pode escolher entre Kage ou a nova ninja Chihiro para atravessar 12 fases cada um, ainda no mesmo esquema de ação bidimensional clássico. Com toques de "Ninja Gaiden", é possível agarrar nas paredes para alcançar locais de difícil acesso e encontrar alguns itens que habilitam um sistema de conquistas similar ao do Xbox 360, liberando artes do jogo. Com a espada ou shurikens é possível mandar os inimigos para o além, mas para tornar tudo ainda mais interessante, é recomendável colecionar uma série de globos coloridos que, combinados em um minigame, desbloqueiam habilidades e magias especiais.

Fica óbvio que a Taito não quis reinventar a franquia, apenas ressuscitar sua marca. "The Legend of Kage 2" não poderia ser mais simples ou direto do que é. Você liga o videogame e está correndo atrás de inimigos, saltando a torto e a direito. Desde às animações charmosas, ainda que limitadas, aos controles um pouco duros, mas precisos, parece um projeto perdido de uma continuação nunca lançada para Super Nintendo do que um jogo recente criado para Nintendo DS -principalmente diante de outras revitalizações recentes como "Ninja Gaiden: Dragon Sword" ou mesmo "Contra 4", bem melhor produzidas e com toques modernos. É um jogo antiquado, que tem todos os prós e contras da época que evoca.