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Heroína: Diretora de Mulher-Maravilha conta por que brigou para ganhar mais

Imagem de bastidores mostra a diretora Patty Jenkins com a atriz Gal Gadot no set de "Mulher-Maravilha" - Clay Enos/ TM & (c) DC Comics
Imagem de bastidores mostra a diretora Patty Jenkins com a atriz Gal Gadot no set de "Mulher-Maravilha" Imagem: Clay Enos/ TM & (c) DC Comics

Do UOL, em São Paulo

10/10/2017 11h55

Assim como a personagem que levou às telas este ano, a diretora de "Mulher-Maravilha" se tornou ela mesma uma heroína para muitas mulheres, especialmente para aquelas que tentam ter sucesso no mundo altamente masculino de Hollywood.

Patty Jenkins não só salvou a temporada de férias de ser um fracasso para o cinema americano, com US$ 821 milhões nas bilheterias mundiais, mas também se tornou a diretora mais bem paga da indústria ao negociar um contrato para a sequência exigindo receber o mesmo que um colega homem receberia depois de um sucesso como o seu, algo entre US$ 7 milhões e US$ 9 milhões.

E Jenkins estava bem ciente do que significaria conseguir chegar a este valor. "Claro que você pensa no dinheiro", disse ela em entrevista à revista "Variety", falando pela primeira vez sobre sua conquista histórica. "Mas nunca estive tão consciente de um dever quanto nessa negociação. Eu sabia muito bem que tinha que me assegurar de receber tanto quanto um homem receberia".

A cineasta só pode brigar por um contrato mais vantajoso porque a Warner a contratou para apenas um filme da Mulher-Maravilha, decisão da qual deve ter se arrependido amargamente depois dos resultados nas bilheterias.

"Mulheres que não estiveram em um sistema que as permitisse chegar ao mesmo nível de salário que os homens não conseguirão receber o mesmo que os homens eternamente se as coisas continuarem assim", continua ela. "Você tem que pedir para que isso aconteça, e você tem que pedir quando é a pessoa certa para fazer isso".

Jenkins tem todo apoio de sua estrela, Gal Gadot. "Ela definitivamente está abrindo caminho para muitas diretoras. Era muito importante que ela brigasse para conseguir o melhor contrato. Temos que dar o exemplo", diz a atriz.

A diretora está estranhando a atenção que está recebendo, mas é compreensível quando se considera que apenas 7% dos 250 filmes de maior bilheteria de 2016 foram dirigidos por mulheres e que nenhuma diretora foi indicada ao Oscar desde que Kathryn Bigelow levou o prêmio, em 2010. Mas este quadro pode mudar para a cerimônia de 2018, já que a Warner está investindo pesado para que Jenkins seja indicada.